12 de novembro de 2009


" As raparigas passam por mim e são bonitas como se as mulheres passassem a ser belas até muito mais tarde. Gosto delas. Olhando melhor o que eu desejo são as mulheres que amei sem as ter amado completamente — amores que foram poemas imperfeitos e inacabados e por isso em poesia se escrevem outros poemas, que possuo por dentro, sílabas, sons, sentidos. Coisa que não posso fazer com as mulheres que amei e me amaram e depois o poema arruinou-se antes de o termos acabado. Figuras que para mim continuam em movimento, mas que movimento têm para elas, as mulheres que amei, as figuras que fomos tão aéreas no chão em que nos deitámos? Ah como os amantes trabalham diferentemente a plasticina do amor, uns com os dedos na ferida, que para o outro já é cicatriz." Casimiro de Brito aqui

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