31 de dezembro de 2009

Não sou pessoa de grandes resoluções, sempre lidei bem com o dia-a-dia, estou a construir o meu futuro passo a passo, sem precipitações, as coisas na minha vida estão a acontecer naturalmente, não me posso queixar do ano que findou, foi um ano de promoções, de grandes alegrias, de, felizmente, poucas tristezas, de amizades, de diversão, de amadurecimento.

Também houve um lado reverso, um processo à Kafka que apareceu na minha vida, os medos, sempre os medos, que ainda não venci, etc, mas , neste momento, não tenho pachorra para mexer em coisas tristes.

Para 2010, além dos desejos normais, saúde, paz, tranquilidade, tentar aproveitar mais o tempo, continuar a ser o mais profissional e dedicado possível, continuar a ser um bom amigo sempre disposto a ouvir e ajudar, existem coisas que gostava de realizar, especialmente, neste ano.

Viajar a uma capital europeia (Istambul ou Moscovo são os grandes sonhos, mas existem outras possibilidades), conhecer melhor o meu país (voltar ao Douro que tantas saudades tenho e conhecer ainda melhor o Alentejo), tentar observar mais o mundo pela lente das minhas máquinas fotográficas, começar a ler mais poesia, tentar organizar as minhas férias em função dos Festivais de música (como nos últimos anos, metade dedicados aos Festivais a outra metade para descansar e descobrir coisas novas), tentar conquistar antes de desistir (e muito eu desisti, sem sequer esboçar uma tentativa, nos últimos anos. E, confesso, nesta altura estou numa fase em que sou um jogador que está a reunir todas as fichas para jogar no número certo), mas a minha grande resolução para 2010, é uma coisa a realizar em 2011: organizar bases na minha vida para que em 2011, por alturas do meu 30º aniversário tenha condições para ter uma casa própria. Sozinho ou acompanhado, apenas o tempo dirá. A vida nem sempre é aquilo que programámos, vejo isso ao meu redor quase todos os dias, tudo poderá mudar num minuto, mas 2010 será um ano em que este desejo me irá ocupar o pensamento.

Quanto ao resto, vai-se lutando com as forças que temos.

FELIZ 2010 com tudo do bom e do melhor para todos.

PS. Nos próximos dias, quando tiver um pouquinho mais de tempo e pachorra, vou colocar duas coisas aqui: a retrospectiva da minha década ( que funcionou quase como um catarse para mim) e as minha previsões" à Zandinga" para 2010". Até lá, divertam-se muito.

29 de dezembro de 2009

Sherlock Holmes

Quando se pensa na personagem de Sherlock Holmes cria-se a imagem de um perspicaz detective, de cachimbo, grande solucionador de puzzles, perfeccionista e organizado, sempre na luta contra o crime.

O Sherlock Holmes que Guy Ritchie criou é perspicaz, mas introvertido, não nos dando pistas para a resolução do mistério, é sedutor, um grande lutador de karaté
, desorganizado, mas divertido.

É um filme que funciona muito bem como entretenimento, apenas e só como entretenimento, Downey Jr. como sempre impecável e com muito estilo, Jude Law muito bem como Dr. Watson, embora desejava ver um Sherlock Holmes menos "kung-fu" e menos " slow motions", com mais suspense puxando mais pela imaginação do espectador, mas acabam por ser duas horas bem passadas, sempre com alguma diversão e com a promessa de termos direito a mais, daqui a uns tempos.





ah..e tem Rachel McAdams. De onde saiu aquele docinho ?

28 de dezembro de 2009

It Might Get Loud


Abençoado quem teve a ideia de fazer um documentário sobre guitarras, juntando 3 grandes guitarristas de 3 gerações do rock´n´roll, eles são Mr. Jimmy Page ( Yardbirds e Led Zeppellin), Mr. Daniel Evans, mais conhecido por The Edge ( U2 ) e Mr. Jack White ( The White Stripes, The Raconteurs e The Dead Weather).

São 3 estilos bem diferentes, cada maneira de tocar única, cada som reconhecível como se lhe pertencessem por exclusivo, unidos por um enorme amor à música, aqui, mais concretamente, pela guitarra ( "ela faz parte de mim", " devíamos tratar como se fosse a nossa mulher”, são algumas das frases que lemos logo no inicio ) e também por uma enorme vontade de desbravar caminhos, de descobrir coisas novas, de irem além do esperado, de serem únicos e os melhores naquilo que fazem.

Jimmy Page, é a classe em pessoa, um verdadeiro Mito vivo, tem no seu corpo a história do rock´n´roll, é a pessoa que na busca pelos seus sonhos larga tudo que tinha comodamente, é uma lição de vida, é o maior virtuoso dos três, um verdadeiro professor, o mais completo, autor de alguns riffs eternos da história do rock´n´roll, mudando o rock psicadélico nos anos 60/70 tornando-o poderoso. Fabuloso momento onde ele toca “ Whole Lotta love” perante os olhares embevecidos dos outros dois.

The Edge, é o mais “electrónico”, perito em pedaleiras, em sons distorcidos, sons únicos, dos três é aquele com menos técnica, e que tem a clara noção disso, mas disfarça a sua falta de técnica com imaginação e criatividade que lhe faz ser um dos guitarristas mais influentes na história do rock. Dos três, é aquele que mais “pede ajuda” à tecnologia, e o melhor que sabe andar nela.

Jack White é o aluno que quer absorver tudo dos seus mestres, é aquele que vai ao fundo do passado do rock’n’roll, vai até aos primórdios dos Blues, é o aluno que quer aprender todos os truques para ser ainda melhor guitarrista do que é. Usa aquilo que aprendeu obcecadamente, a sua escola de "blues-country" , transformando-a num estilo mais indie e mais actual. Além disso, dos três é o único que sabe verdadeiramente cantar. E para mim, conforme a “Uncut” o elegeu, o músico mais influente da década que estamos a terminar.

O documentário, realizado por Davis Guggenheim ( de “ Uma verdade inconveniente” ), mostra como a guitarra transformou as suas vidas nas palavras destes 3 virtuosos guitarristas, conhecemos as suas paixões, as suas influências, como criam, curiosidades sobre algumas das suas músicas, revê-se algumas imagens históricas (que engraçado foi ver Bono num visual totalmente Disco-Sound antes do primeiro álbum dos U2), contam-se histórias de vida, e assistimos maravilhados a pequenas sessões de guitarra a três, tudo sempre num registo muito cool e muito rock´n´roll.

É claro que isto não irá estrear em Portugal, mas se isso, por milagre, acontecer eu irei logo à primeira sessão ver este maravilhoso documentário, tudo pela curiosidade de ouvir esta sessão de guitarradas de amigos numas colunas de cinema.

Porque este documentário tem que ser visto “ IT MIGHT BE LOUD”….




26 de dezembro de 2009

Under Great White Northern Lights

Aproveitei a vinda do Pai Natal e pedi a minha prenda para o Natal do próximo ano. Ou, em alternativa, no meu aniversário.


24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL



Desejo a todos um excelente Natal, com muita paz, muita saúde, muita alegria, muito amor , muitas prendinhas, com tudo do bom e do melhor. Os meus votos são extensivos para toda a vossa família e amigos. Um abraço fraterno e amigo.

21 de dezembro de 2009

A verdadeira canção de Natal

Em Inglaterra, terra da música pop, o Natal é uma altura especial para a industria discográfica. Todos os anos, em terras de Sua Majestade, existe uma enorme expectativa em saber quem será o single de Natal mais vendido, existindo até um prémio de mais de 65 mil libras, para a banda/artista que conseguir ser o nº1 dos Top´s musicais.

The Beatles, Elvis Presley, Queen, Pink Floyd, Ramones, etc, foram das bandas que conseguiram este feito, mas nos ultimos 4 anos, o single de Natal foi sempre para os concorrentes do programa televisivo" X- Factor", uns "Ídolos" de lá do sitio.

Este ano, preparava-se para ser mais um concorrente desse programa o líder dos top´s britânicos no Natal, até que um fã dos Rage Against the Machine, com a ajuda do Facebook e do Twitter, apelou a todos os que gostam de "música" e não de coisas pré-formatadas, que comprassem a canção " Killing in the name", uma das canções mais importantes, e mais "anti-sistema" , dessa banda norte-americana, com a particularidade da mesma ser editada pela primeira vez em 1997, não havendo qualquer versão nova, ou remistura, e a maior parte das vendas foram através de downloads na net ( ou seja não foi feita qualquer edição do single em cd como o habitual naqueles lados).

Conforme, Tom Morello revelou no seu Twitter, mais uma vez se mostrou que o povo unido jamais será vencido e que a juventude britânica, que aprecia música, está cansada dos cantores que saiem de programas do género. Como eles dizem na própria letra da canção" fuck you I won't do what they tell me ". E foram mais de 500 mil cópias contra as 450 mil cópias vendidas do concorrente, levando a que os norte-americanos prometessem como forma de agradecimento aos seus fãs realizar um concerto grátis em Londres, além de doar o dinheiro do prémio a uma instituição de solidariedade. Em Inglaterra, este ano, o Natal tem mais raiva.

Em jeito de comemoração aqui ficam os Rage Against the Machine, com o single de Natal, na célebre actuação no Oeiras Alive, naquela noite inesquecível que vivi em 2008




20 de dezembro de 2009

Canário


Os livros se forem livros as palavras entram aqui em nós num sítio estranho quase sem a gente dar por elas.

E sendo palavras que foram outros a dizer passam a ser nossas para sempre, e acho que é o que eles teriam desejado.”

A melhor descrição deste livro é feita na página 203 do mesmo. As suas palavras serão minhas para sempre.

Actualização: podem ler a minha critica ao livro no sitio do costume.


16 de dezembro de 2009

Porque, quando falei dos Morphine, deu-me saudades de velhos, e maravilhosos, tempos, de tempos que passaram depressa demais e que já são longínquos, de tempos onde a descoberta era mais demorada, onde conseguíamos agarrar o tempo, de tempos de encontros e desencontros, de sonhos que desabrocharam e outros que ficaram pelo caminho, de valentes sorrisos, dos choros tímidos, de arrependimentos, das primeiras paixões, dos primeiros ódios, de tudo aquilo que a adolescência nos deu formando-nos para o futuro, que, neste caso, é hoje. Aqui fica dois belos momentos dessa grande, e saudosa, banda:


e para recordar que nunca mais, depois da sua morte, um baixo com duas cordas, uma bateria e um saxofone soaram tão bem. E já lá vão 10 anos do seu desaparecimento.

" Sandman at your service"

É o nome do documentário que revisita a carreira de um grande ídolo meu, por alturas da minha adolescência, de nome Mark Sandman, líder dos Morphine. Aqui fica o " featurette" ( seja lá o que isso for*), resta esperar que o documentário apareça por estes lados.



* - penso que deverá ser um trailer mais alargado do documentário.

14 de dezembro de 2009

Do tempo

" Se pensas no tempo, é porque o tempo te armadilha. Se olhas para a frente é o muro que se aproxima depressa, tu sem travões, como todos nós sem travões, como se trava isto, como te suspendes para esperar por ele, querias tanto conseguir suspender-te para poderes de alguma maneira esperar por ele, sim porque alguma coisa dentro de ti te garante que um dia, um dia,um dia. " Rodrigo Guedes de Carvalho in " Canário".

11 de dezembro de 2009

Versões improváveis ( 9 )

Desta vez a " versão improvável" é da próxima banda que irei ver ao vivo no próximo ano( isto se não existir um concerto interessante até Fevereiro) que canta uma canção de uma das bandas que mais desejo ver um concerto. " Take or leave it" dos The Strokes versionados pelos Artic Monkeys.


9 de dezembro de 2009

Wooden Arms

Das canções que gravei, escolhi esta porque penso que está reunida todas as caracteristicas que fazem de Patrick Watson um grande artista: a sua simpatia genuina, versatalidade ( tanto está a arranjar a boina, como bebe algo, como de repente canta de forma fantástica) e, não convêm esquecer, grandes companheiros que fazem desta canção,ainda mais, enorme.

Podem ver mais videos aqui. Ainda faltam dois, podem sempre espreitar qualquer momento para ver se já actualizei, que isto de fazer uploads de vídeos ainda demora o seu tempo.

Já agora, podem ver o momento curioso que falei na canção " The Great Escape", mas com aquela particularidade que falei ( aos 45 segundos) e não se admirem do vídeo estar escuro. Porque, nessa canção todos estavamos às escuras, mas iluminados pelas suas palavras.




8 de dezembro de 2009

Happy Birthday, Mr. Tom





Tom Waits : 60 anos de puro génio.

7 de dezembro de 2009

Do concerto ( depois )

O concerto tinha terminado, a noite mágica estava no seu fim, no entanto ainda haveria uma surpresa, a possibilidade de estarmos à conversa com os restantes elementos da banda, pedindo-lhes que voltassem mais vezes ao Porto, o que eles, sempre simpáticos, se mostraram disponíveis.

Enquanto Patrick Watson se entretinha, rodeado de admiradores, a dar autógrafos e a tirar fotografias com a sua simplicidade
, e genuinidade, desarmante, sentado nas escadas do palco, os outros elementos da banda ainda tiveram tempo de me dar mais uma recordação numa noite recheada de muitas e boas recordações.


6 de dezembro de 2009

Do concerto ( durante )

Sob o signo do lema “ o Porto já merece ter um Festival assim”, o Festival Pop Deluxe, acaba por ter um relativo êxito, mais pela actuação do cabeça de cartaz (penso que TODOS que lá estiveram foram pela actuação do canadiano) do que pelos outros nomes do Festival.

Foi como se fosse uma actuação de Patrick Watson, com duas bandas de primeira parte para aquecer os espíritos dos presentes q
ue, surpreendentemente, não encheram o Sá da Bandeira. Também a publicidade ao mesmo não foi a melhor, valendo até um desprezo ao mesmo pelos órgãos de comunicação social, como por exemplo, o “Blitz” que agora desde que passou a “Blitz” quando os concertos se realizam acima do Tejo, geralmente, esquecem-se de fazer reportagem. Como diria o outro, o Porto fica lá longe. Não faz mal, para o ano até vão ter o Red Bull Air Race e tudo.

A sala ainda estava vazia quando os The Invisible entraram, uma bateria, uma guitarra e um baixo, com um som a dever tanto aos Joy Division como aos TV on the Radio, mesclando um rock psicadélico instrumental com um ritmo dançante (se não estivéssemos sentados, poderíamos estar a dançar), num estilo que deixou a sensação que estariam um pouco deslocados deste Festival.

Depois vieram os Piano Magic, no seu rock à lá Mercury Rev , mas sem o tom épico que confere a grandiosidade a estes, originando um concerto muito morno, por vezes a roçar o entediante. Ficou a sensação que estavam lá eles, como poderiam estarem outros, que o público reagiria da mesma maneira. Não quero dizer que a sua música não tenha qualidade, apenas a ansiedade para ver Patrick Watson e seus compinchas era imensa, e eels não nos fizeram esquecer isso.

Mal terminam os Piano Magic, eis que vem Patrick Watson que, conjuntamente com a sua banda, montou o cenário qual roadie, muito bem-disposto, sempre divertido, dando enormes gargalhadas aos gritos vindo do fundo da sala que chamavam pelo seu nome.



Apagaram-se as luzes, e fez-se magia: com um começo calmo, arrancando com o instrumental “Fireweed” passando logo para Tracy´s Waters, de seguida, veio a belíssima homenagem à cidade de “ Beijing” e “ Wooden Arms”(*), sendo que ,a partir daí, o canadiano começou a revisitar o álbum anterior, “Close to Paradise”, que lhe deu a tão merecida fama, dando mostras da sua genialidade.

É difícil distinguir momentos altos, desde “ The Storm”, agora numa versão muito country, passando por “ Big Bird in a small cage” , ou a maravilhosa “ Man like you”, ou “ Luscious Life”(*) acabando a primeira parte com uma das mais belas canções que eles criaram “ Where the wild things are”, não esquecendo “ The Great Escape”, cantada completamente às escuras, com um momento deveras curioso, no meio da canção ouve-se um telefone a tocar, ele grita "Telephoooone" , volta à canção, acrescentando ainda um comentário jocoso pelo meio dos versos cantados, sempre sem perder a melodia e o ritmo, dando provas da sua versatilidade.



Patrick Watson agiu sempre como um miúdo irrequieto, que tanto cortava a fita-cola com os dentes para colar as teclas do piano, como puxava as calças para cima ou tirava a boina antes de cada canção, sempre saltitando de um lado para o outro, mas que quando a música começava, ele parecia ganhar outra dimensão, uma aura enorme de genialidade .

Depois de recolhidos, pela primeira vez, aos camarins eis que veio Patrick Watson com uma “mochila” transportando 4 megafones luminosos, saltando para o meio da sala, juntamente com a sua banda, interpretando “ Hearts in the Park”(*), e depois, sem microfone e em cima das cadeiras, “Man under the sea” que, posteriormente, viria a terminar já no palco.


Mas o público queria mais, os artistas não se fizeram rogados, terminando a noite mágica com uma música nova, acabando o espectáculo com o público de pé aclamando-os , agradecendo um concerto inesquecível que nos ofereceram.

(*) - há video, depois publico.

Do concerto ( antes )

O tempo estava húmido, prometia chuva e frio, despedi-me apressadamente dos meus colegas de trabalho, comecei acelerar o passo, a ansiedade era muita, os nervos alguns, os minutos passavam depressa e, no medo de perder alguma coisa, quase corria.
Desci os Clérigos de forma rápida, espreitando disfarçadamente para as iluminações de Natal, passei pela Baixa, nem reparando nas pessoas que se atravessavam no meu caminho, pelo local que se iria realizar o concerto, e quase em tempo recorde cheguei à Fnac.

Comprei o cd, reparo no baterista e na cerveja que bebe descontraidamente, e entrei para o auditório na busca do melhor lugar.

Um casal simpático, oferece-me uma cadeira, o telefone toca para combinar o local de encontro à noite, vejo uma pessoa amiga, e de repente, eis que aparece Patrick Watson.

Poderia confundir-se com um cliente normal, sorridente, numa atitude tanto descontraída como tímida. A sala estava quente, quase cheia, no lugar onde minutos antes esteve David Fonseca (que estava no piso de baixo a dar autógrafos) depois de apresentados, eis que eles ocupam os seus lugares .

O “showcase” funcionou como um grande aperitivo para o que se ia passar horas depois, Patrick Watson cantou, e encantou até quem o desconhecia, uma boa meia-hora, onde percorreu êxitos recentes e alguns mais antigos ( “ The Great Escape”(*) e “ The Storm” não faltaram), sendo o momento alto “ Hearts in the Park”(*) onde cantou sem microfone, mostrando os seus dotes vocais.

Terminado o “showcase”, eis que surge agora o gajo normal, simpático, acessível, que num momento estava a dar autógrafos e a tirar fotografias com os fãs, como de repente, brincava e fazia palhaçadas ao seu filho, encantando todos os presentes, como se fosse a pessoa mais normal do mundo. Mas não é: Patrick Watson é um verdadeiro génio.



(*) - há video. Quando puder, prometo, que publico.

4 de dezembro de 2009

Logo à noite





E sim, irei tentar espreitá-lo aqui. E sim, quero comprar isto. E sim, depois conto-vos tudo
.

3 de dezembro de 2009



Embora lá fazer uma loucura ? Quem alinha ?

2 de dezembro de 2009

1 de dezembro de 2009

" Nós nunca moldamos o mundo. O mundo molda-nos a nós. " - Toni Morrison in " A Dádiva"

27 de novembro de 2009

Cédula pessoal

Faço perguntas às minhas próprias dúvidas e lembro-me
de um filme antigo quando percebo que não respondem:
silêncio a preto e branco.

Procuro o meu caderno de linhas direitas. Em tempos,
andei na escola e tinha a régua mais bonita da terceira
classe. Era um menino de meias e de calções.

Encontro uma esferográfica sem tampa e sei que sou
o último kamikaze antes da derrota. É sempre assim:
um sentimento trágico oriental sentido a ocidente.

O meu coração está localizado a oeste. Quero invectivar
contra a própria rosa dos ventos que me fez nascer:
multinacional sentimento trágico: milhares de filiais.

Quando começo a anotar as minhas preocupações, tão
importantes apenas para mim, já me esqueci de tudo:
os segredos esconderam-se por trás de um muro.

Restam as metáforas, alinhadas por ordem de presumível
intensidade. Escuto-as no meu walkman tonto e desaprendo
outra vez de ser infeliz.

José Luís Peixoto in Gaveta de papéis

25 de novembro de 2009

O mágico

Como Rembrandt pintou belos quadros, como Bob Dylan escreveu canções inesqueciveís, como Neruda definiu o amor na sua poesia , como Chaplin nos descobriu como fazer sorrir, ou como Spielberg nos mostrou que era bonito sonhar.

Deco foi, e continua a ser, um verdadeiro artista, o mágico, o jogador que mais alegrias me deu enquanto vestiu a camisola do FCPorto ( e só não é o melhor que eu vi com aquela camisola vestida porque existiu este ) e hoje será recebido, naquela que será sempre a sua casa, de pé e com aplausos e vénias como só os grandes artistas merecem serem recebidos. E eu vou lá estar.



PS: De todas as camisolas oficiais, e foram muitas, que tive do FCPorto, apenas duas tiveram números nas costas. Tive uma com o nº 8 e uma com o nº 10. Apenas a nº 10 teve um nome do jogador: Deco.

24 de novembro de 2009

" Um grito que ninguém ouvia "

Muitas vezes queixámo-nos que andamos a perder a vida, que o tempo passa entre os nossos dedos sem que o consigamos agarrar, que necessitamos de uma pausa na nossa rotina porque ela nos tolda o presente, não nos liberta para que possamos conhecer tudo aquilo que o Mundo nos oferece.

Muitas vezes desabafamos, triste ou melancolicamente, que gostaríamos de mudar a vida, o nosso passado, de mudar os nossos caminhos à procura de um destino melhor, de sermos o dono do nosso tempo e não ele que nos controla, como se fossemos robôs.


A partir de agora vou pensar muito bem quando digo que ando a perder a vida. Porque, isto sim, é que é perder uma vida. E, pior, sem nada ter contribuído para isso e sem puder fazer nada para mudar. Uma história que ultrapassa qualquer ficção, e cujo desespero nem quero imaginar. Haverá desespero maior do que lutar pela própria vida, silenciosamente ?

24 Novembro





Ou seja, hoje. Próxima missão: procurar nas lojas

22 de novembro de 2009

Do cinismo e da vida

"Talvez seja uma palavra gasta. Como cidadania. Como amor. Ou como a velha e, por isso, vilipendiada democracia. O que gasta as palavras não é o excesso de uso, mas a falta de correspondência. O que é o amor, quando não é acto de dádiva? Sem gestos, trabalho, coragem, as palavras secam. O amor dos portugueses pelas palavras é demasiado platónico. Habituámo-nos à beleza das palavras nos livros, uma beleza de folhas secas, outonal, consolação desconsolada do que podia ser mas nunca foi. Vivemos de sonhos e queixumes, alucinados pelo que nos falta e faltando à realidade que os sonhos nos pedem. Adiamos. Adiamo-nos. Dizemos que matamos o tempo e deixamos que o tempo nos mate. Um dia destes, pensamos, vou dizer tudo o que não disse. Vou fazer tudo o que não fiz. Pensamo-lo com raiva e desespero e vontade e paixão, solitários por entre as gentes. Depois respiramos fundo e adiamos. Por medo ou brandura ou nem isso. Coisas mais pequenas: cagaço, moleza. Ou a grande palavra dos países que não souberam crescer: deslumbramento. O lado de fora do servilismo, que é o avesso concreto do civismo. Precisávamos de criar um dicionário novo, onde as palavras reluzissem com o significado que possuíam antes de as usarmos como trampolins para tronos de miseráveis poderes, porque é miserável todo o poder que se serve a si mesmo em vez de servir a melhoria do mundo. "Inês Pedrosa na crónica " A palavra civismo". Ler o resto da crónica aqui. Vale bem a pena.

20 de novembro de 2009

Versões improváveis ( 8 )

Uma versão maravilhosa para uma das melhores canções de sempre. The Magic Numbers canta " There is a light that never goes out" dos saudosos The Smiths.




PS: A rubrica, a partir de hoje, fica quinzenal para não se esgotar
, nem cansar.

18 de novembro de 2009

Estamos lá



E agora os burros continuam a zurrar baixinho.

O coração que ri

A tua vida é a tua vida
Não a deixes ser dividida em submissão fria.
Está atento
Há outros caminhos,
Há uma luz algures.
Pode não ser muita luz mas
vence a escuridão.
Está atento.
Os deuses oferecer-te-ão hipóteses.
Conhece-las.
Agarra-las.
Não podes vencer a morte mas
podes vencer a morte em vida, às vezes.
E quanto mais o aprendes a fazê-lo,
mais luz haverá.
A tua vida é a tua vida.
Memoriza-o enquanto a tens.
És magnífico.
Os deuses esperam por se deliciarem
em ti.


Charles Bukowski

15 de novembro de 2009