30 de janeiro de 2010

Versões improváveis ( 11 )

Depois de um dia stressante, com o corpo a necessitar de descanso, enquanto jantava solitariamente a ver o programa do Jimmy Fallon fui brindado com esta canção que foi um verdadeiro bálsamo. E porque, como diria Sérgio Godinho, a vida é feita de pequenos nadas, um grupo que à partida nunca me disse nada, ou melhor disse-me sempre pouco, deu-me muito quando ouvia esta fantástica versão. Boyz II Men, aqui ajudados pelos enormes The Roots, cantam “ Íris”, dos Goo Goo Dools.


27 de janeiro de 2010

Nas Nuvens


Se há um filme recheado de ironias esse será “ Nas nuvens”. Desde o inicio somos confrontados com essas ironias, e até ao final vamos ser conduzidos até à ironia principal: quem defendia a vida de solidão, é quase obrigado acabar por defender o contrário. É caso para dizer, é muito giro estar sozinho e fazer uma vida solitária, até altura em que conhecemos alguém que nos muda a vida. A verdade é simplesmente essa, por muito que nós, solitários, vamos tentando nos convencendo do contrário, sendo também o leitmotiv do filme.

Disfarçado de comédia romântica quando nos apercebemos que nada disso acontece (que ironia…), “ Nas Nuvens” consegue ser bem-humorado, dramático, tocando nos pontos essenciais, nunca caindo nas lamechices habituais neste género de filme, mostrando a realidade de muita gente. Foi dos filmes que mais gostei de ver num cinema nos últimos tempos.

O que não é ironia, é a brilhante ( mais uma...) interpretação de George Clooney, a surpreendente Anna Kendrick e a beleza de Vera Farmiga, mas isso já tinha dito aqui.

Um filme para ver, com uma excelente banda sonora (confesso: arrepiei-me a ouvir Elliott Smith. Mas haverá algum dia em que não fique arrepiado ?), saindo da sala com a garantia de duas horas muito bem passadas.


26 de janeiro de 2010

Festival para Gente Sentada


Já tenho bilhetes. Para os dois dias.

22 de janeiro de 2010

O destino cumpriu a sua parte. Eu também.

Agora, permitam-me, que eu desabafe um bocadinho:

Foi a muito custo. Lá me libertei por momentos dos fantasmas, indo de peito aberto contra um muro que me continua a bloquear, mas lá dei a volta.

Apeteceu-me desistir. Como sempre. No fim, senti-me um pouco triste. Desiludido comigo próprio.Porquê ainda continuo ser assim? Porquê ainda estou envolvido no meio de muros que não consigo derrubar facilmente? Porquê que, para dar um passo, necessito de dar imensas meias voltas sobre mim até ficar tonto e desistir, perdendo aquilo que queria? Porquê continuo a desistir antes de tentar? Porquê me acobardo-me logo ? Não me consigo mudar. Continuo a encolher os ombros, conformadamente, engolindo gritos silenciosos que me impedem de ultrapassar esses medos, esses bloqueios. E sinto-me triste porque penso que irei ser assim até ao fim da vida. Já não é conquistar aquilo que quero neste momento, que até pode ser uma coisa irreal ( lá está o "fantasma "a funcionar...), é aquela sensação que serei sempre assim e que irei perdendo muitas e muitas coisas pelo caminho sem que lute por elas.

As palavras não me querem sair, os gestos não acompanham os olhares, tudo bloqueia em mim, sentindo-me derrotado logo à partida.


Encontrei, nem de propósito, no Twitter, esta frase de Fernando Pessoa que me serve como um luva:


“Quando olho para mim não me percebo. Tenho tanto a mania de sentir que me extravio às vezes ao sair das próprias sensações que eu recebo”

Mas, há um motivo para um sorriso aberto. Ou um meio sozinho, um pouco envergonhado.O primeiro passo está dado. Ou melhor, foi dado um meio passo, porque o destino tem destas coisas imponderáveis, coisas que o desafiam, coisas que o impedem de começar a construir no momento, coisas inadiáveis.

Pelo menos, a esperança continua de pé e o caminho está a começar a ser construído para que o sorriso se abra completamente. Até ver. Ou até desistir, que é sempre o caminho mais fácil. Mas, desta vez, não quero mesmo desistir.

21 de janeiro de 2010

Pacto com o destino

Fiz um pacto, secretamente, com o destino.
Hoje termina o prazo de validade.
Se o destino cumprir a sua parte, estarei pronto para cumprir a minha.
Melhor, tenho de estar pronto para cumprir.
Tenho MESMO de o cumprir.
Que ele não me falhe...porque estou disposto a não falhar.

Whish me luck...


19 de janeiro de 2010

Ando a jogar as cartas com o destino à demasiado tempo. É altura de sacar o meu ás de trunfo.

18 de janeiro de 2010

Alguém saberá como conseguir ver o jogo de beneficência " Hit for Haiti" ? Ou a melhor solução será mesmo ver, por partes, no Youtube ? Aqui estão algumas fotos engraçadas da partida.

17 de janeiro de 2010

Do Twitter


Já estive com menos vontade de eliminar a conta no Twitter. O copo está quase a transbordar.

15 de janeiro de 2010

Them Crooked Voltures

Comecemos pelos mais míticos: no baixo, John Paul dos Led Zeppelin. Passemos para os génios porreiraços: na bateria, Dave Grohl, ex-Nirvana e Foo Fighters. Terminemos nos mais poderosos: na voz e guitarra, Josh Homme, dos Queens Stone Age. Juntemos o abençoado, e sempre imortal, espírito do rock’n’roll. E também uma verve imensa. Uma vontade de fazer algo poderoso, algo maduro, consistente, com uma enorme garra. No final temos os Them Crooked Voltures. E são responsáveis pelo disco que, neste momento, estou viciado.



Diz-se por aí que eles são bem capazes de actuarem no Oeiras Alive. É que nem necessito de dizer mais nada: estou lá.

14 de janeiro de 2010

Os melhores saldos do mundo

são aqueles que me permitiram comprar isto por 15 €.

e para que percebam o porquê, vejam o preço disto na Wook .
Haverá coisa mais dificil do que um primeiro passo ?

12 de janeiro de 2010

Man on Wire

Ando a ficar um imenso apaixonado por documentários. Penso que eles conseguem transmitir uma força imensa aos espectadores, um conhecimento da vida muito mais do que os filmes, adoro o processo de aprendizagem que está quase sempre envolvido neles.

Neste fim de semana, e depois de ter acordado ficando encantado com a neve que caía na cidade, vi " Man on Wire", um excelente documentário, sobre a história da aventura do funâmbulo Phillippe Petite que cometeu o maior, e mais maravilhoso, crime artístico que há memória na história: em 7 de Agosto de 1974 atravessou as Torres Gémeas do World Trace Center em cima de um arame.

Foi com 16 anos, que depois de ver uma noticia no jornal sobre a construção das Torres Gémeas que nasceu o seu grande sonho. Viveu para ele durante 6 anos, aprendeu de fio a pavio todos os segredos das Torres, estudou, programou, convenceu algumas pessoas para que alinhassem no seu sonho, sonhou, não parou de sonhar e…conseguiu. Atravessou 8 vezes, durante 45 minutos, esteve no topo do mundo, sem medo, sentido-se o rei do mundo.


O documentário acompanha tudo, desde o momento do nascimento do sonho, até à concretização do mesmo, Petite consegue-nos transmitir o seu entusiasmo, ele transporta-nos para dentro do seu sonho e leva-nos encantados ao seu mundo maravilhoso.

É de um sonho que aqui se fala, e da concretização do mesmo, da sua força, do seu querer, do derrubar as barreiras do impossível em busca de algo. É da vida que se fala daqui, e de como se deverá viver. Verdadeiramente inspirador.


8 de janeiro de 2010

Versões improváveis ( 10 )

Não era esta versão que iria postar, era uma outra, também fantástica, da mesma cantora, mas adorei esta e penso que será mesmo uma "versão improvável".
A maravilhosa Natasha Khan, no seu projecto Bat for Lashes, canta " Sweet Dreams" dos Eurythmics, e, pois claro, está excelente.


7 de janeiro de 2010

A ( minha) bola de cristal

Quando era pequenino, todos os anos, mais ou menos por este altura, aparecia na televisão, e nos diversos jornais, uma figura conhecida como o " Prof. Zandinga" que, com as suas "qualidades", transmitia ao povo português as suas previsões para o ano seguinte.

Invariavelmente, nas suas previsões havia sempre uma figura conhecida internacional que iria falecer (ou era o Papa João Paulo II ou o Fidel Castro), iria acontecer uma grande catástrofe nacional e o Benfica seria campeão. Na minha inocência de miúdo, nunca compreendia o porquê da separação de “catástrofe nacional” com o “Benfica ser campeão”, sempre pensei que o Benfica ser campeão é o suficiente para ser uma catástrofe nacional, logo não poderiam estar as coisas separadas. Coisas de míudos que, felizmente, ainda não compreendi bem.

Este ano, resolvi inovar, fazer-me de Zandinga e tentar adivinhar 4 factos que vão acontecer, este ano. Ou melhor, no meu balanço anual irei dizer estas 4 coisas:

- Foi giro o concerto dos Arcade Fire, brilhante o concerto dos The Strokes mas inesquecível foi mesmo ver o Bruce Springsteen ao vivo.

- A festa do Penta foi linda, e na Taça de Portugal foi uma grande vitória .Na Champions League, o Barcelona foi melhor mas foi giro ver a melhor equipa da Europa jogar no Dragão nas 4ªs finais…aaaahhhh...e em Dezembro de 2010 Jesualdo Ferreira já não é treinador do FCP.

- Espanha Campeã do Mundo justamente, Brasil foi um digno vencido na final. Portugal fica nos 4ºs de final.

- Novas eleições e Sócrates volta a ganhar…ora porra. Mas, ao menos, a esquerda é agora maioria.


Tentem adivinhar também. Este ano, há mais um motivo de curiosidade. Tentar ver o quanto sou adivinho.

5 de janeiro de 2010

Adiós, La Llorona


Soube da tua ausência deste mundo,
e fiquei perdido no labirinto
que a escuridão me envolveu.

E agora, pergunto-me inquietamente,
para onde vais, Anjo que me secavas as lágrimas
e lambias-me as feridas do amor.

Para onde vais, pássaro esvoaçante,
nómada beija-flôr. Para onde levas
a magia das tuas palavras,
a beleza do teu canto.

O eco cantado da tua dor
embalava o meu sono,
como uma mãe embala a criança
que chora sem parar.

Agora sim, fugiste do teu deserto,
quebraste as fronteiras da vida.

Sonhei que sorriste para mim,
porque
encontraste o caminho do céu dos imortais.



4 de janeiro de 2010

Lhasa de Sela ( 1972-2010 )

Adormeci sobressaltado. Tive medo que o rumor que o Twitter estava a propagar fosse verdade: tinha morrido Lhasa de Sela. Dormi com medo. Como se ela fosse a da minha família. Acordei e confirmei que afinal a mulher que amparava a minha tristeza, que parecia que cantava as minhas dores, que me fazia sorrir com a sua melancolia, a mulher o qual sempre invejei o seu nomadismo, a sua liberdade de viver, desapareceu deixando-nos um legado imenso de belíssimas histórias cantadas.
A última vez que tinha ouvido falar dela, foi no álbum do Patrick Watson, “ Wooden Arms”, onde ela (en)canta com a sua voz em duas canções.

Aqui ficam alguns exemplos da sua genialidade,



aqui com Patrick Watson ( não encontrei a interpretação de "Wooden Arms" onde ela brilha. Apesar de já doente, ela tem esta interpretação espectacular )



também podem ver uma actuação para o fabuloso site "La Blogotheque " um especial da Lhasa, intitulado " Lhasa, un au-revoir" e podem encontrar uma sua entrevista, muito curiosa, onde ela tem frases maravilhosas, verdadeiras lições de vida, com Carlos Vaz Marques, em 2005, aqui. Se não quiserem ouvir a entrevista, então fechem os olhos e passem à frente até aos 28 minutos, onde ela canta fado.

PS: O post a seguir é uma pequena homenagem minha. Escrevi-o sem qualquer intenção de ser poeta, ou melhor nem sei se é um poema, é, podem vê-lo assim, apenas uma tosca e timida homenagem de um grande admirador.

3 de janeiro de 2010

A minha década

Mais uma década que passou.10 anos é muito tempo. Mas, olhando para trás, vejo que talvez tenha passado depressa. Demasiado depressa. Agora estamos num tempo onde vimos passar a vida, quase ao nosso lado, sem darmos por isso. Vive-se depressa, demasiado depressa para podermos gozá-la como merecemos.

À 10 anos tudo era diferente, tudo parecia ser mais calmo, éramos donos do nosso tempo, a vida era mais relaxada, tínhamos tempo para tudo e agora queremos ter tempo para tudo. “ Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, como diria o poeta,” muda-se o ser muda-se a confiança, todo o mundo é composto de mudança” completa, acertadamente, o poeta e nós que todos os dias mudamos um bocadinho que seja, somos parte dessa mudança, muitas vezes, sem dar por isso.


À 10 anos era um miúdo tímido, na flor da maioridade, demasiado tímido e introvertido para viver, hoje o meu trabalho obrigou-me a ser mais aberto e agora sou menos, muito menos, tímido do que era, embora ainda tenha as mesmas amarras que me impediam de fazer e dizer algumas coisas.

Era um rapaz que estudava no secundário e tinha todos os sonhos do mundo, entretanto, deixei de estudar, pus os pés no chão e trabalho à 8 anos, começando por ganhar o ordenado mínimo, sendo que agora ganho bem mais à custa de subidas de categoria.

À 10 anos usava cabelo comprido, 10 anos depois rapo o cabelo de 15 em 15 dias, era um míope que usava óculos, hoje sou um míope que usa lentes de contacto, à 10 anos sonhava com um carro, mas nem carta tinha, entretanto tirei a carta, comprei um, novinho, mas depois trai-o logo quando tive a 1ª oportunidade e troquei-o por um melhor.

À 10 anos atrás, apenas tinha os meus avós paternos. Deixei de os ter e já não tenho avós. À 10 anos o amor fazia parte de mim, e era, pensava eu, correspondido, agora já não lembro do que é isso.

À 10 anos, ia uma vez por outra ao Estádio das Antas, era uma festa, entretanto fiz-me sócio do FCP, comecei a ir habitualmente ao Estádio das Antas, posteriormente, fiquei de coração apertado com a sua demolição mas feliz por ter visto erguer o Estádio do Dragão. À 10 anos lembrava-me pouco do FCP ter sido campeão europeu e do mundo. Nestes 10 anos vi o meu clube ser campeão nacional 6 vezes, ganhar 5 Taças de Portugal e Supertaças, ser novamente campeão europeu e campeão do mundo, e vencer a Taça Uefa. O Presidente continua o mesmo, e espero que daqui a 10 anos também esteja.

À 10 anos li-a muito menos, mas mesmo muito menos, do que leio agora. Na música, sempre foi o melhor escape da minha vida, fazia compilações nas k7´s, imaginando programas de rádio, ouvi-a num walkman da Sony, depois veio o discman e agora tenho um Ipod nano que nunca me avariou nos 4/5 anos que o tenho e é o meu companheiro nas caminhadas do dia-a-dia. À 10 anos não sabia muito bem trabalhar com internet, hoje até para o trabalho não posso viver sem ela. No cinema, vejo tantos ou iguais filmes do que naquela altura, a oferta é que é maior. Vi ao vivo Bob Dylan, Nick Cave, Rage Against the Machine, PJ Harvey, Neil Young, Ben Harper, tudo grupos que à uma década atrás apenas sonhava ver. Conheci outras bandas e vi muitos e muitos espectáculos.

À 10 anos era um preguiçoso de primeira e não fazia ginásio, fazia parte de uma direcção de um clube de futebol, agora deixei o futebol, e disfarço a preguiça indo para o ginásio, e fico triste quando não posso ir. E, podem crer, ganhei mais tempo e anos de vida. À 10 anos o mais longe que tinha ido era Espanha, agora o mais longe que fui foi Londres.

Nesta década que findou, nasceu a Patrícia, uma rapariga em familia maioritaria de homens, por isso é o verdadeiro razão de mimo de toda a família, entretanto, e como o tempo passa, já está no primeiro ano da escola. O Fábio ainda era bebé quando a década começou, agora é um bebé grande que gosta de hip-hop, grafittis e verdadeiro animador da familia com as suas anedotas e imitações.

À 10 anos vinha de uma década onde a morte esteve muitas vezes presente, e de forma intensa, na minha casa, agora tudo, felizmente, aliviou e passou essa fase.

Foi uma década de muitas aventuras, algumas perdas, muitos ganhos, de alegrias, de tristezas, muitos sonhos perdidos, alguns concretizados, outros nascidos, uma década de amadurecimento. Iludi e desiludi muita gente, vivi iludido e fiquei desiludido algumas vezes. Ganhei amigos, mas também os perdi, penso que nem ganhei nem perdi inimigos.

Quando olho para trás e vejo o que fui, o que sou, o que vivi, o que não vivi, o que procurei e encontrei, o que perdi, o que ganhei, como ganhei e porquê ganhei, e penso que a minha década foi uma década muito boa.


10 anos é muito tempo, como digo no primeiro parágrafo. Mas passam tão depressa. Não deixem que a vida passe por vós. Porque, no fundo, vida, apenas existe uma. E é nesta que temos de deixar a nossa marca. Porque quando olhamos para trás, já poderá ser muito tarde.

1 de janeiro de 2010

As imagens ( possíveis) de 2009


Cumprindo uma tradição, que o ano passado não cumpri, aqui ficam 12 imagens de acontecimentos que me marcaram no ano de 2009. Foi feito um bocadinho à pressão, por isso ainda esqueci de várias coisas que mexeram comigo. Alguns, muitos, livros, filmes , muitas músicas, o Bruno Aleixo que tanto me fez rir, o Twitter, o Facebook, etc, poderiam estar cá, por exemplo. Para o ano, prometo fazer a coisa mais direitinha.