14 de agosto de 2006

Ficção Cientifica
Confesso que, em tempos, tive alguns preconceitos em ler/ver ficção cientifica !
Pensei sempre que eram umas naves no espaço, com homens de figuras estranhas e com super-poderes em anos longínquos que só os meus tetranetos lá chegavam .
Mas com a idade os gostos vão mudando, e então agora onde à velocidade que vivemos e consumimos os filmes/livros/músicas e também com o acesso cada vez mais fácil que temos sobre isso, os nossos gostos perduram por pouco tempo, e uma coisa que vibrámos hoje, daqui a um mês já nos parece batido !
Fui um super-fan da trilogia do “ Senhor dos Aneís “, e de mais alguns filmes e séries de ficção, embora teimosamente continue a não dar muita importância ao “ Star Trek “, talvez quando tiver mais paciência tenha a curiosidade de ver .
Mas foi na literatura que tive a minha grande descoberta, começar por ler uma obra prima do género pode ser perigoso, o que vem depois pode parecer-nos mau, mas nada como começar por ler “FAHRENHEIT 451 “ de Ray Bradbury para nos apaixonarmos pelo género de ficção cientifica e não queremos abandonar por tempos o género.
É um livro antigo, muito antigo, mas que vale a pena ler, uma alegoria dos tempos modernos, um bombeiro que faz o seu serviço imposto pelo governo, que é queimar todos os livros que fazem pensar para que o povo não pense, não questione, nem reflicta sobre o mundo que nos rodeia e quem nos governa, um pouco daquilo que o povo de Portugal faz. Imaginemos que queimamos os livros todos e ficamos só com os livros da Paula Bobone, certamente um mundo que não gostaríamos de viver.
Depois o bombeiro questiona-se sobre o seu trabalho e acaba por ser traidor do país, acabando por ter um final arrebatador e surpreendente .
O outro livro que me entusiasmou foi, outra obra-prima, “ Admirável Mundo Novo “ de Aldous Huxley, um livro de um país que vive numa ditadura comandada por um governante que “constrói “ ( no sentido literal de construir, tem mesmo uma fábrica e tudo ) pessoas como e quando precisa para que o “seu “ país seja um sucesso no mundo.
Debate assuntos importantes, mas falar da clonagem em 1931 ( quando o livro foi publicado ) é sem dúvida profético .
Não esquecendo também “ 1981 “ de George Orweell, o livro que deu origem ao “Big-Brother “, câmaras que nos seguem por todo o lado para que a humanidade sejam “comandada” ao bel- prazer do ditador. O curioso foi que nunca mais joguei com vontade no Euromilhões depois de ler este livro, leiam e descubram o porquê...