Que livro belíssimo. Tão breve como intenso. Tão incomodativo como um ferrão de uma abelha, como doce como o mel. " A morte de um apicultor" de Lars Gustafsson foi o primeiro livro que li deste autor sueco, falecido o ano passado, e deixa curiosidade para que consiga embrenhar ainda mais na sua obra literária.
É o espectro da morte, da sua recusa primeiro e depois da sua aceitação, que habita em todo o livro, e na forma como um homem com doença terminal lida com o seu fim. Ou talvez seja da força de viver, sem cair em dramatismos ou lamechices de livros de auto-ajuda.
Para compreendermos melhor a trama, vamos lendo os diários que a personagem principal mantinha durante a sua fase terminal. Após a recepção e recusa de abrir uma carta, na qual poderá constar o veredicto da sua doença, ele escolhe viver perante a inevitabilidade do seu fim.
“Se esta carta contém a minha morte, recuso-a. Não devemos querer nada com a morte. Tive a sorte de aprender isto muito cedo, e é algo que me tem sido útil ao longo da vida.
Após essa recusa acompanhamos o seu caminho para o seu fim, ao mesmo tempo que vamos sabendo de algumas das suas recordações mais determinantes na sua vida, sempre escrito de uma forma simples mas desarmante.
Um livro pequeno no tamanho, que se lê de forma breve e aconselhável a todos.
“Aquilo que aprendi: não existe uma verdadeira saída para a vida. A única coisa que podemos fazer é adiar a decisão para o dia seguinte, com um pouco de habilidade e astúcia. Mas não há saída. Trata-se de um sistema fechado, e, no fim, só resta a morte. O que não é, de todo, uma saída.”
PS: O livro que li foi da edição ASA, não o da imagem.
1 comentário:
Pronto. Lá vou ter que o resgatar ao pó. :) Tem dois à frente, mas depois vai.
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