( a minha vida é feita de " quaisquer dias ", qualquer dia faço isto, qualquer dito faço aquilo, qualquer deixo de fazer isto, qualquer dia ganharei a coragem que me falta, qualquer dia vou tentar ser feliz, qualquer dia digo isto, a minha vida é uma emaranhado imenso de " qualquer dia ". Imagino-me até, qualquer dia, quando estiver deitado na cama, à espera da Sra. Dona Morte e enquanto todos os olhares estão fixados em mim, à espera que o meu corpo sucumba direi " Qualquer dia voltarei aqui para tentar viver " e só depois aí é que darei o último suspiro. Mas hoje não quero falar disso, qualquer dia volto a falar dela. Estava a dizer que a minha vida é feita de " quaisquer dias", sempre no plural, o singular a mim já não me basta, e eu, de forma cobarde admito, adio sempre essa decisão mas qualquer dia, lá estou eu outra vez, mudarei essa minha forma de ser. Adiante...)
Qualquer dia, vou a uma praia
( pensem numa praia bonita, daquelas onde os amantes apaixonados juram promessas de amor eterno enquanto trocam carinhos entre si, escondidos de todos os olhares inconvenientes. Ou, se preferirem, pensem numa praia onde os solitários andam em passos vagarosos, de cabeça baixa, segurando as lágrimas da solidão, imaginando momentos felizes, e invejando os outros casais felizes que se divertem na areia branca. Quanto à altura do dia, bem, escolham uma qualquer altura, penso que não existe uma hora ideal para ser feliz, em qualquer altura do dia podemos ser felizes. Escolham aquela altura do dia em que estamos sempre na dúvida entre o fazer nada e o fazer coisa nenhuma, a tentar preencher o vazio que há em nós. )
Qualquer dia, vou a uma praia e lançarei uma corda ao mar
( comecemos pelo fim, tem de ser maré vaza. Não podemos molhar os sapatos novos, ainda com boas solas, comprados a preço de saldo, por isso a maré tem de estar vaza e em vez daquelas ondas gigantes, deve estar umas ondas pequenas, daquelas que terminam a nossos pés e a sua espuma morre nas nossos dedos. A corda nada tem de segredos, tem de ser, grande, forte e inquebrável como uma relação de amor, e precisa de ter um nó, tal e qual o nó que tenho na garganta porque não tive coragem de lhe dizer uma coisa, ou porque deveria ter-lhe dito outra coisa, deveria ter completado aquela frase que ficou no ar e aquele gesto para dar o " grand finale" e depois esticar os braços e esperar que algo repousasse em cima deles, não sei bem o quê, aquelas mãos brancas como nunca tinha visto, ou os seus lábios finos e vermelhos que me apetece apoderar-me deles e dizer que são só meus, ou talvez a sua cabeça repousar qual Bela Adormecida. Dizia atrás que a corda tem de ser grande, com um nó forte e largo porque temos de estar preparados para corpos de todos os tamanhos, que isto não está para esquisitices, e estejam sossegados não me quero matar, a corda não é para algo de mal, pronto, espero que tenha sido claro na minha descrição, agora mais vale completar a frase que se faz tarde. )
Qualquer dia, vou a uma praia e lançarei uma corda ao mar para resgatar uma sereia.
Qualquer dia, vou a uma praia
( pensem numa praia bonita, daquelas onde os amantes apaixonados juram promessas de amor eterno enquanto trocam carinhos entre si, escondidos de todos os olhares inconvenientes. Ou, se preferirem, pensem numa praia onde os solitários andam em passos vagarosos, de cabeça baixa, segurando as lágrimas da solidão, imaginando momentos felizes, e invejando os outros casais felizes que se divertem na areia branca. Quanto à altura do dia, bem, escolham uma qualquer altura, penso que não existe uma hora ideal para ser feliz, em qualquer altura do dia podemos ser felizes. Escolham aquela altura do dia em que estamos sempre na dúvida entre o fazer nada e o fazer coisa nenhuma, a tentar preencher o vazio que há em nós. )
Qualquer dia, vou a uma praia e lançarei uma corda ao mar
( comecemos pelo fim, tem de ser maré vaza. Não podemos molhar os sapatos novos, ainda com boas solas, comprados a preço de saldo, por isso a maré tem de estar vaza e em vez daquelas ondas gigantes, deve estar umas ondas pequenas, daquelas que terminam a nossos pés e a sua espuma morre nas nossos dedos. A corda nada tem de segredos, tem de ser, grande, forte e inquebrável como uma relação de amor, e precisa de ter um nó, tal e qual o nó que tenho na garganta porque não tive coragem de lhe dizer uma coisa, ou porque deveria ter-lhe dito outra coisa, deveria ter completado aquela frase que ficou no ar e aquele gesto para dar o " grand finale" e depois esticar os braços e esperar que algo repousasse em cima deles, não sei bem o quê, aquelas mãos brancas como nunca tinha visto, ou os seus lábios finos e vermelhos que me apetece apoderar-me deles e dizer que são só meus, ou talvez a sua cabeça repousar qual Bela Adormecida. Dizia atrás que a corda tem de ser grande, com um nó forte e largo porque temos de estar preparados para corpos de todos os tamanhos, que isto não está para esquisitices, e estejam sossegados não me quero matar, a corda não é para algo de mal, pronto, espero que tenha sido claro na minha descrição, agora mais vale completar a frase que se faz tarde. )
Qualquer dia, vou a uma praia e lançarei uma corda ao mar para resgatar uma sereia.
( agora que penso melhor, será que valeria a pena ? Será que valerá a pena ? Pronto, lá estou nas minhas indecisões que, ás vezes, muitas vezes, talvez vezes demais, me assolam na calada da noite e se transformam em pesadelos que inquietam o meu corpo. E depois como seria alimentá-la, será que ela só seria vegetariana, será que teria de ir comprar um aquário daqueles gigantes para ela, ou teria que a colocar na banheira ?
E depois as sereias não têm pernas, têm escamas e eu nunca foi muito apreciador de peixe, digo sempre " nunca vi peixe a puxar carroça", prefiro sempre carne no meu prato, se calhar nem era boa ideia, uma mulher com aspecto de sereia mas com umas pernas bem torneadas sempre é melhor do que uma sereia com aspecto de mulher mas com escamas.
Talvez apenas passe pela praia tentar avistar alguma sereia solitária, sentada numa rocha, de olhar vazio no mar, esperando que alguém lhe sente ao seu lado para o empurrar para a água e juntos ir descobrir o mundo que existe debaixo de água. No entanto, não me posso esquecer de arranjar uma corda. )
E depois as sereias não têm pernas, têm escamas e eu nunca foi muito apreciador de peixe, digo sempre " nunca vi peixe a puxar carroça", prefiro sempre carne no meu prato, se calhar nem era boa ideia, uma mulher com aspecto de sereia mas com umas pernas bem torneadas sempre é melhor do que uma sereia com aspecto de mulher mas com escamas.
Talvez apenas passe pela praia tentar avistar alguma sereia solitária, sentada numa rocha, de olhar vazio no mar, esperando que alguém lhe sente ao seu lado para o empurrar para a água e juntos ir descobrir o mundo que existe debaixo de água. No entanto, não me posso esquecer de arranjar uma corda. )
Sometimes I wonder
Just for a while
Will you ever remember me?
Ever remember me?
3 comentários:
que lindo, menphis! :) Estavas inspirado... Mas sabes, pode ser que a tua sereia não seja de mar e esteja em terra. ;) A corda é sempre um bom utensílio... serve de isco! ;) Quanto aos "quaisquer dias" da tua vida, penso que os tens que ver como as metas a perseguir... às vezes também é bom pensarmos assim: "qualquer dia vou..."
Beijinhos
Grande momento, Menphis!
e que tal deixares de pensar no"qualquer dia" e passares ao "HOJE É O DIA"?!!!vais ver q e bem melhor .bjs
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