31 de dezembro de 2007


Sendo assim, despeço-me deste ano, sem promessas, mas com desejos a todos que tenham um FELIZ ANO NOVO com muita saúde, muitas coisas boas, muita paz, muito amor, e que todos os vossos desejos e esperanças se realizem. FELIZ 2008

30 de dezembro de 2007

Estive para fazer um post interessante, daqueles posts interessantes, nos quais sobreponho imagens sobre imagens, todas elas muito giras, e dou o título pomposo, e original, de " imagens de 2007".

Desculpem, estou a ser mentiroso, eu fiz isso, peguei em várias imagens e comecei a fazer tipo um puzzle, com os álbuns que me marcaram durante este ano, as séries televisivas e os filmes mais interessantes que vi, uma peça de teatro que adorei ir ver, uma foto do meu novo carro, três imagens referentes ao meu clube, capas de livros marcantes, estava tudo lá, muito bem organizado.
Acho que até estava giro, mas, ( já vos disse que eu era um pouco despassarado ?), fiz aquilo num documento word e quando chegou a altura de o postar, verifiquei que não dava, que era preciso transformar aquilo num ficheiro de imagem.

No entanto, enquanto estava a fazer aquilo, vi que faltava muitas outras imagens, de muitas outras coisas, que me marcaram durante 2007 .

O tempo está, cada vez mais, a passar depressa, a velocidade a que estamos a viver é duma forma tão rápida e tão intensa, que nem conseguimos gozar os momentos bons, ou nem temos tempo de curar as feridas. E depois passamos por tanta coisa, durante um ano, e tudo nos é apresentado duma forma tão intemporal, que nem nos apercebemos que aquele filme que vimos ou aquele livro que lemos foi este ano, pensamos que já foi à muito tempo atrás.

No outro dia, disseram-me " ei, cara, o tempo passa por nós que nem bala, nossa senhora ", e é mesmo verdade, só espero que quem tenha a pistola ponha um retardador para gozarmos com mais calma o próximo ano.

Amanhã, todos diremos " mais um ano que passou ", todos nos sentiremos mais velhos um bocadinho, mas, será que estaremos sempre preparados para esta toda urgência de viver, de conhecer coisas novas, de acompanhar este desenvolvimento efémero, não se podia pôr um bocadinho de "slow" nisto, de deixar de viver em " fast forward" ?

Eu adoro conhecer coisas novas, sou curioso por natureza, gosto de me informar, de saber as novidades que se passa no mundo, mas, ás vezes, viver a esta velocidade cansa.

PS: O documento com as imagens ainda continua na pasta, à espera de ser eliminado, no entanto, se alguém me quiser dar conselhos como transformar aquilo em ficheiro de imagem, agradeço.


29 de dezembro de 2007

Para animar este fim de semana, nada melhor do que


FAMILY GUY...delicioso.
Releio várias vezes o meu post anterior e, sinceramente, não sei o que dizer.
Vejo que está ali alguém que, apesar de estar satisfeito e feliz com aquilo que conquistou, está tremendamente inseguro com aquilo que falta conquistar, ou que deseja conquistar no seu futuro. O pior disso tudo é que não sabe bem porquê está assim, portanto, está envolvido numa tremenda confusão.

Enfim...venha de lá o outro ano, depressa, para ver se deixo esta fase para trás.
Nesta altura do ano, quase toda a gente olha para trás fazendo uma reflexão daquilo que foi feito , ou daquilo que ficou por fazer, no ano que está no fim.

Sinceramente, não me apetece muito olhar para trás, não porque o que deixei para trás foi mau, muito antes pelo contrário, mas sim porque o que quero não está atrás, mas sim ali, bem à frente e é, como diz outro, " caminhando se faz o caminho".

Interessa-me mais caminhar, com passos seguros, olhando em frente, tentando ter várias experiências de vida, mesmo que algumas delas sejam erradas, porque é com os erros que vamos aprendendo e crescendo como pessoas.

Posso dizer que tive um ano muito bom, e a partir de uma certa data parece que a vida me começou a brindar com coisas boas. Foi 2 dias antes do meu aniversário, quando recebi a noticia que iria fazer parte do quadro da empresa onde trabalho, e que, a partir daquele momento a base para que o meu futuro seja mais sólido, mais tranquilo, mais seguro, estava a ser construída como eu gosto, passo a passo.

Parece que foi um bom presságio para o que veio acontecer, no plano pessoal, neste último semestre, fiz algumas amizades com gente bonita, simpática e amiga, fiz uma dieta que me proporcionou, acima de tudo, estar bem comigo próprio e isso deve-se notar porque também comecei a relacionar-me com as outras pessoas doutra forma, penso que até tive mais mudanças na minha forma de ser do que no meu corpo, lá diz o povo " mente sã, em corpo são", agora sou mais paciente com os outros, mais calmo, muito mais extrovertido do que era, se bem que continuo o mesmo despassarado e inseguro de sempre, incapaz de dar o primeiro passo porque tem medo de se magoar, ou citando o post do blog da Tânia, ás vezes sinto-me mesmo como o Wally perdido na multidão, continuo a ter os mesmos defeitos, como toda a gente, mas penso que estou diferente.

Além disso, tive outras mudanças materiais, tais como um carro novo, que me fizeram feliz, se bem que isso é o menos na vida, porque o que levamos deste mundo são os sorrisos, as amizades puras, o amor, o ódio, as alegrias, as tristezas das pessoas que gostamos e o conhecimento de tudo aquilo que nos rodeia.

É claro que ficaram muitas e muitas palavras por dizer, imensas coisas para fazer, outras coisas que poderia ter feito/dito doutra forma, coisas para construir e outras para reforçar, sonhos que ficaram por caminho, outros que ficaram em suspenso, ainda me faltam tantas coisas, coisas que em 2008 poderei mudar ou conquistar, mas, enfim, não me posso queixar daquilo que 2007 me trouxe, apenas desejo que 2008 seja a continuação deste último semestre, já não digo melhor, pelo menos, igual, o que já não é mau, nem é pedir muito, porque tenho a consciência que existem muitas mais pessoas com piores razões de queixa do que eu.

PS: Releio o texto que escrevi, pensei muitas vezes em não publicá-lo, ficar perdido nos rascunhos, e até pensei em não aceitar comentários, mas resolvi, à ultima da hora, aceitar.
Esta indecisão devia-se, sobretudo, ao meu grande defeito, de ser inseguro, achei que as pessoas pensassem ,ao ler isto, entre outras coisas, " olha-me este convencido, a dizer que é melhor pessoa", ou que pensem que isto é uma propaganda à minha pessoa, mas não faço planos de ser politico, nem de ir a eleições.
Quem me conhece mais pessoalmente, e lida comigo muitas vezes, sabe que mudei, espero que seja para melhor, pelo menos tentei e faço por isso.
Todos os anos nesta altura, assim como no dia do meu aniversário, gosto de fazer um pequeno balanço da minha vida, e achei, por bem, antes de escrever num diário, preferi fazê-lo no blog, que é como se fosse o nosso diário, mas com mais público, mesmo que seja 7/8 pessoas.
Interpretem este meu post como uma conversa em voz alta com o meu espelho que reflecte, não a minha imagem, mas sim os meus sentimentos e pensamentos, ou então como um desabafo entre amigos .
E como sou um inseguro dos diabos já estou com a sensação de que as pessoas interpretem este PS como sendo falso, mas não é, acreditem, foi do fundo do coração que saiu isto tudo. E mais sairia se tivesse coragem de dizer outras coisas. Ou isso, ou estou a passar aquela fase do Wally que a Tânia falou, que é o mais certo.

27 de dezembro de 2007

"De la musique avant toute chose" ( I )


" Não sei se em Marte existe, existirá, ou se alguma vez existiu vida. Certamente, seria uma vida chata, eles lá não devem ter sinais electromagnéticos, ou, se calhar, não devem saber descodificar essas ondas e transformá-las em ondas sonoras, ou digitais ou analógicas, ou todas essas coisas complicadas que nunca pensamos que existe quando ouvimos uma música numa rádio.

Não foi através da rádio que descobri esta canção, mas sim através da imagem, de uma imagem reflectida num monitor do meu computador.
Aquela pequena luz, que se aproxima para bem perto de nós e nos começa a envolver, é uma imagem belíssima, parece um planeta, não sei se é Marte ou se é outro, a chamar por nós.

Depois ouvimos aquele som, aquele som infantil, que nos faz recordar aquelas caixinhas de música que tanto apreciávamos quando éramos pequenos.

De repente, oiço a primeira frase " It's a God awful small affair
/To the girl with the mousey hair " e sinto que, afinal, é mesmo para um planeta que aquela música me quer levar. Aquela voz, em falsete, maior do que tudo, leva-nos para um planeta distante, belo, elegante, intenso, puro, arrepiante.

Fecho os olhos e deixo-me ir naquela viagem e não quero sentir que ela irá terminar, quero descobrir como é a vida naquele planeta e deixar-me levar."



( versão da música " Life in Mars" de David Bowie, interpretada por Neil Hannon(dos The Divine Comedy) e Yann Tiersen. Agradecimento especial à Maria del Sol por me ter dado a conhecer esta música.)



" De la musique avant toute chose"

A cada dia que passa torno-me adepto desta máxima do poeta Paul Verlaine, apesar de ser um fanático por livros e tudo em seu redor, ( no mesmo poema ele diz"...e tudo o resto é literatura), de ser um seguidor curioso de tudo o que se faz, e como se faz, no cinema, e de acompanhar, umas mais do que outras, todas as outras formas de expressão artística, relativamente à musica, sou um megalómano .

A maneira como se descobre música , mudou muito desde os meus tempos da adolescência até agora, o mais curioso de tudo é que a minha adolescência não foi assim à muito tempo atrás.

Recordo-me das discussões musicais, em tempos de escola, enquanto líamos o " Blitz", das compilações feitas por K7, como se tivéssemos a fazer um programa de rádio, o trabalho a carregar no "rec" e depois ouvir atentamente quando a música terminasse para carregar logo no "stop", de ficar todo contente porque a passagem de uma música para outra foi feita sem saltos, de ficar revoltado com os locutores porque eles falaram por cima da música, etc.
Nada melhor do que ler o livro " Alta Fidelidade" de Nick Hornby, sem dúvida um dos livros, e filme também, da minha vida, porque me revejo completamente nas suas personagens.

Hoje, em tempos de megabites e gigabites, a música que não se gosta coloca-se na pasta " reciclagem", e elimina-se os ficheiros para não ocuparem espaço no pc, antigamente gravava por cima, quando arrumei a minhas k7 no sótão fiquei com o coração destroçado, estava a fechá-las na caixa e a recordar velhos momentos de "maluquice ", dirão uns, mas eu diria de paixão a uma coisa, neste caso à música e a tudo o que ela nos transmite.

Lembrei-me disto tudo, quando me aconselharam que descobrisse uma música no Youtube, quando antigamente me gravavam numa k7. Agora é mais fácil e muito mais rápido podermos conhecer tudo do autor/interprete, o que de certa forma é muito melhor, mas perde-se aquela magia da descoberta.

A partir de agora, cada vez que postar aqui uma música, esta frase será o título, como se a música em si provasse que Verlaine tivesse razão e será acompanhada com um texto, meu ou de outro autor.

26 de dezembro de 2007

The dream come true

24 de Dezembro de 2007 às 22 e qualquer coisa, em minha casa.

Início da distribuição das prendas, o mais pequeno entusiasma-se e começa à procura das suas prendas, nascem os sorrisos e agradecimentos, beijos e cumprimentos trocados, um piscar de olho cúmplice,

- esta é a última, esta é a última. Não abras já esta.


o chão começa a ficar cheio de papel de embrulho, uma confusão imensa, todos falam alto, muitos sorrisos

- Para quê foste gastar dinheiro nisto ?

- Oh...Vê lá se te serve.Vê se te fica bem .

a última prenda sempre a ser afastada.


- Esta não ! Já te disse, é só a última.


- Mas para quem é isto ? É para o miúdo ?


Recordo-me da minha infância, da ansiedade para abrir as prendas e do sonho em receber um Playmobil,
( era louco por Playmobil e em construir coisas, qualquer dia lembro-me que tenho de construir uma vida ao lado de alguém...),

- Olha papá, fiz esta casa. Gostas ? Agora vou fazer outra.


ou um carro telecomandado,

- Vês, vês. As rodas levantam e giram, olha, olha
.

ou aquele rádio com microfone incorporado que dava para imitar os relatos que ouvia

-Aqui, em directo do Estádio das Antas, o FCPorto está a ganhar com um golo do Madjer ( sempre o Madjer ), o homem do calcanhar de Viena, por 1 a 0 .


percorro os olhos e vejo uma caixa grande, um sorriso lindo e largo,


- Pega. Esta é para ti.

- Para mim !!!??? Mas...mas já me deram. O que vocês foram comprar ? - digo eu, embaraçado.

As mãos gelam, a caixa pesa um bocadinho, começo a desembrulhar, o mundo começa a andar mais devagarinho, quase a parar, e as pernas começam a perder forças

- Tu queres ver que...não me digas que vocês...

começo a desembrulhar tudo, a tirar o laço cuidadosamente, as palavras começam-me a faltar e de repente fico sem reacção, o mundo pára, quando vejo isto

começo a pensar neste pedido,

- será que eu mereço isto ? será que irei merecer isto ?

as palavras não me conseguem sair, fico envolvido num turbilhão de sentimentos,

- para quê vocês gastaram tanto dinheiro nisto ? Eu ia tentar comprar isto. E eu já a programar naquilo que ia comprar com os cheques-prenda.

de repente, fui criança outra vez, voltei aos meus tempos de infância, dou dois beijos de agradecimento aos melhores pais do mundo, não porque me deram isto, porque os filmes duram apenas 4637 minutos, mas porque o meu amor por eles, e o amor deles por mim, durará toda uma eternidade.

23 de dezembro de 2007

Desejo a todos um FELIZ NATAL com muita paz, saúde, que os sorrisos de alegria façam parte da festa e que o Pai Natal lhe tragam muitas prendinhas boas. Um grande beijo e abraços para todos.

Adenda importante para a minha reputação sobre esta fotografia: por baixo do fato de Pai Natal, tinha vestido 2 camisolas, um pijama e um robe, o que originou, além de um Pai Natal muito mais volumoso, que passados 5 minutos estava com a cara completamente vermelha com o calor, facilmente comprovável com outras fotografias. Até dava um ar de Pai Natal que tinha vindo directamente da Lapónia, com luvas, depois com óculos e tudo. Brincadeiras que, infelizmente, este ano não irei repetir. A menina, a minha prima mais pequenina, que foi o motivo para isto, não estará cá :(


22 de dezembro de 2007

Isto faz-me lembrar alguma coisa


20 de dezembro de 2007

Planos para 2008


" Os melhores sketches dos Monty Python" no Coliseu do Porto entre 19 a 23 de Fevereiro


Lou Rhodes na Casa da Música no dia 1 de Março

18 de dezembro de 2007

Cold cold night



e não é que agora o meu nariz deu numa de termómetro e fica vermelho quando está frio ?
Em relação ao post anterior estou um pouco mais animado. Já tive noticias dele, começou a quimioterapia, está a correr bem, se é que uma quimioterapia corre bem, e têm falado com ele, mostrando-se cheio de coragem, embora um pouco abatido, o que é compreensível.

Prometeram-me passar o telefone quanto falassem com ele, o que me fez animar mais o dia e estou ansioso por lhe dar uma palavra de apoio.

17 de dezembro de 2007

A música ecoa nas colunas mas nem tomo a atenção ao que está a dar, tal é a concentração com que estou a trabalhar, digamos que estou entretido a trabalhar, que é uma forma menos chata de se dizer que estou a trabalhar.

De repente, oiço, ao longe, a sua voz forte a chamar-me, a pedir a minha atenção por um momento. Saio da cadeira, tenho mais um ataque de tosse que nestes dias me persegue como se fosse algo já meu, e chego ao pé dele com a expectativa do que me vai dizer :

" Sabes, o Artur do Antendimento ? " - pergunta-me com voz triste.
" Sei, o meu amigo Artur. " - acrescento eu, sorrindo.
" Eh pá, o João Miguel disse-me, mas olha que isto não se pode falar lá na sede, que ele tem cancro...nos pulmões...uma pessoa tão educada, tão simples...ah, e nunca fumou na vida dele. "

" Nunca fumou na vida dele", essa frase fica-me na memória enquanto olho para o cinzeiro cheio de cigarros apagados de quem me deu a noticia. Uma frase assim dita daquela maneira tão cruel. Como a vida é irónica. E injusta, sim, muito injusta.

Pensei nele, e recordei-me daquilo que eu conheço melhor, da sua voz aveludada e quente sempre simpática e disponível para ajudar, na sua afirmação quando percebia que era eu que estava no outro lado do telefone

( - Então, como vais, meu malandreco ? )

enquanto eu me desfazia em sorrisos e perguntava-lhe se estava tudo bem com ele.

Recordei-me de o convidar para um almoço juntos e mostrar-lhe a cidade, os seus segredos e os cantos onde me perco

( - Então, quando vem ao Porto ? Tem de provar as francesinhas ?
- Eiiiii...Aos anos que não vou aí. Francesinhas ? Que é isso ?)

e eu explicava-lhe o que era, que a francesinha só é boa se estivéssemos acompanhado por loirinhas e ele dizia

( - olha que malandreco, tu me saíste. Por loirinhas ?
- bem, eu falava das loirinhas, mas daquelas que é de beber, mas eu não me importava de estar acompanhada por outras loirinhas que fala. Afinal, nesta história, estou a ver que o malandro não sou eu . )

e sorriamos os dois juntos como se fôssemos duas crianças.

Recordo-me de estarmos um bocado a falar da nossa vida, dos seus filhotes, da sua terra natal tão longe no mapa, mas sempre perto do coração, de me dizer que aquilo era lindo, que tinha imensas saudades de lá, do calor tropical, da comida maravilhosa, de tudo

( - Um dia que possas vai lá. Cabo Verde é lindo, sairás mais inspirado. Sonho, um dia, ir para lá.)

e eu sonhava juntamente com ele como se o sonho também me pertencesse.

Recordo-me daquela manhã de calor sufocante que o vi pela primeira, e única, vez, entrei no gabinete acompanhado do chefe, senti logo o carinho de todos e ele deu-me um abraço especial.

( - Então, malandreco. Vieste conhecer a malta ? )

ele piscava-me o olho, eu sorria timidamente com tanta atenção centrada em mim, nem sabia o que lhe dizer.

Recordei-me de vários diálogos a dois antes de passarmos para os assuntos de trabalho, dos conselhos que me dava, das coisas que eu lhe dizia misturadas com um sorriso, o que o levou a apelidar-me, carinhosamente, de " meu malandreco ".

Fiquei mudo perante o que o meu chefe disse, pensei na frase , "...olha que isto não se pode falar na sede ", e senti-me impotente. " Porquê não posso falar nada na sede ?", apeteceu-me perguntar. Porquê não posso perguntar apenas o número de telefone dele para lhe dar apenas uma palavra de força, para voltar a fazer-lhe o convite, ou apenas para voltar a ouvir a sua voz aveludada e cheia de amizade e simpatia.Que terrível vicio de esconder as doenças como se isso fosse algum crime ou um caso de vergonha.

Voltei para o meu lugar triste. Pousei os olhos no telefone e apeteceu-me telefonar logo aos meus outros colegas para saber dele. Mas como será que ele reagia ? Será que não me levará a mal ? Será que não gostaria ? Dúvidas assaltam-me, mas um dia, talvez quando tiver coragem, farei isso e falarei com ele nem que seja para voltar a ouvir a chamar-me por " meu malandreco "

Entretanto, tenho mais um ataque de tosse e penso "que porra de tosse é esta ? Que tosse é esta ? Quero lá saber da tosse, isto não é nada comparado com aquilo que o meu amigo Artur tem."

Estamos sempre a nos queixar, mas temos de pensar que existe alguém sempre pior do que nós, mas que, por vezes, possui uma força maior do que pensamos existir.

Mesmo que saiba que, se calhar, ele nunca irá ler isto apenas digo " força amigo, estarei a torcer por ti, mesmo que seja silenciosamente."

15 de dezembro de 2007

Predadores - plural de predador do Lat. praedatore
adj. e s. m., Zool.,
animal ou designativo de animal que ataca outros, destruindo-os. ( in Dicionário On-line Português )




Acabei de ler o livro " Predadores", e aconselho-o vivamente a que o leiam para perceberem alguns meandros políticos da sociedade actual, mais concretamente da sociedade angolana, mas que bem podia ser da sociedade mundial, assim como ver até onde vai a crueldade, a injustiça e a safadeza do, chamado, " novo-riquismo", no caso particular de um politico, mas facilmente reconhecível também nas outras pessoas em geral.

Acompanhamos a história de um homem, José Caposo, mais tarde irá mudar o seu nome para Vladomiro Caposo para soar mais " revolucionário " aos olhos dos guerrilheiros comunistas que conseguíram o poder, que na altura da revolução em Angola, decide mudar de vida transformando-se, à medida que os anos vão passando, num "predador" caçando, usando, ferindo e até matando quando foi preciso as suas "presas" sempre em proveito próprio, enriquecendo e tornando-se numa das pessoas mais influentes de Angola durante os últimos 30 anos.

A corrupção, as amizades obscuras, as influencias de poder numa Angola cheia de riquezas naturais, a submissão da comunicação social aos políticos poderosos, a miséria daquele país africano contrastando com a riqueza dos seus governantes é aqui retratada de uma forma pura, dura, realista mas fascinante.

A primeira sensação que fiquei quando comecei a ler este livro é que a maneira de escrever de Pepetela me fez recordar um autor que eu adoro, basta dizer que foram os seus livros que me reavivaram o gosto pela leitura, Jorge Amado.
Provavelmente foi uma das maiores influências de Pepetela para a escrita deste livro, tal é a forma como são parecidos, reconheci a sua devoção pela sua terra de origem, a doçura das palavras quando fala em amor e até a crueldade dos poderosos são equivalentes, mas isso não é nenhuma critica, antes pelo contrário, fiquei a gostar muito da escrita de Pepetela e estarei atento às suas obras. Para ler, urgentemente, para vermos e percebermos melhor o mundo daqueles que nos governam.

13 de dezembro de 2007

Ele resiste

Sem dúvida, existem noticias inspiradoras de pessoas que conseguem passar os seus maus momentos pensando na sua família, nos seus amigos ou até nos seus animais de estimação .
Outros há que gostam de recordar momentos através de canções que os inspiram e conseguem se libertar de todos os complexos de inferioridade e até usam essas mesmas canções para lhes darem força e coragem para viver certos momentos e vencer na vida.

Esta semana fiquei intrigado quando li esta noticia. O guarda-redes da selecção do Socolari, aquela personagem que gosto de tratar por Calimero lesionou-se gravemente num joelho mas aguentou até ao fim do jogo porque cantou, durante o tempo que restava para a partida terminar, a versão da música de Gloria Gaynor " I Will Survive", canção essa que o transformou numa pessoa capaz de aguentar todas as adversidades, todos os complexos de inferioridade que tem, e as imensas dores no joelho que o impediam de fazer uma partida normal, como por exemplo, sofrer muitos golos já que a posição no campeonato da sua equipa não é lá muito famosa.

Segundo consta, não parece que o tenha tornado melhor guarda-redes, mas isso agora não interessa para nada, o que interessa relacionar é esta música ao momento de força do guarda-redes preferido de Socolari.

Numa pesquisa que fiz, foi curioso constatar que esta música inspirou também algumas pessoas por este mundo afora a saírem do armário e virem para a rua de peito feito, cabeça levantada, e outras partes do corpo empinadas, orgulhosas de serem aquilo que são e prontas para combater todo o preconceito que as cercava.

Mas para perceberem melhor as pessoas que esta música inspira, é favor ver este vídeo para perceberem aquilo que estou a dizer. Curioso verificar é que o tom de voz tão fininho faz-me lembrar alguém. Quem será ?

12 de dezembro de 2007

Ás vezes, outros dizem aquilo o que gostaríamos de ter escrito

" Desperdiçamos tudo demais. O tempo escorre-nos pelos dedos e olhamos sempre para a mão errada. Desperdiçamos tempo, energia e possibilidades. Andamos perdidos a maior parte do tempo e só nos apercebemos disso quando o tempo já passou...

É urgente criar acção para que haja reacção.


Temos que fazer mais, mais alto, mais forte. Ler mais livros, ouvir mais músicas, fazer mais amor, correr mais depressa, sorrir mais vezes. Perder o medo de caír no rídiculo, saber que tudo é efémero, compreender que uma hora pode valer um dia, que um dia pode passar como uma hora, mastigar crú, bater no fundo, magoar a pele, ferir as mãos, olhar de frente para o sol, abraçar, beijar, abraçar, empurrar. Temos que ouvir mais pessoas. Temos que provar coisas diferentes, queimar a língua, dançar à chuva, apanhar constipações, aprender as regras, quebrar as regras, criar as regras, criar novas réguas, tirar novas medidas, construir novas bússolas e perder o norte. Temos que sair do conforto da casca e dar tudo por tudo e saber que vai valer a pena mesmo que não funcione porque não há nada mais saboroso do que dar tudo por tudo. Temos que sentir mais o medo da possibilidade de errar. Temos que errar mais. Muito mais. É a única forma de garantir que estamos a evoluir, a tentar e a descobrir. É a única forma de garantir que que estamos no bom caminho. " ( Carlos Moura no seu blog )

É favor ler o post todo, em forma de desabafo, aqui.

11 de dezembro de 2007


Deu na RTP2 um interessantíssimo documentário sobre o espectáculo " Cirque du Soleil presents Beatles in Love".

O espectáculo, que foi uma ideia inicial de George Harrison e ainda continua a ser representado em Las Vegas, consiste em juntar dois universos diferentes, ou seja, a inesquecível música dos The Beatles, mais concretamente o álbum " Love", ao universo encantador do Cirque du Soleil, criando momentos mágicos aos olhos dos espectadores que assistem maravilhados àquilo tudo.

O documentário revelou imagens do espectáculo e dos ensaios, declarações dos produtores, encenadores e dos autores do mesmo e dos Beatles Ringo Star e Paul McCartney , além das viúvas dos outros dois, assim como mostrou como foi a produção do álbum " Love", a cargo de George Martin e do seu filho Giles Martin, com curiosidades muito interessantes que se passaram aquando do "nascimento" do mesmo.

Mas o que fiquei mais curioso foi ver mesmo a interpretação do espectáculo, tenho pena de não existir nenhum DVD com a filmagem completa do mesmo, isto claro, já todos sabemos que é impossível que um dia o possamos ver no nosso país.

Se quiserem ver uma pequena amostra do mesmo é favor carregar na imagem, mas o documentário valeu a pena, principalmente, para relembrar as músicas dos The Beatles e de percebemos o quanto actuais elas ainda são. Como é caso desta música maravilhosa






" I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at the floor and I see it need sweeping
Still my guitar gently weeps

I don't know why nobody told you
how to unfold you love
I don't know how someone controlled you
they bought and sold you

I look at the world and I notice it's turning
While my guitar gently weeps
With every mistake we must surely be learning
Still my guitar gently weeps

I don't know how you were diverted
you were perverted too
I don't know how you were inverted
no one alerted you

I look at you all see the love there that's sleeping
While my guitar gently weeps
I look at you all
Still my guitar gently weeps "

9 de dezembro de 2007





Eu portar-me mal..pfff...se apanho quem fez este teste nem sei o que lhe faço.

''Tás a ficar grandinho...

Eu sou um rapazinho, embora pequenino
Tenho muito tino

Sou o Ruca

Tanta coisa p´ra aprender
Novidades para ver
É tão bom crescer

Sou Ruca

O meu mundo gira está sempre a mudar
Mas a mãe e o Pai estão cá para p´ra ajudar
Que giro olha bem p´ra mim

Achas sou chinfrim
Que giro é mesmo assim

Sou o Ruca
Ruca, Ruca, Sou o Ruca

Ha, ha, ha,
Sou eu. ''

7 de dezembro de 2007

Prenda de sonho

Ao abrir o site da Fnac deparei-me com isto :

uma caixa, tipo caixa de sapatos, que tem todos os episódios, de todas as temporadas dos " The Sopranos ".

Eu nunca na vida teria coragem de pedir a alguém que me desse uma prenda no valor de 239,95 euros, até porque não sei se mereço tanto, mas que fiquei a salivar por isto, lá isso fiquei.

Se pudesse, abdicava de todas as minhas prendas para isto. Se calhar, mais vale começar a comprar as temporadas todas, uma a uma, assim com calma para não doer muito no bolso e esquecer isto.

Mas que isto é a minha prenda de Natal de sonho lá isso é, até me viriam as lágrimas aos olhos.

PS: Esta segunda-feira a RTP2 deu o último episódio desta série. A minha primeira reacção àquele final foi de desconsolo, fiquei com uma sensação de vazio enorme, mas agora, mais a frio, digo que só poderia acabar assim, que era capaz de ficar mais revoltado se matassem o Tony Soprano ou a sua família, ou então, em alternativa, morrer como Júlio César, a personagem histórica mais parecida com ele. Mas, o que fica nisto tudo, é que agora sem Sopranos, as minhas segundas feiras vão ficar mais vazias.

No Last FM quando, por curiosidade, queremos ouvir a estação " artistas parecidos com...", por vezes temos algumas boas surpresas.

Na parte de " artistas parecidos com Sigur Rós" encontrei grupos muito interessantes, tais como o Múm, Pinback, Tristeza ou Mogwai, além dos consagrados Radiohead,Yo la Tengo e Bjork.

Mas um artista que me deixou de água na boca foi mesmo este, chama-se The Album Leaf e parece-me bom, pelo menos pela primeira amostra. A descobrir.

4 de dezembro de 2007

11 coisas do Porto

Hoje, 4 de Dezembro, faz 11 anos que a Zona Histórica da cidade do Porto foi elevada a Património Mundial, pela Unesco. Para comemorar pensei fazer um post com 11 coisas que gosto da cidade do Porto. Mas o Porto é tão fascinante que ficaram muitas outras coisas de fora.

Futebol Clube do Porto- Tentar definir o que sinto quando ouço o seu hino, quando vou ao Estádio e olho para aquele relvado e vejo aquelas camisolas azuis e brancas, ou quando grito por um golo importante ou até quando revejo a sua História vencedora sempre contra tudo e todos, é-me quase impossível. É muito mais do que uma paixão eterna.

Francesinhas - Seja no restaurante, ou feita em casa, obrigatoriamente acompanhada por uma "loirinha", picante ou menos picante, de todas as maneiras e feitios, sozinho ou com um grupo de amigos, a francesinha sabe sempre bem. Agora que falo delas, recordo-me que já não como uma à muito tempo, à muito tempo mesmo...

Jardins do Palácio de Cristal - Tenho a felicidade de trabalhar a dois passos do Palácio de Cristal, por isso todos os dias passo por lá. Seja na sua maravilhosa Biblioteca, onde me perco no meio dos seus livros, ou na esplanada daquele café escondido debaixo do Pavilhão Rosa Mota onde o sol reflecte nas mesas com um luminosidade única, ou até naquele cantinho que é só meu, são os jardins onde se tem uma visão inexplicável sobre o Porto e sobre a sua vizinha Vila Nova de Gaia. É o meu refúgio favorito e onde adoro perder-me nos seus caminhos labirínticos.

Coliseu - Uma sala belíssima onde já tive a felicidade de assistir a concertos inesquecíveis. O dos Humanos pela química alegre e divertida que se gerou entre o público e o grupo, pela excitação de estarmos a viver momentos únicos foi, certamente, o melhor que já vi.
Outros nomes que me ficaram na memória, Lamb, Beth Gibbons & Rustin Man, Rufus Wainright, os dois do Jorge Palma, Russel Watson ou espectáculos como o "My Fair Lady" ou um de tango onde teve a plateia mais bonita e sensual de todos os que assisti, tudo são boas recordações daquela sala encantadora.

Parque da Cidade- onde a cidade se espreguiça, seja a correr, a andar de bicicleta, tomar um café numa esplanada, jogar uma futebolada com amigos no relvado ou apenas um simples passeio para descontrair, aquela zona envolvente entre o Parque da Cidade e o Edifício Transparente é onde se respira o melhor ar puro da cidade.

Andar nos transportes públicos - Para conhecer uma cidade nada como andar nos transportes públicos. É ali que sinto o pulsar da cidade, as opiniões das pessoas mesmo que não tenhamos pedido nada, as suas experiências, as suas histórias de vida, ali onde se encontram velhos e novos para chegarem juntos ao seu destino. Destaco os autocarros pela intimidade que as pessoas ganham e o metro pela sua mobilidade e conforto, sendo a melhor coisa que aconteceu na cidade do Porto nos últimos anos, além dos títulos do FCP, pois claro.

S. João - A sardinha assada, as fogueiras, as músicas de baile que só se suportam ouvir naquele dia, o som dos martelos a baterem nas cabeças das pessoas, a alegria nos rostos de todos, os balões perdidos no céu, tudo isso e, principalmente, o aniversário da minha mãe, fazem que este dia seja muito especial para mim.

A visão do Porto de Vila Nova de Gaia. - Em qualquer altura, de qualquer lugar, a melhor visão do Porto encontra-se sempre na sua cidade vizinha.

A melancolia da cidade é única- Aquela luminosidade, ou a falta dela, torna-a uma cidade misteriosa, mágica, melancólica, perfeita para amores impossíveis ou não fosse nela que Camilo Castelo Branco mais sofreu por amor.

Caminhos históricos - As suas ruelas estreitas e graníticas, os cheiros a comida pronta a sair dos cafés, os tascos cheios de gente discutindo a vida, os sorrisos simpáticos das pessoas mais velhas sempre disponíveis para uma palavra, os miúdos a jogarem à bola no meio da rua, perder-se no Porto é perder-se na beleza da vida .

Poderia dizer mais 11 coisas, ou falar de mais 11 sítios mágicos, o Porto é tudo isto e muito mais, mas aquilo que mais admiro nesta cidade é a sua capacidade de apaixonar as pessoas por aquilo que ela é, ao ponto de se fazerem músicas como esta.



E tu ? O que gostas mais do Porto ?

3 de dezembro de 2007

Como definir o filme " Control " ?

Pela história da vida de Ian Curtis, pela sua doença ( que, por acaso, tive quando era pequeno ), pelas suas palavras depressivas, mas tocantes, pela sua música vibrante e intemporal, por tudo aquilo que o filme nos dá a conhecer, poucos serão os adjectivos para o tentar definir correctamente.

Vibrante, soberbo, extraordinário, incrível, são alguns adjectivos que a imprensa inglesa "colou" ao filme, eu diria, magnifico, belo, intenso ou apenas inesquecível.

Antes de o ver, estava indeciso entre o policial " Zodiac" e o maravilhoso conto de fadas " O Labirinto de Fauno" para filme do ano de 2007, mas acho que " Control" é, definitivamente, "o" filme de 2007.

Incompreensivelmente, distribuído em poucas salas do país, andou pelos cinemas quase em segredo, por isso necessitamos de recorrer a alguns meios não muito legais para o ver, mas, estou certo, que quando sair para DVD eu estarei na primeira fila para o comprar e rever vezes sem conta.

Inspirado na biografia de Ian Curtis, de nome " Carícias Distantes" escrita pela sua mulher ( escusado será dizer que já a comprei, assim como a antologia poética dele, num pack feliz onde por um bom preço levámos os dois livros para casa ), o filme conta a história da vida de um Mito, desconstruindo essa mesma imagem, mostrando-nos o seu lado humano, as suas mentiras, a sua infidelidade, a forma, cobarde diria eu, como "fugiu" à luta contra a sua doença, ao seu medo do sucesso, enfim, ao lado imperfeito que todo o ser humano possuí, mas que ficamos fascinados conhecer. Quem quiser ver o trailer carregue na imagem, e tentem não deixar que este filme vos passe ao lado.

2 de dezembro de 2007

Um fim de semana em imagens