31 de julho de 2008

Welcome B(a)eck

Por alturas do meu secundário, dentro do meu grupo de amigos, quando falávamos sobre música eu era conhecido por ser o maior apreciador da obra musical de Beck.
Penso que o refrão da música " Loser", juntamente com o seu riff inicial, foi um dos momentos musicais que marcaram a década de 90 e " Mellow Gold", assim como o excelente " Odelay" estarão bem acima nos top's dos álbuns mais importantes dessa década. Posteriormente, segui sempre com muita atenção, e admiração, a obra do Beck, gostava da construção/desconstrução da sua personagem que fazia a cada álbum que editava e dos sons, quase inimagináveis que ele me mostrava.
Todos os álbuns existia um Beck diferente, e isso agrada-me bastante um músico não querer estar a fazer sempre a mesma coisa, mesmo que, por vezes, lance álbuns piores do que os outros.

Mas, em 1999, depois do maravilhoso " Mutations", lançou " Midnight Vultures", álbum esse que, além de ter uma das capas mais horríveis que conheço, não me agradou lá muito. Depois veio " Sea Change", um álbum muito mais calmo e relaxado, onde tem canções fantásticas mas...gosto mais do Beck irrequieto, penso que a sua voz se coaduna melhor com o tipo de música mais "mexida". De seguida, vieram " Guero" ( um pouco desequilibrado) e " The Information"( este melhorzinho, mas mesmo assim não apreciei muito), mais parecia que Beck estava a virar-se demais para o hip-hop e tinha-se esquecido do rock e do pop e isso não me agradou lá muito tendo-o "abandonado". Até que este ano Beck lançou este album,



e posso dizer que agora fiz as pazes com a sua música. Este sim, é o Beck que sempre apreciei. Apesar de ainda não ter deixado de lado a componente electrónica, e Beck sem electrónica não seria Beck, " Modern Guilt" é um álbum de rock'n'roll, de muitas guitarras, bem ritmado e dançante, embora, percebe-se, faça muitas vénias ao grande " Ok Computer" dos Radiohead. Tem lá canções fantásticas, e só é pena ser tão curto.

E, provavalmente, estará na altura para eu fazer revisão da matéria dada por Mr. Beck Hansen, pelo menos é o que ele me deu vontade de fazer depois de ouvir este excelente álbum. Aqui fica uma das minhas canções favoritas, a tal que tem um cheirinho de Radiohead, num vídeo retirado do Youtube. Adoro aquele ritmo da bateria. No Vesúvio Jukebox rola uma grande recordação dos meus tempos do secundário, aqui numa versão mais rockeira.



já agora espreitem aqui a versão desta música ao vivo.

( Em azul estão links para os albúns, myspace e site do Beck)

29 de julho de 2008

Dos rascunhos da vida

Quando tenho algo para escrever mas, por variadíssimas razões, essas coisas não convêm serem publicadas, pelo menos até achar que é a altura certa de as dar a conhecer a alguém, gosto de escrever no rascunho do Gmail.

No fundo, ele funciona como um reservatório
de palavras, por vezes coordenadas outras vezes desconexas, que ficaram por completar, de sentimentos que estão por definir, de estórias à procura de um fim, de dedicatórias à espera "daquela" altura em que tanto necessitamos delas, de desejos secretos ou até de simples pensamentos comuns que estão à espera de um sopro para sacudir o seu pó.

Na vida também existem rascunhos. Rascunhos de gestos, de actos, de olhares, de sorrisos, de emoções. Por vezes, nada melhor do que descartar alguns rascunhos na nossa vida para que não possamos depender deles para sempre. Apagar os esboços, voltar a deixar a folha em branco e esperar, pacientemente, que a inspiração
nos venha abençoar novamente para podermos preencher esse vazio que fica.

Noto que ando a rascunhar muitas coisas na minha vida. E concluo que, talvez, seja tempo de deixar os rascunhos e começar a construir algo. A sério. E definitivamente.

25 de julho de 2008

O Cavaleiro das Trevas

O maior receio de quem vai ver " O Cavaleiro das Trevas" é mesmo se todo este hype que se criou à sua volta, que leva a ficarmos quase rendidos com o filme mesmo antes de o ver, vale a pena ? A resposta só pode ser uma: vale bem a pena.

O filme é excelente, provavalmente será o filme, baseado em BD, mais conseguido de sempre, com um argumento fabuloso, recheado de grandes momentos, com um naipe de actores grandiosos e com interpretações do outro mundo.

O hype fortíssimo que nasceu à volta do filme foi por causa da fabulosa campanha de marketing montada em volta do mesmo, mas também pela curiosidade em ver a penúltima interpretação do grande actor falecido em Janeiro, Heath Ledger, interpretação essa que ficará, para sempre na história do cinema.

O Joker, a que Ledger deu corpo, é o vilão mais incómodo, mais esquizofrénico, mais psicopata, mais assustador ( só aquela voz e aquele olhar louco quase assusta) mais arrebatador de todos os filmes que já vi, sendo até superior de um Anthony Hopkins com o seu " Hannibal" em " O Silêncio dos Inocentes".
Desde a sua entrada em cena até
ao seu final, ele domina o filme ao seu bel-prazer, acabando por ser o grande vencedor da história. Há momentos do filme em que ficamos empolgados com a sua interpretação, por exemplo a sua entrada na reunião dos mafiosos, outros esses em que ficamos incomodados, como no interrogatório com o Batman e outros em que ficamos apenas rendidos ao seu imenso talento, como por exemplo na explosão do hospital. Tudo momentos fabulosos e que ficam na história, ficamos sempre com a sensação, quase de revolta, por saber que perdemos o imenso talento deste actor à custa de uma morte estúpida.

Mas, e é aí que reside o seu sucesso, o filme não se esgota na interpretação de Ledger, todas as outras interpretações são espectaculares, desde Christian Bale ( Batman), Michael Caine ( o mordomo de Batman), a belíssima Maggie Gyllenhall ( com uns olhos que fazem derreter o coração de qualquer super-herói...e não só ), Morgan Freeman, Gary Oldman, mas, principalmente, a interpretação surpreendente de Aaron Eckhart ( como Harvey Dent/Two Face).

O melhor elogio que se pode dizer sobre ele, é que é um filme que não me importava de o voltar a ver, quantas vezes o for preciso, para me deleitar com os grandes momentos de diversão que proporciona. Uma última palavra para o realizador Christopher Nolan, depois de ver os dois filmes de " Batman " e " The Prestige", tenho, urgentemente, de ver " Memento " e " Insomnia", mas posso dizer que já é um dos meus realizadores de cinema
favoritos, na categoria "Entretenimento" .

24 de julho de 2008

Estreia hoje


Tenho o corpo todo cravejado de marcas de pulgas para ver este filme. ( * ) Neste fim de semana não vai dar para o perder. As expectativas são altíssimas, só espero que não me desiluda. Só pode não me desiludir. Alguém me acompanha ?

( * ) - Ou a maneira mais nojenta que arranjei para dizer que estava ansioso para ver este filme.

23 de julho de 2008

"No Verão, à noite,
nado no depósito picotado de estrelas.
Lavo a cara primeiro com uma mão,
depois com a outra,
depois com as duas juntas,
e isso dá-me uma enorme alegria."

Julio Cortázar
em "Discurso do urso"

20 de julho de 2008

Problemas de Verão

estar atento a duas coisas ao mesmo tempo.

19 de julho de 2008

Quando posso, gosto de fazer surpresas a quem mais gosto. Hoje fiz uma surpresa à minha mamacita. A partir de hoje, ela faz parte desta família de campeões. Bem vinda.

Alive '08 - A Malta

Fechando a página " Alive'08" não posso deixar de esquecer aqueles que me acompanharam. Se valeu a pena ter ido a este Festival foi mesmo pelo convívio, a amizade entre todos, e o conhecimento de novas pessoas. Aqui ficam algumas fotos de toda a malta que me acompanharam neste Festival, um obrigado a todos pela companhia
e um especial OBRIGADO por tudo à Cube e ao Loot,


nunca esquecerei a vossa companhia, o vosso carinho, amizade, disponibilidade e ajuda que me deram aquando da minha estadia .

See you later, alligators.

17 de julho de 2008

Alive'08 - Dia 3

Diz-se que aquilo que é bom acaba-se depressa. E, num instantinho, lá chegamos ao último dia, cansados mas felizes pelos momentos inesquecíveis que o Festival nos proporcionou. O 3º dia do Festival seria, à partida, o dia mais movimentado, já que iríamos andar de um lado para o outro, do palco principal para a tenda do Palco Metro Stage.

Quando chegamos, depois de dar a nossa voltinha de reconhecimento, e de ter visitado a exposição de BD de homenagem ao autor Sam, com destaque à sua personagem" Guarda Ricardo", depois vimos os Braddigan, pop simples, a fazer cócegas no cérebro e ouvir sorrindo e curtindo o sol. Nada de muito especial, mas também nada de aborrecido.

Depois entrou no palco uma das maiores surpresas, neste Festival, para mim, Xavier Rudd. O australiano, que não conhecia, é um verdadeiro " homem dos sete instrumentos", ele toca guitarra, viola, percussão ou didgeridoos, acompanhado apenas por um baterista, deu um excelente concerto, sempre muito ritmado e com canções fabulosas e viciantes. Foi daqueles concertos que não cansam. A banda sonora perfeita para o Verão.

Depois de ouvir John Butler, no dia anterior, e Xavier Rudd, e ainda faltava Ben Harper, a vontade de ver Donovan Frankenreiter, um estilo de música parecidos com os anteriores mas mais fraco, desvaneceu e decidi confiar nos gostos do Loot e fomos à tenda do Metro OnStage para vermos outra banda que não conhecia: Midnight Juggernauts.

Mais outra surpresa, mas o estilo de música completamente diferente, com uma bateria, um teclista e uma guitarra, o concerto foi intenso ao bom estilo da música rock'n'roll, sufocante com o pó espalhado no ar, com um público bem participativo e conhecedor da sua obra e até imprevisível. Quando eles cantavam a canção mais conhecida eis que, de repente, a luz foi abaixo deixando estupefactos os artistas e o público insatisfeito. Mas, eis que depois de algum tempo, eles voltaram ao palco e cantaram novamente a canção, que por acaso até era a última, embora o guitarrista tivesse muitos problemas com o som.

Depois de termos comido um saboroso crepe de chocolate, voltamos à tenda para ver, durante mais ou menos 20/25 minutos a actuação da, ex-Moloko, Roisin Murphy. Muito sensual, e muito cheia de energia, o que foi possivel de ver, foi muito bom.
Não vimos todo porque Neil Young já se preparava para entrar em palco. Aliás, o norte-americano, também estarmos tão em frente ao palco quase entalados pelo público, foi o responsável de termos perdido o concerto dos The Gossip, um banda que gosto bastante mas que não pude assistir àquele destilar de energia que incluiu uma subida ao palco de algum público.

Neil Young mostrou que ainda está para as curvas durante muitos anos, demonstrando que o rock'n'roll nunca irá morrer como ele prega na sua canção. Deu um concertazo, com uma voz incrível, uma banda que o acompanhava sempre em grande, sempre cheio de força ao ponto de rebentar as cordas da guitarra na sua última canção, a versão de " A Day in the Life" dos The Beatles. Interessante também foi ver que à medida que ele acabava a canção era sempre trocado um quadro com uma pintura que tinha a ver com a mesma, pintura essa, penso eu, pintado pelo próprio.

A tarefa de fechar o Festival cabia a Ben Harper e posso dizer que...vou cometer uma heresia...mas Ben Harper...admito, Ben Harper desiludiu-me. Quem me conhece sabe a importância que Ben Harper tem para mim, desde à muito tempo quase do inicio da sua carreira, já ouvi imensos concertos dele, em gravações piratas e originais, já vi vídeos, e até já o tinha visto ao vivo na penúltima vez que ele veio ao Pavilhão Atlântico e posso dizer que, depois de ter visto/ouvido esses imensos concertos, acabei por ficar um pouco desiludido. Não é que o concerto tenha sido mau, mas...foi sem sal. Primeiro foi o Ben Harper menos comunicativo que conheci, pareceu-me preguiçoso, um pouco acomodado já que ele já tinha o público na mão por altura do concerto do...Neil Young. Depois deu um concerto calmissimo, em comparação ao Pavilhão Atlântico em que ele começou logo a " partir a loiça", a música " Excuse me, Mr." esteve longe da força de todas as versões que já ouvi dela, até a duração do concerto foi de 2 horas, quando ao habitual é mais de 2: 30 horas. Está bem que uma coisa é tocar num Festival, outra é num concerto a solo, mas, a maior parte do público estava lá para o ver. E depois...um concerto do Ben Harper sem a " Sexual Healing", versão de Marvin Gaye, não pode ser um concerto empolgante. Não sei se estou a ser muito injusto, até porque o concerto teve alguns bons momentos, mas queria mais. Um dos grandes momentos, foi a interpretação de " Boa Sorte", música interpretada com Vanessa da Mata, a meias com o público. Aqui fica o momento registado em vídeo pelo Maurobindo, no blog Já cheira a samadhi




16 de julho de 2008

Alive'08 - Dia 2

Depois da emoção e da intensidade do primeiro dia, nada melhor do que um segundo dia muito mais tranquilo e mais relaxante, mas onde a animação nunca faltou.
Depois de dada a volta do costume pelas barracas das t'shirts fomos, relaxadamente, para perto do palco onde assistimos ao concerto dos Kumpania Algazarra.

Os portugueses tiveram a, sempre dificil, tarefa de abrir as hostilidades no palco principal tentando captar a atenção do público que começava a chegar e, pode-se dizer, que cumpriram essa função com distinção. A sua música onde entra a festa, a diversão, a ironia, e as boas vibrações foram como um bom aperitivo para o que se viria a passar a seguir. De repente, começamos a nos aperceber que eles estariam demasiado à vontade com o tempo e pensamos que algo de mau iria a acontecer.

Esse pressentimen
to tinha razão de ser, fomos informados que os Nouvelle Vague ficaram retidos em França e não viriam actuar, o que me entristeceu, até porque era uma das bandas que tinha muita curiosidade em ver actuar. Se a falta de comparência dos Cansei de ser sexy até foi um "mal-menor" porque deu para ver os Gogol Bordello, esta ausência viria a dar origem que estivéssemos a ver mais 40 minutos de John Butler Trio, o que se até passou bem mas preferia conhecer mais uma banda ao vivo.

O John Butler portou-se à altura, presenteando os espectadores com um grande concerto, recheado d
e boas vibrações, de improvisações, de um som bem poderoso na percussão, que grande baterista ele tem, e tudo muito relaxado. Depois da intensidade do dia anterior, nada melhor do que ouvir Butler e seus compinchas. Um bom som para este Verão.

Até que chegou o momento mais inesperado...de chapéu à cowboy, de fato, de olhar cabisbaixo, entrou Deus Dylan. O que dizer de Deus Dylan ? Foi, verdadeiramente, um concerto à medida do que eu esperava. Se havia concerto onde me havia preparado conveniente era de Dylan, através de audições dos concertos mais recentes dele, e de leitura de al
gumas criticas que me chegavam de blogs estrangeiros. Por isso, estava preparado para "aquele" concerto, para o ver só nas teclas, para "aquela" voz que pouco se percebia, para "aquelas " versões irreconhecíveis de algumas músicas, de ele não se dirigir ao público, daquela banda de grandes músicos com escola que fizeram um concerto, acima de tudo, competente. Posso dizer que um dos meus maiores sonhos da minha vida se concretizou: vi Bob Dylan ao vivo e até trouxe um poster como recordação para perpetuar esse momento no meu quarto.

O que não estava preparado era estar ao lado de fãs dos Within Temptation maquilhadas com pó de talco na cara, talvez para disfarçar o seu cérebro cheio de diarreia, a bocejarem
no concerto de Dylan e a não o respeitarem. Acabando o Dylan, como os Within Temptation não me diziam nada, afastei-me do local deixando os fãs curtirem o concerto. Mas no concerto do Dylan tive que levar com os comentários parvos das adolescentes com careta cheia de pó de talco a criticarem o Dylan. Se não gostam, afastam-se minhas pequenas cabrazinhas. Gostava de as ver no meio do concerto dos Rage, ou então a irem buscar cervejas no meio do concerto incomodando quem queria ver o espectáculo. Ia tudo pelos ares, eu levei com um liquido qualquer e tudo.

Mas, o certo, é que mesmo nada me dizendo a sua música, os Within Temptation deixaram os seus admiradores satisfeitos, até que fizeram um bom concerto. E a vocalista...sim senhor, muito gira e sensual. De facto, faltou mais vocalistas assim neste Festival.

Por fim, vieram os Buraka Som Sistema, e os concertos deles são sempre o mesmo: é só festa e dançar sem parar até ao fim . Empurrados por um público que lhes prestou uma dedicação imensa os Buraka portaram-se à altura, tendo sido pena a pequena actuação do Pacman, dos Da Weasel, esperava-se mais tempo, mas apenas cantou a " Dialectos de Ternura" e foi logo embora.



Cansados, mas ainda não vencidos, fomos dançar um pouco para a tenda do Palco Metro Stage, onde estava a actuar o DJ Sebastien. Estivemos apenas um bocadinho, mas deu para ouvir versões de canções dos Blur, da Feist, dos Gossip, entre outros. Se fossem assim as discotecas, era bem capaz de sair mais à noite. Mas, o cansaço venceu-nos e não aguentamos muito tempo tendo indo embora pouco depois. No caminho arrependemos-nos de ter ido embora naquela altura porque ouvimos uma trilogia irresistível de canções de grande bandas " Radiohead - The Strokes - Rage Against the Machine", mas o corpo fraquejava.

No dia seguinte haveria mais...

Fotos : Loot

15 de julho de 2008

Alive'08 - Dia 1

Diz o povo que não há nada como o primeiro amor. Pegando nesse provérbio diria que não houve dia como o primeiro no Festival Alive'08. Não quero dizer que os outros dias fossem maus, muito longe disso, mas o primeiro dia foi aquele onde as emoções estiveram mais ao rubro e tudo foi mais intenso, fruto de uma comunhão fantástica entre o público e as bandas que desfilavam nos palcos. Todo o ambiente estava proporcionado para a festa, o tempo ajudava, logo na entrada do recinto uma banda de rock recebíamos cantando velhos êxitos e as bandas a actuar eram todas muito poderosas. As expectativa estava altíssima e a ansiedade de tudo começar também.

Depois de eu e dos meus companheiros do Festival, a Cube e o Loot entrarmos fomos logo a correr para a tenda do Batman e ficamos desiludidos. Nem uma t'shirt se vendia ! Nem um chapéuzinho ! Nem um simples poster ! E eu que queria tanto comprar uma t'shirt do Batman. Ainda quase que trazia uma muito boa do Joker, mas não havia para o meu tamanho, era grande. Ao menos deu para trazer uma pequena recordação do Batman e a carta do Joker. Mas...queria mais.Ah...e a Cube deu-nos uma lição de coragem andando no baloiço.Vejam-na aqui.

Ainda vimos de longe o Jel a actuar, com os seus Kalashinikov num concerto "fucking bom" e sossegar o meu pai, via telemóvel, porque pensava que eu andava lá no meio do mosh. Mal ele, e eu, imaginávamos como eu iria acabar o dia...

Depois de passarmos pelo espaço muito interessante Optimus Oasis By The Do Lab onde se podia ver espectáculos circenses, dançar e ser regado por jactos de água, de vermos um bocadinho do concerto dos Galactic ( claramente, o maior erro de casting do Festival) e nos juntarmos à presença simpática e bem disposta da Maria Del Sol e do seu irmão lá fomos nós a correr para o primeiro concerto no palco secundário.

Numa tenda apinhada de gente, com muito calor à mistura, os Vampire Weekend deram um gran
de concerto com um público muito participativo, conhecedor da sua, curta mas boa, obra. O único " defeito" das músicas dos Vampire é mesmo serem curtinhas o que deu origem num concerto pequeno, mas muito intenso e a pedir por mais. Embora tenham comparações imensas com os Artic Monkeys, penso que os Vampire abrangem mais estilos musicais do que os Artic, depois desta actuação, definitivamente, além de serem uma banda que estão na moda, eles são uma das bandas com um futuro promissor à sua frente. O dia tinha começado em alta, dançando e saltando muito. Perdemos os Spiritualized, mas pelos Vampire valeu bem a pena, tendo depois ido guardar lugar para uma das bandas, por mim, mais esperadas: os The National. Apesar de terem realizado um concerto mais morno do que as outras bandas seguintes, até porque o estilo da música é completamente diferente, os norte-americanos rubricaram um concerto consistente, com muitas canções de qualidade e com um grande apoio por parte do público que os acarinhou bastante. Aliás, em Portugal as canções dos The National têm muito seguidores fieis,e foi muito giro ver o vocalista dos The National falar directamente para o " Mr. Rodrigues", um fã que lhe enviou uma carta e a qual o vocalista fez questão de a mostrar. Certamente, será um momento para recordar para esse fã. Tinha imensas expectativas deste concerto e posso dizer que consegui que elas fossem superadas.

A partir daí..." party, party, party" com os Gogol Bordello. A trupe " gipsy-punk" que subiu ao
palco, liderado pela figura castiça de Eugene Hutz que deu um espectáculo dentro do espectáculo, realizou um concerto fenomenal, cheio de animação, de festa e onde não se parou de saltar. Foi, certamente, um dos melhores concertos do Festival, e até entusiasmaram os meus pais que viam através da SIC Radical. Melhor do que dizer alguma coisa é mostrar.



E sim, eu estava lá no meio a saltar.

Depois vieram,
directamente da Suécia ( não sabia que também se rock'n'rollava tão forte na Suécia), uma grande surpresa para mim: os The Hives. Com um front-man tão provocador, tão malabarista, tão cheio de energia, e a puxar forte pelo público o concerto só poderia ser bom. Melhor, só poderia ser soberbo, porque soberbo é um dos melhores adjectivos que se possam dizer sobre o concerto dos The Hives. Fiquei surpreendido com as suas canções poderosas, com a banda a tocar sempre forte e no tempo certo. Uma banda, certamente, para seguir atentamente. Aliás, é a banda que mais rola, no momento, no meu mp3.

E depois...o momento que todos nós esperávamos. É difícil
definir o que se passou a seguir. Não tenho palavras, até porque só aqueles que lá estiveram é que sentiram o que aconteceu. A expectativa era alta, de repente as luzes apagaram-se, tocou uma sirene bem alto, a estrela vermelha subiu devagarinho, entraram os elementos dos Rage Against the Machine que começaram logo a tocar " Testify" e o que se passou a seguir, e durante a cerca de 1 hora e pouco que tocaram, compara-se a um verdadeiro furacão que passou por Oeiras.

À primeira música já me tinham tirado meia sapatilha ( ou
ténis conforme o lugar que me estiver a ler, uma private joke para a Cube), já tinha levado com qualquer liquido em cima, o pó que andava pelo ar tornava irrespirável, e já me tinha transformado quase num verdadeiro hooligan de tanto saltar e gritar a plenos pulmões palavras de ordem que o Zack de la Rocha, apesar de muito pouco comunicativo com o público, cantava. Quem diria eu, um rapazito pacato, saltava daquela maneira, mas tive mesmo de fugir do mosh até porque, sem querer, rebentaram-me o lábio, nada de especial. É o poder da música. Os Rage foi, sem dúvida, o concerto mais intenso e poderoso que por lá passou, com os elementos da banda a tocarem de foram espectacular e vibrante. Por muitos anos que viverei nunca esquecerei este concerto. Apenas tive pena de não vibrar com o meu camarada Loot, mas se eu comecei a ver o concerto na 2ª fila em frente ao palco, acabei-o quase 100 metros atrás, de tal forma que fui "levado" pela multidão e também porque fugi da confusão . Mas que foi um concerto inesquecível lá isso foi, e por muitos anos que passem nunca irei esquecer aquele concerto tão curto na sua duração mas muito intenso. Aqui fica uma pequena amostra do que se passou




Créditos - Loot - Fotos 2,3 e 4
Blog Já cheiro a samádhi- Foto 1,5,6 e vídeo dos Gogol Bordello.
Todos os nomes a azul tem um link, incluindo as bandas que tem um link para uma canção deles. Para quem não os conhece, pode ser útil.

14 de julho de 2008

A pulseira laranja


A pulseira laranja foi muito mais do que uma entrada para um Festival. Ficará para sempre guardada como um símbolo. Um símbolo de 3 dias intensos de música, de diversão, de um convívio salutar entre todos, de novas amizades, de cansaço, de saltos, muitos saltos, de palmas, de gritos, do pó espalhado pelo ar, de cantarmos todos juntos, de grandes emoções, de refrões gritados a plenos pulmões, de sorrisos, de muitos sorrisos, de palhaçada, enfim, de uma variedade de excelentes momentos passados que a memória não apagará.

A pulseira laranja ficará como uma recordação disto tudo. No coração ficam todos os actos, as palavras, os olhares, e a Amizade por todos. Obrigado a todos pelo convívio e pela diversão proporcionada nestes últimos dias.

PS: Segue reportagem dos dias do Alive'08 dentro de momentos.

Foto surripiada daqui.

O regresso

As férias tinham chegado ao fim. O 1º take já foi, o 2º vem lá mais para Setembro e este ano até poderá ter um 3º, talvez em Outubro, ou em Novembro não sei bem ainda. Tudo tinha passado, tão depressa e tão intensamente. O cansaço acumulado das emoções e de toda a atmosfera de festa e diversão já pesava imenso. O comboio rolou lento, muito lento. Tentar fechar os olhos, mas não poder. " E se o revisor aparece e me acorda", penso na vergonha. Vem o revisor. Pego no livro para tentar adormecer, mas ele consegue fazer o contrário: desperta-me. " As Benevolentes" - que livro !!! Um calhamaço, mas uma obra com uma qualidade fantástica. Deixo-me relaxar. Mando a mensagem " Estou a chegar" . Passo a ponte D. Luís e sinto os olhos a cintilar. O Porto é sempre mais bonito quando regressamos de outro lugar. Todo iluminado na sua imponência. Já cheguei. Procuro-a ansiosamente. Saio do comboio. Sorrio e vejo-a ao longe. Ela corre. Mais linda do que nunca. A crescer muito. Como ela cresceu. Cada vez mais bonita. Ela corre, corre muito e salta para cima de mim. " Káká...Que saudades.Tinha tantas saudades tuas.Tenho uma penda para ti." ergue o dedinho à boca faz um schiuuu para a avó e para a tia para não dizer nada. Sorri muito, quer pegar-me na mala. Acaricia-me com a sua mão. Quer andar de mão dada comigo. Chegamos ao carro. Sorri muito. Está ansiosa. E diz " Isto é para ti. Fiz isto para ti agora, Káká."



E aí todo o meu cansaço passa, as minhas olheiras transformam-se nuns olhos a brilhar, rejuvenesço, fico arrepiado com o seu sorriso lindo e dou-lhe um grande beijo. Foi o meu melhor regresso ao meu lugar de sempre.

7 de julho de 2008

Ora então...

Pelo menos até o dia 13. Poderão me encontrar a perder-me nas ruas de Lisboa, do Cacém ou aos saltos aqui, na companhia da Cube e do Loot. Além de conhecer malta nova, e simpática, que me acompanha aqui, como a Maria del Sol. Resta-me desejar uma boa semana para todos e despeço-me com amizade.

6 de julho de 2008

Serralves e o vinil

Ás vezes quanto mais perto estamos das coisas, menos lhe damos importância. Percorremos quilómetros e quilómetros quando, tão perto de nós, temos coisas que nem damos o valor merecido. Falo dos Jardins de Serralves, mas até mais propriamente do Museu que nunca lá tinha entrado.

Para mim, Serralves deixa-me sempre boas recordações. Foi na escola ao lado que, durante os 5 anos que a frequentei, comecei a ter as minhas primeiras descobertas de adolescente. Ali foi palco de verdadeiras descobertas e aventuras, desde saltar o muro da escola para tirar das árvores, qual Tom Sawyer, pêras e maçãs, descobrir a minha paixão pelos maracujás ( o meu fruto favorito) até, pasme-se, foi lá que comecei a dar os meus primeiros beijos inocentes. Assim meio a brincar, meio a sério, mas já foi motivo de noites mal dormidas e o certo é que já lá passei bons momentos, e mais não digo.

Por vezes, aquando da realização do " Serralves em festa" passo por lá, mas neste sábado, era imperdoável se eu deixasse passar esta exposição, fui lá ver " Vinil - Gravações e Capas de Discos de Artista " onde tem, em exposição, imensos LP's e discos em Vinil, como por exemplo estes

A colecção tem desde discos dos Beatles ( é fascinante ver a capa do " Sgt. Peppers" ou até mesmo a parte de dentro do " White Album" ), Rolling Stones, Talking Heads, Velvet Underground, John Cale, discos de poesia do Ginsberg, etc, etc.

Não sou um verdadeiro fanático pelo Vinil como objecto, cresci na altura do CD e ainda sou-lhe bastante fiel, mas é uma exposição muito curiosa porque junta a música, uma das minhas grandes paixões, e a arte em redor da música. Temos artistas como Andy Warhol ( a capa do álbum da Diana Ross é magnifica), Rauschenberg, Lichtenstein, etc. Como desconsolo, posso dizer que fiquei apenas triste por não ver nenhum do Tom Waits. Por fim, ainda temos oportunidade de ouvir alguns destes discos numa grande aparelhagem que existe por lá. E foi aí que nasceu uma curiosidade em conhecer melhor uma artista que tem lá exposto muitos discos: Laurie Anderson. Têm até ao dia 13 de Julho para verem esta exposição muito interessante.

Aproveitar para um passeio retemperador, uma vista de olhos noutra exposição ao lado, uma rápida passagem pela livraria e depois um café, ou uma bebida refrescante, na esplanada, também é uma boa ideia.

Vitória épica


Quando um jogo de ténis dura quase 5 horas, teve duas interrupções pelo meio por causa da chuva, o adjectivo para definir esse jogo é apenas um : épico. A partir daí, só apenas dá vontade de perguntar duas coisas: a primeira pergunta é : não dá para vencer os dois ? A segunda é : para quando um outro jogo assim ?

Por mim, estaria ali horas e horas a ver um jogo extraordinário como este, de dois verdadeiros campeões, dois lutadores, que sofreram muito e aguentaram a pressão psicológica e sempre fisicamente no auge parecendo estarem preparados para jogaram durante mais 5 horas.
Apesar de tudo, Rafael Nadal mereceu. Teve o jogo na mão por 3 vezes, poderia tê-lo terminado muito mais cedo, mas Federer também é um grande campeão e deu tudo por tudo. Mas vibrei com a vitória de Nadal, pelo trabalho que realizou e por ter feito um campeonato sem mácula. E logo eu que não consigo dizer qual é o meu tenista favorito dos dois e fico sempre indeciso quando jogam um contra o outro...pronto, admito que prefiro ver Nadal a vencer pela paixão que ele demonstra a jogar, mas Federer é um grandissimo campeão. Por isso deleito-me com o jogo que eles proporcionam. Definitivamente, Espanha está na moda. Olé.

PS: De facto, o que menos deu gosto de ver nesta partida foi a atitude de " menina enjoadinha e mimada da Gwen Stefani". Mais valia ter deixado o Gavin Rossdale ir ver o jogo sozinho, e ele sofreu tanto pelo Federer, e ela ter-se perdido nas compras em Wimbledon.

5 de julho de 2008

Which famous photographer are you?

Ansel Adams: Known for large scale silver gelatin landscapes especially of Yosemite National Park

"Sometimes I do get to places just when God's ready to have somebody click the shutter."

Personality Test Results

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3 de julho de 2008

Um bom disco de Verão

Afinal, em Portugal, há muita boa gente que faz música bem agradável. E, em alguns casos, muito melhor do que anda a rodar nas playlists das rádios portuguesas com os mesmos artistas, e canções, de sempre.

A compilação " Novos Talentos Fnac 2008" , organizada pelo maior divulgador da música portuguesa na rádio, Henrique Amaro da Antena 3, mostra isso mesmo, que é necessário mais divulgação a alguns grupos que andam por aí perdidos.

Dividida em 2 cd's, o primeiro CD é mais na onda " pop/rock/folk" ( definitivamente o folk/pop está na moda ) o segundo é mais "dançável", a compilação está muito bem concebida e existem, pelo meio, canções maravilhosas que merecem algo mais do que o anonimato, e depois ainda ficamos curiosos para ver o futuro de algumas carreiras musicais de grupos, até então, desconhecidos do " grande público".

Por uma questão do meu gosto pessoal, o primeiro CD é o que tem mais rolado, quer no mp3, quer no carro, e posso dizer que é-me muito dificil escolher uma música favorita, já que, me parece, extremamente equilibrado e de grande qualidade.

Desde os The Guys from the Caravan ( vão andar pelas Fnac aqui em cima, vou tentar os espreitar), passando pelo Walter Benjamim ( descobrir mais da carreira dele, é urgente p.f.), Minta ( que belíssima voz, que belissima canção digna de uma Joanna Newson...), Madame Godard ( os mais "experientes" ), The Portugals ( que nome mais estúpido para banda ), Os Pontos Negros ( que letra mais divertida, parece aquelas bandas de liceu), Tiguana Bibles e Os Tornados( Tarantino iria gostar destas duas canções que mais parecem saídas da banda sonora do " Death Proof" ), Rodriguez, Os Pontos Negros, Anaquim ( Ornatos Violeta sempre a influenciar grupos que cantam em português), Andrew Thorn ( na senda de uns Wray Gunn), etc.

O mais trabalhoso vai ser descobrir mais coisas das carreiras destes artistas, mas, para mim, é sempre uma alegria descobrir boa música e ainda por cima tão pertinho de nós, isto apesar de, uma primeira espreitadela pelo MySpace de muitos deles, verifiquei que a maior parte são de Lisboa.

Quanto ao 2º CD, ainda não o ouvi com a atenção devida, embora me apercebesse que o estilo, em geral, não é daqueles que mais oiço, a não ser em saídas à noite.

São apenas € 4, a receita é para dar à AMI, encontram-se na FNAC mais cd's para se venderem, é um bom disco de Verão e de música portuguesa que vale bem a pena comprar.

1 de julho de 2008

Dias de Verão

É tempo de passear à beira do mar respirando a sua maresia. De pedrinhas de areia no meio dos livros. De beber sangria fresca. De andar descalço. De andar sempre de calções. De conversas até altas horas da madrugada. De sentir o sal no corpo. De ver a Eva Longoria a anunciar gelados. De inspirarmos-nos com o pôr de sol. Da sesta saborosa depois do almoço. Dos piqueniques de família. Do Magnum Sandwich. Das longas caminhadas sem destino. De comer melancia. De andar sem relógio. De ouvir Lhasa de Sela ao fim da tarde acompanhado de uma boa bebida fresca. De sardinhadas. De sorrir. Bem, de sorrir não, isso tem de ser sempre e não só no Verão. De repousar o corpo em qualquer lugar. De nadar muito. De jogar Cruzadex. De amores de Verão. De sorrisos malandros. De olhares cruzados. Da pele morena. De ler em qualquer lugar e de qualquer maneira. Do telemóvel em silêncio. De cantar alto no carro com as janelas todas abertas. De groselha gelhada com leite. De deitar tarde. De concertos ao ar livre. De beber o café na esplanada...

Viva as férias de Verão. As minhas já cá estão, apesar de serem apenas duas semaninhas. Vai servir para descansar, mudar de hábitos e rotinas já instaladas, descontrair um bocadinho e , tentar, divertir-me muito. Também serão férias para ir ao Alive e conhecer malta simpática que por aqui anda.