29 de junho de 2008

Tédio

Há sinos que tocam na minha cabeça,
para que eu ouça o azul. Mas não quero
este angelus sem fim, e ato as nuvens
brancas do verão com um laço
de treva para as deitar para o lixo,
esperando que uma reciclagem
de metáforas as transforme em verso.
É como se o poema avançasse num
tampo de mesa, e as suas estrofes tivessem
como único limite os rebordos onde pouso
o cotovelo. Ouço-o, por entre o murmúrio
de conversas do café onde espero
que o tempo chegue; e a sua luz
desfaz-se nos meus olhos.
A quem irei contar a minha história? Os
dias sem princípio nem fim? A porta
que deixei encostada, e ninguém
abriu? O sonho que secou nos vidros
da janela? Um coágulo de palavras
na ferida das frases? O licor do desejo
no copo vazio do amor?
( Nuno Júdice)

26 de junho de 2008

Os próximos Campeões da Europa


Aposto numa vitória por 2 a 1, após prolongamento. Aposto num jogo não muito espectacular, mas tacticamente aposto num jogo fantástico. Se a Alemanha é a equipa mais eficiente, a Espanha é a equipa mais completa, com maiores e melhores soluções e junta o espectáculo à eficácia. Homem do jogo vai ser Marcos Senna. E Fernando Torres vai dar a vitória para que os comentadores da TVI o elogiem uma só vez neste Euro ( para eles, só o Nuno Gomes é que trabalhava muito). E eu estou a torcer por eles.

" Fazes-me falta " de Inês Pedrosa

Será que merecemos viver com a culpa de não termos dito " aquelas palavras " naquele momento onde elas deveriam serem ditas, de não termos mostrado todos os nossos sentimentos às outras pessoas, de não termos tido coragem de ter feito aquele gesto que ficou perdido no ar, de não sabermos como amar na sua plenitude, porque, talvez, fica sempre algo esquecido ? Porquê fica sempre algo por dizer /fazer e só quando uma pessoa se separa é que tem essa noção ?

"Arrumei os amores, é a primeira regra da vida - saber arquivá-los, entendê-los, contá-los, esquecê-los. Mas ninguém nos diz como se sobrevive ao murchar de um sentimento que não murcha. "

Duas vozes. Duas gerações. Um homem vivo. Uma mulher morta. Uma separação,abrupta e estúpida como só a morte pode dar. Mesmo, na altura, quando a vida tinha tanto para lhes dar aos dois. Duas vidas separadas e dois sentimentos comuns: a amizade e o amor.

" Não importa o que se ama. Importa a matéria desse amor. As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são só um princípio - nem sequer o príncipio. Porque no amor os princípios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor. O sujo, a luz, o áspero, o macio, a falha, a persistência. "


Um romance delicioso, que se lê com prazer, negro como negra é a vida quando nos falta alguém de que gostamos, e de quem sentimos falta, mas onde está escondido no meio das suas palavras intensas a luz perfeita para compreendermos melhor o que são as relações humanas.

" Trago-te no riso enterrado, nas lágrimas que me lançaste, escadas de incêndio para a sabedoria da felicidade, na pele escaldada pelo brilho da noite, depois do mar. Falámos demasiado para que eu recorde do que falámos, vivemos demasiadas vidas para que eu possa separar. Para que eu me possa separar de ti. "

25 de junho de 2008

Schöne Deutschland

A Alemanha está na final do Euro. Merecido ou não, para mim, é a equipa mais "equipa" deste Euro, conjuntamente com a Espanha ( poderá ser uma final menos espectacular mas muito mais agradável tacticamente, se a Rússia não pregar uma partida). Aquele colectivo funciona sempre, é como o algodão, mesmo quando pensamos que a outra equipa está a dominar.Eles dão a bola ao adversário e quando se começa a pensar que eles podem sofrer um golo, puro engano, aceleram o seu jogo e resulta ou numa oportunidade flagrante de golo ou mesmo um golo. Até a sorte que os está a acompanhar é de campeões.

Nunca nutri muita simpatia pela Alemanha como país, mas confesso que queria que eles fossem à final, embora, politicamente, seria engraçado ver como é que a Europa reagia se um país onde ainda hoje se discute se poderá entrar ou não para a União Europeia fosse campeão europeu. Era o futebol a vencer, como sempre, os preconceitos da politica.

Mas a Alemanha mereceu pelo futebol eficiente que apresenta ( ali não pensam que são os melhores do mundo, mas jogam como se fossem, sem trivelas, fintas de corpo e passes de calcanhar), por Ballack que tem feito um Euro bárbaro tacticamente, por Schweinsteiger que não diz que é o melhor do mundo, por Podolski que é um regalo vê-lo jogar, porque tem Klose um verdadeiro matador, porque tem um treinador que percebe de fut
ebol e, ao que segundo sei, não precisa motivar jogadores com bilhetinhos debaixo das portas, nem com as cançonetas de um cantor pimba qualquer alemão, porque tem um guarda-redes que até sofre golos de olhos abertos ( não resisti... )mas acima de tudo, porque é, por aquilo que tenho visto, a selecção com as adeptas mais bonitas do Euro.



Schöne Deutschland

Biba o S. João, carago !!!

Embora pense que à medida que a idade vai avançando vamos vivendo estas festividades de forma diferente, a noitada de S. João é sempre especial. Pela parte que me toca, a véspera de S. João é um dos dias mais especiais do ano, visto que é o aniversário da, maravilhosa, mulher que me gerou e me trouxe no seu ventre durante 9 meses e me atura à 27 anos.

Mas, diria eu, a noite de S. João é sempre vivida com muitos sorrisos, muita folia, muita música ( a maior parte de qualidade duvidosa, mas já se está a começar a ouvir coisas melhores) muitas brincadeiras,muitas marteladas e momentos divertidos. Depois há a sardinha assada, o entrecosto, as sobremesas, a cerveja, os cachorros ou as bifanas, enfim, uma variedade de coisas e de momentos que dão a alegria ao povo,sempre disposto a se divertir e esquecer as coisas negativas da vida.

Mas parece que a festa do S. João está mudada. A chuva atrapalhou, e muito. E a variedade de oferta é imensa ,o que origina a que o povo se espalhe pela cidade inteira. Ou foi impressão minha, ou foi o ano em que me cruzei com menos gente, ao ponto de passar por locais completamente vazios.
Provavelmente, poderei ter escolhido os sítios errados, mas o certo é que no ano passado fiz o mesmo trajecto e nem se comparava com este ano.

Outros tempos, outras formas de viver a festa e também, como disse atrás, a irritante chuva não ajudou em nada. E agora também não se anda a pé, vai-se de metro. O povo, talvez, aburguesou-se. Mas valeu, sobretudo, por alguns momentos bem passados, por tudo de bom o que referi atrás, e por ter surgido uma vontade enorme de voltar a ver um dos melhores grupos portugueses, os Rádio Macau. Apenas espreitei, e muito brevemente, o concerto que deram na Praça da Casa da Música, mas ainda deu para ouvir uma das
históricas, e melhores, músicas deles. Irei estar mais atento à sua digressão para ver se voltam a passar por aqui. O que vi, apesar de curto, deu para nascer água na boca para os ver ao vivo com mais atenção.

Quanto ao S. João...para o ano há mais.


20 de junho de 2008

Pausa para publicidade



Desculpem...mas não consegui resistir.

Onde é que já viu isto ??? Assim não quero !!!


Zacarias, seu ingrato. Meu mentiroso, só ias ao Kassequel e foste morrer, meu camarada. Nem avisas o pessoal. Nem pagaste uma rodada de cerveja à malta antes de ires, pá. Isso faz-se ???

A parte que mais gosto deste anúncio é " se morrer é assim deixa estar", como quer dizer, " fica aí, no teu lugarzinho que aqui é que se está bem, não te chateies ". Além disso ser atropelado por um camião carregado de farinha de trigo deve ser chato, se fosse um camião com cimento era bem melhor.

Isto tudo faz-me lembrar de uma história, juro que é verdade, de uma pessoa que foi ao meu trabalho e depois de alguns minutos de conversa, da treta como eu costumo dizer, disse-nos " Ai é verdade. Olhem...morreu a minha mulher !!! Eh pá !!! Eu até fiquei chateado." Ao menos que tenha morrido depois do jantar, antes é que era chato, apeteceu-me dizer-lhe.


Podem descobrir mais outras pérolas da vida real neste blog.

18 de junho de 2008

A essência do mal

"É extraordinário como um ser humano reage da mesma maneira que o cão do vizinho "

Se algum dia, um sábio chegasse à minha beira e me perguntasse quais seriam as perguntas que mais gostava de serem respon
didas, eu não hesitaria e perguntava logo : o que leva ao ser humano fazer o mal ? E o que leva o ser humano fazer o bem ?

Mas é, essencialmente, no que leva a fazer o mal que mais tenho curiosidade em tentar compreender. O que leva alguém a fazer mal aos outros, fazer coisas, por vezes tenebrosas, a outras pessoas apenas e só por razões fúteis, ás vezes, só mesmo por diferença de opinião, e depois continuar a viver a sua vida naturalmente.

É por isso que os livros que mais quero ler são " As Benevolentes" de Jonathan Littell, que conta a história de um oficial nazi, que pratica o mal, mas sempre sem arrependimento e ainda por cima tem gostos culturais dos mais nobres possíveis, e também a biografia de Mengele, o médico oficial nazi que fazia experiências cientificas tenebrosas com os judeus, principalmente com os gémeos. Já agora, se alguém quiser acrescentar um livro, dentro da mesma perspectiva, ou seja da perspectiva de tentar compreender o mal, até numa vertente sociológica, esteja à vontade.

Falo disto, porque, nesta Feira do Livro que terminei, comprei, a preço de saldo, um livro onde tem muito a haver com aquilo que falei. O livro é este


" Maus " é uma BD fabulosa, da autoria de Art Spiegelman, e conta a história de um judeu que sobrevive à 2ª Guerra Mundial, que esteve em Auschwitz ( aqui traduzido para Mauschwitz) e que conta a história da sua vida ao seu filho
Mas, e é aqui que reside a magia da obra, os judeus são retratados como ratos e os nazis como gatos . Ou seja, vemos gatos a maltratar ratos, e como o rato é por si só uma animal repelente, ficamos incomodados. Este é daqueles livros que incomoda mesmo, que mexe connosco, já ver ratos é horrível, então a vê-los sofrer ainda mais, por isso, a sua mensagem passa de forma brilhante.


Tem um argumento muito bem conseguído, a frase em cima é deste mesmo livro, graficamente é muito bom, apesar de os desenhos até serem simples.

O livro que comprei é apenas a 2ª parte, na altura em que comprei não me apercebi que teria uma primeira, por isso vou ter de a comprar, mas, mesmo que tenha tido acesso à história completa, deu para ficar um enorme fã desta BD. Aconselhável a toda a gente, quer gostem de BD ou não.

16 de junho de 2008

16 de Junho de 1981

O meu começo de vida.
O
meu primeiro sopro.
Um nascer de muitos sonhos.

Vejo que uns ainda estão por concretizar, outros já estão concretizados.
Os por concretizar, existe no interior de mim uma força para tentar lutar por eles. Para tentar ir até ao fim e não deixá-los abandonados na Ilha do Desconhecido, mesmo que, ás vezes, eles estejam abandonados nas garras do Esquecimento.
Aqueles já concretizados servirão sempre para servir de recordações afim de me devolverem um sorriso sempre que necessitar dele.

O meu primeiro grito.
Minhas primeiras lágrimas.
Meus primeiros gestos.

A quem dei a mão pela primeira vez ? Gesto único. Dar a mão a alguém. Unir um corpo ao outro, como se fosse um só. Passar um dedo pela outra mão, acendendo desejos ou acariciar a palma da mão, afastando os dedos longos, desenhando um futuro a dois.

A quem primeiro olhei, olhos nos olhos ? Quem olhei primeiro no fundo, tentando descobrir se a sua alma era mesmo aquilo que os seus olhos demonstravam. Uma das minhas dúvidas eternas " será que a minha alma é aquilo que os meus olhos mostram ? ".

Já lá vão 27 anos que comecei a viver neste mundo. Tentando compreender a vida, ou, por vezes, tentando viver compreendendo o que a vida quer de mim.

" Sou isto, assim desde o início, serei certamente isto até ao fim. Quando? Que esquisito haver fim "- António Lobo Antunes

14 de junho de 2008

Good vibrations

Porque é fim de semana, e espera-se a continuação de sol e muito calor, a puxar uma bebida geladinha, uma esplanada ou até um sitio recatado para contemplarmos o mar, ou tudo o que de bom o sol trás. Porque é tempo de músicas descontraídas e de boas vibrações, e é tempo de se começar a ouvir Bob Marley em todo o lado para onde se vai. Mas não é Bob Marley que irei postar aqui, mas sim um dos seus maiores seguidores, embora com um estilo um pouco diferente, que irei ver ao vivo pela 2ª vez, mas desta vez incluído neste festival : Mr. Ben Harper




" Another day, another chance to get it right
Must i still be learning..."

Bom fim de semana e que as boas vibrações estejam convosco.

13 de junho de 2008

120 anos de genialidade


Se, depois de eu morrer...

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza.( Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa )


À 120 anos atrás nascia Fernando Pessoa, o maior poeta português . Veja algumas das comemorações desta efeméride, um pouco por todo o país, aqui.

11 de junho de 2008

Foi um fim de semana alargado, com direito a ponte e tudo, a cheirar a férias, que estão quase aí. Foi quase tudo perfeito, com muito sol e calor à mistura, deu para desanuviar a cabeça, descansar um bocadinho mais, ganhar um pouquinho de cor, tirar os calções da gaveta, passear à beira-mar, fazer compras a pensar no Verão, dar uma volta pela Feira do Livro tranquilamente, não pensar em trabalho, ver o tempo a passar, tudo muito tranquilo e sem preocupações de horários e outras coisas.

Foi como um bálsamo nesta vida sempre muito agitada e recheada de compromissos, de trabalho, de pressão e de responsabilidades.

E depois houve a música...sempre há a música, em qualquer altura, em qualquer lugar, mas desta vez foi um projecto musical português a marcar passo nestas "mini-férias ". Já tinha ouvido falar muito bem deles, mas nunca tinha ouvido atentamente a sua obra musical. Sei que já editaram três álbuns, e que o terceiro é mesmo recente, mas foi mesmo pelo primeiro que comecei a me encantar com a sua música. Tem a poesia de grandes escritores, o sentimento do fado e a irreverencia da música electrónica. E também li o seu blog com muitas fotografias fabulosas e boas criticas sobre as suas actuações ao vivo.

O álbum que demonstrou ser a companhia ideal para este fim de semana foi este


Uma das músicas mais bonitas, com letra magnifica, saída da pena do grande escritor José Luís Peixoto, está ali no cantinho. Quanto a fins de semana alargados...para a semana há mais.

8 de junho de 2008

Do rien dos dias

" Passo os dias na demanda do nada - rien - que isso cria. A minha função consiste em dar forma a esse vazio,a esse rien" - Debussy

5 de junho de 2008

A televisão


"Acho a televisão muito educativa. Toda as vezes que alguém liga o aparelho, vou para outra sala e leio um livro." - Groucho Marx

3 de junho de 2008

Dos desafios da vida

A vida, ás vezes, traz-nos alguns desafios que temos mesmo de vencer. Os desafios mais importantes são aqueles em que a própria vida depende, em que a nossa sobrevivência está em causa. São nessas alturas em que vemos as nossas forças e daquilo que somos capazes.

" Pois é amigo. Tratei-o primeiro antes que ele me tratasse a mim." Foi assim que, numa mistura de euforia e gritos de contentamento que soube a noticia que mais queria nos últimos tempos: um grande, e verdadeiro, Amigo, que por acaso é meu chefe, ficou a saber que conseguiu debelar definitivamente um cancro na garganta.

Na verdade, eu penso que ele ganhou o Euromilhões, porque aquilo foi mais um "principio" de cancro, ele detectou muito no inicio, acabando por ser a sua salvação, já que o modo de vida que levava não era o ideal, 2 maços de tabaco por dia mais álcool, e, segundo o que li, aquilo passa logo para o sangue sendo depois um instante para se espalhar, por isso ele teve uma sorte imensa em conseguir ir a tempo mesmo no inicio. No espaço de 2 meses,2 meses e meio, começou a sentir os sintomas, foi ao médico, detectaram um coisa na epiglote, depois essa coisa, afinal, era um tumor maligno, posteriormente, foi operado a lazer, recuperou, começou a trabalhar normalmente e hoje soube a noticia que tinha vencido a doença. Isto sem ser cortado na garganta, sem ficar com a voz afectada, sem fazer radioterapia ou quimioteria, e apenas ter emagrecido um bocadinho além de ter, obrigatoriamente, deixado de fumar .

Durante estes meses, houveram coisas que ele me disse que jamais irei esquecer, a sua confiança em mim, quase cega ao ponto de me dizer que eu iria ser a voz dele se ele ficasse sem ela uma coisa que me emocionou muito, quase a pedir que o ajude nesta luta, e ser amigo é também ajudar, é também amparar quando eles necessitam. Recordo os momentos mais difíceis, aqueles momentos a seguir quando ele soube o que era a doença, hoje são apenas recordações más, mas que nunca esquecerei algumas palavras ditas por ele . Depois aquela força imensa e a vontade de vencer a doença foi como um lição para o futuro. Foi a pessoa que teve mais força e era incrível como ele continuava a trabalhar normalmente como se nada fosse.

Agora, é uma nova vida pela frente, é encarar a vida com um sorriso bem largo e, ainda por cima está a dias de ser avô pela primeira vez ( e já apostei com ele que iria nascer no dia do meu aniversário) além de gozar a felicidade merecida ao lado da pessoa que encontrou, depois de um casamento falhado.

No fundo, a vida é isto, são desafios atrás de desafios, uns ganhamos outros perdemos, mas todos esses desafios não são nada quando comparados com os desafios onde depende a nossa estadia por este mundo.

2 de junho de 2008

Fui desafiado...

Gosto que a vida me traga muitos desafios, gosto que me desafiem para ver até que ponto sou capaz de ultrapassar as dificuldades que vida nos traz. Acho que o maior desafio que me foi colocado foi mesmo, numa cama de um hospital, por terras de Eça de Queiroz, à 26 anos (...quase quase 27, como o tempo passa) pelos meus pais que me desafiaram a viver neste mundo, tentando ultrapassar as vicissitudes da vida. Pelo menos, penso que tenho cumprido, embora me falte vencer noutros campos, mas isso é outra coisa, provavelmente não tenho feito o suficiente para isso, ou digamos que ainda não fui suficientemente desafiado para tal...

O desafio foi-me posto pela Maria Del Sol, e é claro, não posso recusar um desafio feito por ela. Ele consiste em escrever uma frase o mais curta possível, na medida certa 6 palavras, que me tentasse definir, acompanhada duma imagem que reflectisse a minha vida.

A primeira definição que aqui aparece de mim, é que sou um rebelde sem causa, porque a frase que guia a minha vida não tem 6 palavras, mas sim 14, e duas virgulas, o que quer dizer que ainda existem coisas por resolvar na minha vida. Poderia tentar frases mais curtas e mais bonitas, mas como o desafio é dizer uma coisa que me define, eu, desde que li esta frase, não tenho feito outra coisa do que fazer o que ela me diz. E depois tenho que deixar a minha marca nos desafios que faço,outra característica minha.
A outra coisa é que a imagem é, de facto,
fraquinha, embora com uma vénia ao autor, mas eu não tenho um conhecimento de arte assim tão vasto como a menina Maria del Sol. Ou seja, quando digo fraquinha, digo que não tem a poesia da imagem da Maria Del Sol, mas tem muito de mim e até está bem desenhada.

Provavelmente, arranjaria uma imagem melhor mas como ela desafiou-me, não poderia estar eternamente à minha espera, e para não fazer uma pesquisa mais aturada, resolvi postar a imagem que tenho mais à mão. Outra das características minhas, sou muito indeciso, o que me leva a decidir muito tempo, ás vezes leva-me também a perder muitas coisas .Mas, prometo, que à medida que vou vendo imagens que me influenciem, eu vou postando por aqui. Aliás, tenho feito mesmo isso, tenho coleccionado imagens mas tenho de ter mais tempo para escrever.

Já agora, estão todos desafiados para fazerem o mesmo nos vossos blogs, ou nos comentários, quem quiser esteja à vontade.
Assim sendo, aqui fica a minha contribuição para o desafio.


" Procure viver de tal maneira que, ao morrer, até o agente funerário fique triste." - Mark Twain

Ilustração-Rui Ricardo