4:50 Horas: A imensa indecisão dos dias anteriores que me levou a pensar em desistir. Os problemas gástricos de sábado. E, por fim, o acordar 25 minutos depois da hora marcada. Parecia que os Deuses controladores do destino, estavam a fazer uma conjugação estranha para que eu não fosse. Abri os olhos, olhei para o relógio e lá me vesti e tomei o pequeno-almoço apressadamente. Estava pronto para a viagem.
Nota mental: Acrescentar no despertador do telemóvel o dia de Domingo. Pensando bem, é melhor não...
5:25- 8:00 Horas: Uma viagem tranquila. Como mais tarde se concluiu, num daqueles típicos, e inócuos, diálogos na fila para a entrada no recinto, custa mais fazer uma viagem a Lisboa do que à Galiza. Começando pelos preços das portaNota mental: um dia voltar aqui. O mais breve possível.
8:00 – 15:00 Horas- A parte mais difícil, depois do carro estacionado num local estrategicamente perfeito para sair, começa o controle da ansiedade, o interminável tempo de espera, o nevoeiro a desvanecer, o calor a apertar, a comida para aconchegar o estômago, o convite para jogar às cartas que se tornou numa conversa sobre música e concertos, tudo valia a pena para que as horas passassem depressa. E a ansiedade a crescer…
Nota mental: para a próxima trazer um livro. E mais comida. E talvez se fosse mais tarde não haveria problema nenhum. É que os espanhóis gostam de ir em cima do acontecimento e não têm paciência para esperar longas horas pelos concertos.
15: 00: 17:30 – A entrada para o recinto. O anfiteatro do Monte do Gozo é, digamos assim, o cume do monte, o grande palco montado tapa-nos a visão, que se prevê bela, do resto do local, o público, muito longe de estar esgotado, ao contrário do que se previa, foi-se acomodando nos seus lugares à procura da melhor vista para o palco. Aqui, o tempo passou com mais animação, um DJ de serviço tentava aquecer o ambiente, o público passava o tempo da melhor maneira, e o sol brilhava intensamente.
Nota mental: Nunca mais criticar o preço das cervejas nos festivais em Portugal. Uma cerveja era
10 €. Está bem que deveria ser de 500 ml, mas era um preço escandaloso.
17: 30 ás 18 horas - Cornelius 1960: Uma imitação barata de Jamiroquai, um funk-rock-pop que não aquece, nem arrefece. E com imensos problemas no som, ainda foi pior.
Nota mental: Esquecê-los depressa.
18:20 ás 19:00 horas: The Temper Trap: o 2º melhor concerto da noite. Um concerto intenso, de uma banda que está a ganhar algum e
19:25 ás 20:25 horas- Echo & The Bunnymen: Foi um concerto, no mínimo, estranho. Se nada posso apontar à parte instrumental da banda, que me pareceu bem competente, o vocalista , qual pinta de junkie com problemas de identidade, queria ser a figura da festa, tornando-se no figurão
Nota mental: tentar ouvir alguma coisa deles, quando estiver virado para saudosismos dos 80´s.
21:00 ás 22: 30 horas – Para melhor vermos um quadro, temos sempre que dar um passo atrás e só aí poderemos o apreciar devidamente. Só passado um tempo, quando a minha memória estiver menos fresca, é que poderei sentir verdadeiramente o que
É ao vivo que os canadianos provam ser uma das, para mim são “a”, bandas mais influentes deste inicio de século, arrasando ao vivo, quaisquer criticas que possa existir em relação à sua música, o que, pelos vistos, virou moda entre o povo do indie, seja lá o que isso fôr.
O povo grita, emociona-se e canta bem alto juntamente com eles, os braços erguem-se para o céu como se agradecessem aos Deuses a dádiva daqueles momentos de partilha, de verdadeira comunhão de espíritos. A banda dá tudo nos concertos, e cada espectáculo são emoções únicas para quem presencia. " No Cars Go", "Wake Up", "The Suburbs", "Sprawl II ( nunca pensei que resultasse tão bem num concerto, com a Regine a encantar ), a força de " We Used to Wait", e tudo o resto foi tão emocionante, tão inesquecível para quem esteve lá, que, certamente, as recordações desta noite se irão prolongar no tempo. Foi o concerto mais emocionante que presenciei em toda a mniha vida.
Nota mental: Tentar guardar todas as imagens e sons do que se passou na minha memória.
22:45: 1:45 horas – As emoções repousam num corpo em que não se sentia cansado, apesar do dia longo. Pelo caminho, nada melhor do que comprar uma recordação que procurava intensamente. A adrenalina teimava em não baixar, aquilo que tinha acabado de viver parecia que me estava, novamente, a passar à frente, o sonho terminou, mas as recordações da grande noite serão eternas.
Nota mental: Compensar, nos dias seguintes, o sono perdido.
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