30 de julho de 2012

Tirar o pó. Assentar poeira

Agora que a euforia "ouvir-bandas-que-vão-ao-Alive vs Bon Iver" acabou eis que me viro para outros álbuns. E regresso a um que deixei nos arrumos para ir buscar quando terminasse: " Boys and Girls" dos Alabama Shakes .





e nunca uma letra me retratou tão bem...

27 de julho de 2012

Hoje é o primeiro dia...



A principio é simples, anda-se sózinho
Passa-se nas ruas bem devagarinho
Está-se bem no silêncio e no borborinho
Bebe-se as certezas num copo de vinho
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
Dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
Diz-se do passado, que está moribundo
Bebe-se o alento num copo sem fundo
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E é então que amigos nos oferecem leito
Entra-se cansado e sai-se refeito
Luta-se por tudo o que se leva a peito
Bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
Olha-se para dentro e já pouco sobeja
Pede-se o descanso, por curto que seja
Apagam-se dúvidas num mar de cerveja
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Enfim duma escolha faz-se um desafio
Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar, sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
E outra maré cheia virá da maré vaza
Nasce um novo dia e no braço outra asa
Brinda-se aos amores com o vinho da casa
E vem-nos à memória uma frase batida  ( Sérgio Godinho)




...do resto da minha (nossas) vida(s)

26 de julho de 2012

Bon Iver no Coliseu do Porto





Os Bon Iver, liderado por Justin Vernon, antigo trovador de desalentos tão seus que mais pareciam serem tão nossos, e agora criador de canções com refrões e melodias épicas, deram um concerto fantástico num Coliseu do Porto lotado que transbordou de emoção e de calor, seja de calor humano, com o público completamente rendido desde os primeiros acordes, seja o calor sufocante que se sentia na própria sala recentemente remodelada.

Difícil de descrever um concerto destes sem entrar em lugares comuns: fantástico, belo, emocionante, etc. Tudo palavras que encontramos quando queremos descrever os momentos mais marcantes das nossas vidas.

Se tudo resulta no disco, ao vivo então tudo é muito mais épico, mais intenso, mais poderoso. Ao vivo a delicadeza das melodias que encontramos em disco ganham um dimensão que nos abala e uma energia vibrante que nos extasia.

Acabamos todos a perguntar em uníssono  " what might have been lost ?". Para quem lá esteve, encontrará sempre a resposta nas recordações que guardamos nos recantos do nosso coração. Para quem não esteve, apenas se contentará em tentar imaginar a felicidade alheia que se sentia nas portas do Coliseu quando tudo terminou. E podem crer, essa felicidade  que existia por lá não é assim tão fácil de imaginar.

22 de julho de 2012

Telegrama

Estive uma semana de férias.STOP
Estiveram dias maravilhosos para ir para a praia. STOP
Não pus os pés na praia.STOP
Começaram as mudanças :) STOP
Não trocava a semana que tive por uma semana de praia. STOP
Ando cansado.STOP
Necessito de descanso.STOP
Uma semana de férias a sério sabia bem agora.STOP
Mas amanhã é dia de trabalho.STOP
Isto não é uma queixa.STOP
Estou feliz.STOP
:) STOP

19 de julho de 2012

Optimus Alive

Era publicitado como o "melhor cartaz de sempre", mas de todas as vezes que fui, e com esta já foi a minha 3ª vez, o Optimus Alive 2012 foi o cartaz menos apelativo daqueles que assisti e aquele em que o meu entusiasmo se concentrava em apenas 2/3 bandas e a curiosidade em outras tantas.
No mesmo recinto onde vivi emoções que nunca mais me irei esquecer, em que vi grupos que me disseram/dizem tanto como os Rage Against the Machine, Bob Dylan, Neil Young, The National, Florence and the Machine, Vampire Weekend, Manic Street Prechears, Pearl Jam, entre muitos outros, apesar de ter assistido a alguns bons momentos musicais, este festival vai ficar marcado com a recordação de, principalmente, 3 grandes concertos: The Cure, Radiohead e, o melhor de todos, Mumford & Sons. Depois ainda vi e gostei The Warpaint e The Macabees, e achei pouca graça à troca da Florence pelos Morcheeba.

Os The Cure foram como se esperavam, profissionais qb, bons executantes, o Robert Smith está velho e gordo, mas ainda canta que se farta e com categoria. Os Mumford & Sons mostraram que são das bandas mais interessantes do momento, tinham, surpreendentemente uma legião de fãs que os acolheram com um enorme entusiasmo, ao que eles responderam com um grandíssimo concerto. Quanto aos Radiohead que tanto povo levaram ao Alive, demonstraram que, apesar de não terem feito mais álbuns como o"OK Computer", são das bandas mais fortes e mais vibrantes ao vivo. Passe a semi-desilusão de ter faltado mais canções do álbum que é uma verdadeira obra-prima, eles corresponderem as expectativas de toda a gente que saiu a sorrir e viveu alguns momentos mágicos.

Para o ano há mais, esperemos com um cartaz bem mais equilibrado do que este ano e sem desilusões como a ausência da Florence. See you, Alive.

13 de julho de 2012

Sentir-me Alive

..é um cliché mas também serve. Ansioso por ver The Cure, Mumford & Sons e Radiohead, curioso para ver Warpaint e The Maccabees, e desconsolado por a Florence ter cancelado. Até segunda e que o Deus do rock me abençoe nesta minha, melhor, nossa ida ao Festival que melhores e mais gratas recordações me traz.

10 de julho de 2012

Carreirismo




ou como é preciso estar atento à politica portuguesa para perceber este sketch

5 de julho de 2012

No Meco logo



e eu a rezar para que voltem a Portugal numa altura melhor e para que a Antena 3 transmita o concerto em directo.

1 de julho de 2012

"Tharir - Os Dias da Revolução"

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" Tharir - Os Dias da Revolução" é um pequeno, mas fulgurante e intenso, livro sobre os acontecimentos passados em Fevereiro de  2011 na Praça Tahrir, no Egipto, que viria a desencadear na queda do ditador Mubarak e ser o inicio de vários protestos revolucionários  no Médio Oriente que viriam a ser conhecidos como  "Primavera Árabe". 


A jornalista, do jornal "Público", Alexandra Lucas Coelho que conheceu bem de perto as histórias das pessoas que tentaram fazer a revolução no Egipto, relata com a sua perspicácia habitual nas suas reportagens levando o leitor para meio da efervescência da Praça Tahrir.


Um livro, quase em formato blogue fazendo todo o sentido já que foi através do Facebook e das redes sociais que a revolução ganhou outra dimensão, muito interessante e bastante pertinente para quem necessita perceber que as pessoas ainda têm o poder de mudar o Mundo, bastando acreditar e agir.