Enquanto estava a ler o livro do Pamuk ( já agora, QUERO conhecer melhor a obra deste autor) numa das suas "crónicas" ele fala que o irmão era louco por berlindes. Por momentos, tão breves como intensos, deu-me imensas saudades dos meus tempos de infância onde os berlindes eram motivo de mil e uma brincadeiras.
Deu-me saudades de me reunir com os meus amigos, irmos todos para um descampado jogar ao berlinde, uns contra os outros, tentar distinguir qual eram os nossos, ouvir a minha mãe a chamar-me para o lanche, eu ir para casa com as mãos sujas de terra, e até de ouvir a minha avó, ou a minha mãe a dizerem que não gostavam nada que eu andasse com os berlindes porque era perigoso,
" Nunca os ponhas à boca, olha que podes morrer. Houve um menino que morreu sufocado"
havia sempre um menino que tinha morrido sufocado com os berlindes ou com as castanhas quentes, ou um menino que rachou a cabeça com o peão, ou que partiu a perna por andar nos carros dos rolamentos, embora eu nunca soubesse se aquilo era verdade ou não, cumpria sempre tudo aquilo que elas me pediam.
Enfim, estou saudosista. De momentos como este, da pureza e inocência daqueles tempos. Também estou saudosista de outras coisas que vivi à uns tempos, não muito longe, atrás. Até tenho saudades dos tempos em que punha por palavras aquilo que sentia.
Acho que estou, acima de tudo, saudosista dos momentos onde o meu sorriso tinha toda a liberdade da vida.
Deu-me saudades de me reunir com os meus amigos, irmos todos para um descampado jogar ao berlinde, uns contra os outros, tentar distinguir qual eram os nossos, ouvir a minha mãe a chamar-me para o lanche, eu ir para casa com as mãos sujas de terra, e até de ouvir a minha avó, ou a minha mãe a dizerem que não gostavam nada que eu andasse com os berlindes porque era perigoso,
" Nunca os ponhas à boca, olha que podes morrer. Houve um menino que morreu sufocado"
havia sempre um menino que tinha morrido sufocado com os berlindes ou com as castanhas quentes, ou um menino que rachou a cabeça com o peão, ou que partiu a perna por andar nos carros dos rolamentos, embora eu nunca soubesse se aquilo era verdade ou não, cumpria sempre tudo aquilo que elas me pediam.
Enfim, estou saudosista. De momentos como este, da pureza e inocência daqueles tempos. Também estou saudosista de outras coisas que vivi à uns tempos, não muito longe, atrás. Até tenho saudades dos tempos em que punha por palavras aquilo que sentia.
Acho que estou, acima de tudo, saudosista dos momentos onde o meu sorriso tinha toda a liberdade da vida.
2 comentários:
Solta esse sorriso, rapaz.
Eu já o vi e é bem bonito.
Shuacs
É importante que recuperes esse hábito de traduzires o que sentes. Que o tentes, pelo menos. Depois disso, o sorriso será muito mais natural.
Abraço
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