29 de novembro de 2007

Acabei de ler um livro empolgante. Para quem gosta de História, mais concretamente de saber mais sobre a civilização romana, é um livro que satisfaz plenamente pela sua qualidade, principalmente de escrita.

Gostei bastante, muito bem escrito, ou não fosse Max Gallo um grande historiador, com capítulos curtos, com descrições muito precisas, nada de descrições longas, muito ritmado e acabamos com a sensação de encanto pela personagem principal e satisfeitos por termos acabado de ler um bom livro.

O próximo livro da série " Os romanos" é sobre Nero, uma personagem cruel mas fascinante para percebermos a razão do seu mal, e não tardarei muito a comprá-lo .

A minha próxima leitura é " Predadores" do escritor angolano Pepetela.

27 de novembro de 2007


Saiu à pouco tempo um DVD sobre a digressão que os Sigur Rós fizeram pela sua Islândia natal, actuando em lugares mais improváveis, como, por exemplo, uma fábrica abandonada ou até no meio do campo.

Com o nome de "Heima", "casa" em islandês, é um documentário de uma banda em digressão totalmente diferente daqueles que estamos habituados a ver, isto a confiar no que já li e no trailer, está recheado de imagens belíssimas de uma Islândia que ficamos com vontade de conhecer, além de vermos as reacções curiosas das pessoas a verem os concertos, isto, não esquecendo do elemento essencial, a particular e sempre bela música dos Sigur Rós.

Um " documentário-concerto" que me parece ideal para ver no Inverno, enroscado num cobertor, a beber um chá quentinho com uma boa companhia, com ouvidos apurados e olhos atentos. É favor carregar na imagem para ver o trailer e se deixarem encantar.

Site oficial do filme aqui , que tem um interessante photoblog e o da banda aqui.

26 de novembro de 2007

Saber a pouco

Novamente aqui durante um dia e meio. Adormecer com os pés quentes e acordar com o nariz gelado. Deitar muito tarde e levantar cedo. Passear com um tempo maravilhoso planeando já as primeiras compras de Natal. Esquecer a dieta durante um dia. Comer um arroz de marisco divinal. Tirar fotografias na galhofa com a mais pequenina. Brincar com ela e rir das suas brincadeiras e das suas respostas. Achar um sacrilégio ver os Simpsons a hablar español na televisão. Cantar os parabéns ao irmão mais velho que nunca tive, mas que nunca me deixou que sentisse falta de ter um. Planear mais uma visita num futuro próximo. Aproveitar o preço do gasóleo. E sentir o carinho e a amizade infinita daquela gente simpática e sempre bem disposta.

23 de novembro de 2007


Hoje apetecia-me decidir que a música do Jorge Palma ficasse só para mim. Ou melhor, que ficasse para mim e para mais alguns que lhe saibam dar o seu devido valor .

Apetecia-me que ele não tivesse sucesso, que fosse um segredo guardado entre alguns invejosos, entre eles eu, e que não o divulgássemos a ninguém, ou apenas a outros invejosos, como se fosse um código de honra que teríamos de cumprir .

O sucesso a um artista enche sempre muitas salas de espectáculos, dá-lhe muita fama e reconhecimento, permitindo-lhe até que ele faça um concerto com uma voz desgraçada que o trai completamente numa música impedindo-o de cantar, que se esqueça das letras e volte atrás como se não fosse nada, que esteja um minuto a dançar só para dizer uma palavra para terminar a música ou que brinque com o piano, mas também traz muito público " aparvalhado" que trata o artista como se ele fosse um bobo da corte e o desrespeitam, resumindo o concerto deles a apenas uma música para que eles possam tirar os seus telemóveis da geração mais adiantada e gravar esse momento para recordar, ou mandar bocas estúpidas para impressionar alguém do lado, ás vezes bem no meio das canções, estragando alguns momentos.

Mas o que interessa mesmo é que Jorge Palma soube contrariar o seu problema na voz da melhor maneira, conseguiu que o "outro público", o público mais conhecedor da sua brilhante obra, vibrasse, e não bocejasse, com momentos brilhantes proporcionados por si e pela sua banda, de destacar a música " Abrir o Sinal", para mim o segundo melhor momento da noite, com o seu filho Vicente Palma ao piano, " Valsa de um homem carente ", " Finalmente a sós" tocada como se fosse um grande hino rock'n'roll com o grande Flak a desbundar na guitarra, destacando ainda as mais conhecidas " Bairro do Amor" onde parte da letra ficou pelo caminho mas que teve a ajuda do público, " Frágil" e " Portugal, Portugal " tocados à boa maneira dum rock'n'roll bem esgalhado, e um final INESQUECÍVEL com a maravilhosa música " A gente vai continuar".

Como ele bem diz " enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar, enquanto houver ventos e mar a gente não vai parar " e nós queremos é que Jorge Palma nunca pare.

Porque Jorge Palma é tudo aquilo que se viu no concerto, é boa disposição, é simpatia, é um excelente músico, " brincando" no piano como só os maiores génios sabem brincar, é mais um copo, e outro, e outro ainda e não o levamos a mal se ainda for mais outro, é ter uma banda consistente e com músicos de luxo, é ver o seu sorriso de felicidade com o momento que estava a viver, é divertir-se ao máximo não se preocupando com poses, são as suas palavras, os seus silêncios, e são momentos como este, aquele que eu considero o melhor momento da noite, que me levam a sair feliz depois um concerto dele.


Eu quero reencontrar-te noutra esquina qualquer
Sem saber o teu nome ou se ainda és mulher
Quero reconhecer-te e beber um café

Dizer-te de onde venho e perguntar-te porquê
Sorrir-te cá do fundo, subir os degraus

Eu quero dar-te um beijo a 50 e tal graus

20 de novembro de 2007

" Amar silencioso porque não há alternativa.
No dia do Ruído o dia da Queda.
O meu Coração, afinal : um orgão ! "- Gonçalo M. Tavares in Investigações Novalis

Memorando: redescobrir a obra deste autor, agora que vai sair um novo livro da série " Livros Pretos", o quarto, vou aproveitar para reler todos os anteriores.

18 de novembro de 2007

Vesúvio Jukebox Special Tom Waits

Afinal não foi só ao Nuno Markl que lhe disseram que começaram a ouvir Tom Waits por causa dele !
No meu post sobre a minha ida ao teatro, o Loot deixou-me um comentário simpático sobre a influência deste blog para que ele começasse a ouvir esse grande ícone musical, confesso que fiquei orgulhoso por saber que estou a contribuir para o bem estar da humanidade.


A primeira música que ouvi deste génio foi também na rádio, e também nas ondas da Antena 3, mas foi no programa " Indiegente", de Nuno Calado, e na sua excelente compilação onde, além de Tom Waits, pontificavam os nomes de Ben Harper ( com uma arrepiante versão ao vivo de " Excuse Mr.") ,Placebo, Walkabouts ou Raindogs.

A minha primeira impressão ao ouvir "Get Behind the mule" foi logo de estranheza com a voz que acabara de ouvir, mas aquele ritmo envolvente e aquelas palavras tocavam-me forte, era bastante diferente do que ouvia na altura.

Depois houve um tempo onde o deixei num " cantinho esquecido", mas como as coisas mágicas têm um chamamento especial, recentemente, comecei a ouvi-lo cada vez mais e a fazer uma pequena promessa de que não descansarei enquanto comprar todos os seus álbuns ( olha eu a dar pistas à minha família para o Natal ) . É claro que tem de ser devagarinho porque tenho muito que desbravar na sua longa carreira.

Dizer que adoro a sua mistura de blues/jazz/rock, conjuntamente com as suas palavras fabulosas, é muito pouco para definir o que sinto quando o oiço, torna-se viciante ouvir aquela salgalhada de sons diferentes, por vezes estranhos, é sempre uma descoberta imensa, mais um som ou mais uma palavra, mesmo que já tenhamos escutado imensas vezes aquela música .

Posso dizer que estou a ter a mesma " relação" com a obra de Tom Waits igual àquela que tive quando comecei a ouvir Jeff Buckley, ou seja, uma " relação " intensa e para toda a vida.

Resolvi por isso que, esta semana, o " Vesúvio Jukebox" fosse, então, dedicado a este grande poeta, não com as músicas mais representativas da sua carreira, porque ainda tenho muito que desbravá-la, mas sim com algumas das músicas que me levaram a viciar na sua obra.

Já agora para os fãs que quiserem saber mais alguma coisa das suas palavras podem ir ao blog " Provas de Contacto ", do jornalista João Lisboa, e, mais um segredo, se quiserem arranjar os cd's dele a bons preços aconselho-vos a ir a uma loja que está muito na voga agora. É aquele que diz que tem aquela publicidade estúpida que afirma que os seus clientes não são parvos...

Playlist - Get behind the Mule
- ( Looking for ) The Heart of Saturday Night
- Who are you ?
- Lie to Me
- You can never hold back Spring
- Lowside of the road

17 de novembro de 2007

" O amor não se define. Sente-se." ( Senéca )

18:10 : Hora de saída. Entramos no elevador deixando para trás mais uma semana de trabalho, levo o saco de desporto ao ombro enquanto ele tira o maço de tabaco. Saímos do elevador e sinto logo o ar frio da noite que já se pôs à já algumas horas. Aperto o casaco até cima, ajeito, mais uma vez, o saco enquanto ele tira o cigarro, levando-o aos lábios e acendendo-o de seguida.

Olho-o de lado, sinto que me quer dizer algo, diferente do que falamos, que hoje não quer falar do trabalho que fizemos ou do trabalho que ficou por fazer, ou então da sua agenda para a semana seguinte.

Um carro sai do parque de estacionamento subterrâneo obrigando-nos a que o contorne cuidadosamente.

Dá uma passa no cigarro, enquanto eu me apresso a pôr as mãos nos bolsos para as aquecer, e então ele fala:

- Sabes...eu hoje, faço um ano de casado ! - disse-me timidamente e a sorrir.

Sorrio disfarçadamente, como se não soubesse. Lembro-me então do seu passado, do inicio da sua relação, das suas dúvidas, ou melhor das suas certezas ele nunca teve dúvidas, dos seus desabafos, do que esperava, do que planeava, da nossa longa conversa no trajecto Porto-Lisboa que uma vez fizemos e da sua confissão que ele falhara no amor, aconselhando-me para a vida, como um pai aconselha um filho.

- Ai é ? Parabéns !Então hoje temos festa ! - respondo-lhe todo sorridente.

- Mandei-lhe um ramo de flores. Falei com a nossa amiga Fátima e encomendei-lhe um ramo de rosas. Ela escreveu no cartão uma dedicatória que ditei.

- Ah ! Foi por isso que ela me telefonou a perguntar onde a sua mulher trabalhava. Não sabia se era no Notário ou se era no Registo Civil. Ela falou-me das flores mas...

- Ela adorou ! Acho que toda a gente de lá ficaram encantados com o ramo. Até a chefe que é mais macambúzia. Falou comigo ao telefone e estava emocionada - interrompeu-me ele.

Foi então que eu olhei para ele e digo-vos uma coisa: NUNCA vi uns olhos a brilharem daquela maneira. Por muitas palavras bonitas que escreverei para os definir, nunca conseguirei descrever de forma perfeita aquele olhar, aquela pureza de sentimentos, aqueles olhos grandes a brilharem de uma forma absolutamente fantástica.

Durante o resto do caminho, os olhos dele sempre brilharam quando falava dela, a sua voz esteve sempre embargada e o seu sorriso era contagiante.

Naquele trajecto entre o meu trabalho e o lugar de estacionamento do carro dele, parecíamos dois adolescentes, ele a falar da sua amada e eu sorridente e orgulhoso pela alegria de um grande amigo, que, por acaso, é meu chefe.

15 de novembro de 2007

Não acredito !!! Acabo de ouvir esta música numa rádio portuguesa, que não a Antena 3 e a Rádio Radar, ou outra rádio universitária !!! Foi na Rádio Nova e foi agora mesmo, na altura da playlist, entre uma música dos Pink Floyd e outra dos Azeitonas, não foi num programa de autor do Álvaro Costa !!! Uma rádio onde ainda passa música dos BAN e dos Jáfumega!!! E acertaram no nome da música e na artista !!! Milagre, eles sabem que ela existe ...

14 de novembro de 2007

Saudades de um gelado de Verão



12 de novembro de 2007


Excelente reportagem sobre as crianças escravas em Gana que vem na revista " Tabu" do semanário Sol .

Lê-se com um nó na garganta, olhos tristes e húmidos percorrendo palavras cruéis, ficamos emocionados ao ler os seus sonhos e com a alma envolta em revolta e indefesa por não conseguir nada fazer para mudar uma situação injusta.

11 de novembro de 2007


Nightingale ( ou quando as músicas falam por nós )




Nightingale
Sing us a song
Of a love that once belonged

Nightingale
Tell me your tale
Was your journey far too long?

Does it seem like
I'm looking for an answer

To a question I can't ask
I don't know which way the feather falls

Or if i should blow it to the left

All the voices that are spinnin' around me
Trying to tell me what to say
Can I fly right behind you

And you can take me away

9 de novembro de 2007

Recordo-me perfeitamente do dia em que li esta história pela primeira vez. Entre o cheiro a maresia e o barulho das crianças a brincar, encostei-me nas rochas da praia de Salgueiros à procura da melhor posição, e com o sol a bater no meu rosto devorei o livro durante a tarde inteira ficando encantado com as peripécias de Mário Jimenez, e a sua avassaladora paixão por Beatriz, e também com a sua grande amizade como grande poeta Pablo Neruda.

Ontem estreou no Teatro Campo Alegre, a representação da história de que falo :



...e posso dizer que adorei. Também eu gostava de ser poeta para tentar descrever a beleza da peça, daquele cenário onde se destacava um rádio igual àqueles que eu sempre sonhei ter, de como estava inquieto perante aquela imagem da praia e das ondas, do fumo do cachimbo que ficou no ar durante muito tempo e eu não tirei os olhos até vê-lo desaparecer, não há palavras para descrever tanta beleza . Se puderem, não percam, irão sair de lá, certamente, encantados.

PS: Hoje disseram-me que tinha os olhos a brilhar. " É do sono, eram 2 e meia e não sei o que tinha. Não conseguía dormir ". Apesar disso ter sido verdade, não era a verdadeira razão. A razão é que ainda tenho nos meus olhos o reflexo do teu brilho. Obrigado pela companhia, pelo teu sorriso como agradecimento ( para mim isso basta...) e o teu visual está encantador como sempre.

7 de novembro de 2007

Um golo como lição de vida ( ou como dei graças a Alá por uma vez)

Devemos encarar os problemas na vida como o golo do Sektioui: pegamos nele, enfrentamos com peito feito, cheios de confiança, saltamos por cima, passamos pelo meio das dificuldades, deitámos o último obstáculo e arrumamos o assunto com convicção, mesmo que isso possa doer a muita gente.



6 de novembro de 2007

Página 161 ( o desafio )

O Hugo e o Carriço nos seus blogs convidaram-me para um desafio que anda a correr toda a blogosfera: o desafio da página 161.

As regras são simples : pegar no livro mais próximo, abrir na página 161 e fazer um post, ou pelo menos deixar a frase na caixa de comentários.

O livro que estou a ler, " Viagens no Scriptorium" de Paul Auster só tem mesmo 115 páginas, por isso recorri à minha próxima leitura.
Depois dalgumas dúvidas se a frase anterior contava mesmo como uma frase ou se era apenas o complemento de uma outra, no próximo livro que irei deitar os olhos e as unhas na página 161 só tem mesmo 5 frases, sendo que, a última frase reza assim :

"De repente, o vento levanta-se e transporta até às muralhas da acrópole de Cumas o odor do fogo e das vergônteas ainda quentes e incandescentes ." ( o livro é " Espártaco - A revolta dos escravos", da série " Os Romanos" de Max Gallo, um livro de um grande historiador sobre o império romano, estou em pulgas para começar a lê-lo ).

A seguir tenho que passar a outros 5 bloggers, e aí é que fico chateado porque não discrimino ninguém e quem quiser poderá fazer isso na caixa dos comentários. Mas como não quero ser o responsável pela quebra da corrente, aqui vai:

- Catarina ( anda lá,please. Surpreende-me com a tua frase escolhida ...)
- Loot ( porque não, um frase de um livro de BD ? )
- Wasted Blues ( ...ou um livro de cinema ??? )
- Desnorteada ( vê lá se pões uma frase bonita e cheia de força e esperança ;) )
- Canochinha ( lembro-me que a Miss Alcor já respondeu a este desafio, por isso não a desafiei, a não ser que ponha na caixa dos comentários, mas tu ? Se já respondestes, volta a responder :) )


5 de novembro de 2007

Continuo a pensar que aos domingos à noite o que vale a pena ver é isto


Vejo esta série sempre com um misto de fascínio, porque é História e eu adoro História, e sempre de sorriso nos lábios porque ela é muito divertida, estamos sempre na expectativa no resultado daquelas peripécias todas.

O melhor elogio que podem dar a esta série foi feito por um crítico de televisão, ele afirmou "que esta série deveria ser mostrada nas escolas". Digo mais, deveria ser vista por toda a gente .

4 de novembro de 2007

Vesuvio Jukebox

Finalmente, já tenho música no blog e a partir de agora, todas as semanas, irei inserir 6 músicas para quem entra neste cantinho.

A primeira playlist da " Vesuvio Jukebox" é a seguinte :

- " When Under Ether" - PJ Harvey

- " Lover, You should've come over" - Jeff Buckley

- " A Sunday Smile" - Beirut

- " Mysteries" - Beth Gibbons & Rustin Man

- " Son of Sam" - Elliot Smith

- " Together " - The Raconteurs

2 de novembro de 2007

Porreiro, pá ! Dá cá um cumprimento.