foi talvez a nossa última canção.
oiço ainda os corpos a vincar a noite,
um campo minado de corações tristes
explodindo o rosto na parede.
um campo minado de corações tristes
explodindo o rosto na parede.
muitas músicas depois
quando as paredes eram já outras
e nas caras se perdiam novos nomes
quando as paredes eram já outras
e nas caras se perdiam novos nomes
voltei a ela: ficara-me sempre, afinal,
um terrível verso solitário
e a culpa de a ter levado
um terrível verso solitário
e a culpa de a ter levado
a um coração onde as canções
morreriam de frio.
morreriam de frio.
[in small song, de Renata Correira Botelho, Averno, 2010]
O livro já cá canta. A música atenua a saudade.
3 comentários:
Lindíssimo este poema! Não conheço a autora. Gostei muito da capa do livro.
Adoro Lhasa. As suas músicas ficarão eternas.
Descobri esta autora e este livro no jornal Público de 6ª feira, interessou-me alguém dedicar poesia à Lhasa, uma artista que adoro. Depois de pesquisar consegui encomendar o livro directamente para a sua editora e chegou ontem. Ainda não o li com a atenção que merece mas à primeira vista tanto os poemas como algumas das ilustrações lá incluídas são de enorme qualidade. Depois falo mais dele.
Então vou ficar a aguardar, Menphis. :)
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