15 de julho de 2008

Alive'08 - Dia 1

Diz o povo que não há nada como o primeiro amor. Pegando nesse provérbio diria que não houve dia como o primeiro no Festival Alive'08. Não quero dizer que os outros dias fossem maus, muito longe disso, mas o primeiro dia foi aquele onde as emoções estiveram mais ao rubro e tudo foi mais intenso, fruto de uma comunhão fantástica entre o público e as bandas que desfilavam nos palcos. Todo o ambiente estava proporcionado para a festa, o tempo ajudava, logo na entrada do recinto uma banda de rock recebíamos cantando velhos êxitos e as bandas a actuar eram todas muito poderosas. As expectativa estava altíssima e a ansiedade de tudo começar também.

Depois de eu e dos meus companheiros do Festival, a Cube e o Loot entrarmos fomos logo a correr para a tenda do Batman e ficamos desiludidos. Nem uma t'shirt se vendia ! Nem um chapéuzinho ! Nem um simples poster ! E eu que queria tanto comprar uma t'shirt do Batman. Ainda quase que trazia uma muito boa do Joker, mas não havia para o meu tamanho, era grande. Ao menos deu para trazer uma pequena recordação do Batman e a carta do Joker. Mas...queria mais.Ah...e a Cube deu-nos uma lição de coragem andando no baloiço.Vejam-na aqui.

Ainda vimos de longe o Jel a actuar, com os seus Kalashinikov num concerto "fucking bom" e sossegar o meu pai, via telemóvel, porque pensava que eu andava lá no meio do mosh. Mal ele, e eu, imaginávamos como eu iria acabar o dia...

Depois de passarmos pelo espaço muito interessante Optimus Oasis By The Do Lab onde se podia ver espectáculos circenses, dançar e ser regado por jactos de água, de vermos um bocadinho do concerto dos Galactic ( claramente, o maior erro de casting do Festival) e nos juntarmos à presença simpática e bem disposta da Maria Del Sol e do seu irmão lá fomos nós a correr para o primeiro concerto no palco secundário.

Numa tenda apinhada de gente, com muito calor à mistura, os Vampire Weekend deram um gran
de concerto com um público muito participativo, conhecedor da sua, curta mas boa, obra. O único " defeito" das músicas dos Vampire é mesmo serem curtinhas o que deu origem num concerto pequeno, mas muito intenso e a pedir por mais. Embora tenham comparações imensas com os Artic Monkeys, penso que os Vampire abrangem mais estilos musicais do que os Artic, depois desta actuação, definitivamente, além de serem uma banda que estão na moda, eles são uma das bandas com um futuro promissor à sua frente. O dia tinha começado em alta, dançando e saltando muito. Perdemos os Spiritualized, mas pelos Vampire valeu bem a pena, tendo depois ido guardar lugar para uma das bandas, por mim, mais esperadas: os The National. Apesar de terem realizado um concerto mais morno do que as outras bandas seguintes, até porque o estilo da música é completamente diferente, os norte-americanos rubricaram um concerto consistente, com muitas canções de qualidade e com um grande apoio por parte do público que os acarinhou bastante. Aliás, em Portugal as canções dos The National têm muito seguidores fieis,e foi muito giro ver o vocalista dos The National falar directamente para o " Mr. Rodrigues", um fã que lhe enviou uma carta e a qual o vocalista fez questão de a mostrar. Certamente, será um momento para recordar para esse fã. Tinha imensas expectativas deste concerto e posso dizer que consegui que elas fossem superadas.

A partir daí..." party, party, party" com os Gogol Bordello. A trupe " gipsy-punk" que subiu ao
palco, liderado pela figura castiça de Eugene Hutz que deu um espectáculo dentro do espectáculo, realizou um concerto fenomenal, cheio de animação, de festa e onde não se parou de saltar. Foi, certamente, um dos melhores concertos do Festival, e até entusiasmaram os meus pais que viam através da SIC Radical. Melhor do que dizer alguma coisa é mostrar.



E sim, eu estava lá no meio a saltar.

Depois vieram,
directamente da Suécia ( não sabia que também se rock'n'rollava tão forte na Suécia), uma grande surpresa para mim: os The Hives. Com um front-man tão provocador, tão malabarista, tão cheio de energia, e a puxar forte pelo público o concerto só poderia ser bom. Melhor, só poderia ser soberbo, porque soberbo é um dos melhores adjectivos que se possam dizer sobre o concerto dos The Hives. Fiquei surpreendido com as suas canções poderosas, com a banda a tocar sempre forte e no tempo certo. Uma banda, certamente, para seguir atentamente. Aliás, é a banda que mais rola, no momento, no meu mp3.

E depois...o momento que todos nós esperávamos. É difícil
definir o que se passou a seguir. Não tenho palavras, até porque só aqueles que lá estiveram é que sentiram o que aconteceu. A expectativa era alta, de repente as luzes apagaram-se, tocou uma sirene bem alto, a estrela vermelha subiu devagarinho, entraram os elementos dos Rage Against the Machine que começaram logo a tocar " Testify" e o que se passou a seguir, e durante a cerca de 1 hora e pouco que tocaram, compara-se a um verdadeiro furacão que passou por Oeiras.

À primeira música já me tinham tirado meia sapatilha ( ou
ténis conforme o lugar que me estiver a ler, uma private joke para a Cube), já tinha levado com qualquer liquido em cima, o pó que andava pelo ar tornava irrespirável, e já me tinha transformado quase num verdadeiro hooligan de tanto saltar e gritar a plenos pulmões palavras de ordem que o Zack de la Rocha, apesar de muito pouco comunicativo com o público, cantava. Quem diria eu, um rapazito pacato, saltava daquela maneira, mas tive mesmo de fugir do mosh até porque, sem querer, rebentaram-me o lábio, nada de especial. É o poder da música. Os Rage foi, sem dúvida, o concerto mais intenso e poderoso que por lá passou, com os elementos da banda a tocarem de foram espectacular e vibrante. Por muitos anos que viverei nunca esquecerei este concerto. Apenas tive pena de não vibrar com o meu camarada Loot, mas se eu comecei a ver o concerto na 2ª fila em frente ao palco, acabei-o quase 100 metros atrás, de tal forma que fui "levado" pela multidão e também porque fugi da confusão . Mas que foi um concerto inesquecível lá isso foi, e por muitos anos que passem nunca irei esquecer aquele concerto tão curto na sua duração mas muito intenso. Aqui fica uma pequena amostra do que se passou




Créditos - Loot - Fotos 2,3 e 4
Blog Já cheiro a samádhi- Foto 1,5,6 e vídeo dos Gogol Bordello.
Todos os nomes a azul tem um link, incluindo as bandas que tem um link para uma canção deles. Para quem não os conhece, pode ser útil.

6 comentários:

Anónimo disse...

Pois, sim senhor, estou a ver que isso foi em grande... Sinceramente, o que mais gostaria de ver eram os The Hives, que já há muito tenho vindo a ouvir e simplesmente a-d-o-r-o!!!!

Gogol Bordello só conhecia de nome, mas tb me entusiasmaram, tenho de investigar isso...

Vampire Weekend conheço pouco, apenas o que vai passando pela rádio, mas gosto de cantarolar. E o Markl tb disse mt bem, e eu costumo confiar nele ;)

Quanto à saga que viveste, isso é que foi em grande!!Que inveja,meu Deus, que inveja...
Eu vou para o Inferno: tenho os pecados mortais todos...

Menphis disse...

Ah,grande Tânia que adora os The Hives ;) grande rockeira :)) Por acaso só conhecia uma canção que nem sabia que era deles, mas agora não paro de os ouvir. E depois tem um grande vocalista que é um entertainer fabuloso.

E The National ? Gostas ?

Quanto aos outros, vais ver que irás gostar.

Beijinho

Loot disse...

É impossível terminar um concerto de Rage no mesmo lugar onde se começou :D

Foi sem dúvida uma experiência explosiva. Todo o primeiro dia foi muito intenso, também o meu predilecto.

Abraço

Anónimo disse...

Em relação aos The National, gosto sobretudo da voz do vocalista, por ser realmente diferente. Não os acho muito inovadores, mas são daquelas bandas que se ouvem bem.

Mas afinal, tu és giro ;) Já vi as fotos. Não tivesse eu já um Ricardo na minha vida e... LOL!! Começa lá a contar os teus defeitos que devem ser horríveis... Quanto tempo estiveste preso?!? Quantas mulheres já degolaste, hein?! Tu tens que ter algum defeito, porra...


Adorei as tuas reports, parece que de certa forma pude tb lá estar por momentos. Quanto ao pessoal que não respeita os outros em festivais, é típico!!!! Primeiro eu, depois eu, a seguir eu e no fim eu...

Bj**

Menphis disse...

Tânia - É claro que tenho defeitos, poucos ou muitos só quem lidera comigo é que pode dizer, mas de certeza que não assim tão tenebrosos e assustadores :) A questão das fotografias, nem é a questão de achar que fiquei bem ou mal ( embora eu ache que fique sempre mal) é mais a questão de me expor assim tanto. Sou um bocado "complexado" ou talvez "tímido" de me expor assim. Olha, é um defeito. De ego, principalmente :)

mas, pronto, depois ponho aqui as fotos da malta toda ;)

Beijinhos

PavlovDoorman disse...

Rage foi divinal...
Exceptuando o Hino do Partido Russo (que já é esperado), entra no meu lote de concertos de Top.