5 de setembro de 2006

O que dizer de Alan Moore ? E do seu livro " Voz do Fogo " ? Foi um desafio que a "bolo de chocolate " me fez hoje. (que nick tãããooo sugestivo..ah..podes tratar-me por tu )
Comecemos pelo autor, Alan Moore é um dos melhores, senão o melhor dentro do seu género, argumentista de BD criando personagens diferentes daquelas que estamos habituados a ver/ler .
Watchmen, John Constantine, " V " o anti-heroí ( ou será terrorista ? ) de " V for Vendetta " são algumas das personagens criadas pela pena de Moore, além de várias histórias onde o fantástico anda de mãos dadas com o bizarro e o terror com a ironia, para dar dois exemplos, ele "pegou " em várias personagens literárias e criou a " Liga de Cavalheiros Extraordinários " ( deu dois excelentes livros de BD e um mau filme de Hollywood ) e juntou Wendy de Peter Pan, Dorothy do Feiticeiro de Oz e Alice do País das Maravilhas, iniciando um relato sexualmente explícito em torno destas três mulheres, no livro " Lost Girls ", além do mais Batman nunca mais foi o mesmo quando foi escrito por Moore ( leia-se como um elogio ).
" A voz do Fogo " é o primeiro romance de Moore, fala de 12 personagens distintas que viveram na mesma terra durante um período de seis mil anos.
Ainda estou no meio do livro, mas posso acrescentar que o livro é um romance do género fantástico onde a morte e a loucura estão sempre presentes, e, além de ter uma capa bonita e de dar gosto em manejar, é de uma leitura em que quando começamos a embalar é dificil parar . Não é aquele livro "levezinho" para ler no Verão sem pensar em mais nada, é mais um livro ideal para entrar num Outono escuro e assombrosso.
Alan Moore descreve-o assim : " É sobre a mensagem vital que os lábios ressequidos de homens decapitados ainda murmuram; é o testamento de espectrais cães pretos escrito em mijadelas nos nossos pesadelos. É sobre ressuscitar os mortos para que nos contem os seus segredos. É uma ponte, um local de passagem, um ponto gasto no tecido entre o nosso mundo e o mundo inferior, entre a argamassa e a mitologia, facto e ficção, uma fina ligadura deteriorada. É sobre a poderosa glossolalia sas feiticeiras e a sua revisão mágica dos textos que vivemos. Nada disto pode ser explicado por palavras ". Com uma descrição destas, fico sem palavras.

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