"Há momentos na história em que nas urnas está a ditadura, nas ruas a democracia." - lida no Facebook da historiadora Raquel Varela
31 de janeiro de 2017
27 de janeiro de 2017
24 de janeiro de 2017
Throwback life- O que passou na minha ausência ( resumir o tempo perdido) "
Casar ao som de Nick Cave. "Aida" na Arena Verona. Passear na bella Florença e prometer lá voltar. Patti Smith ao vivo duas vezes. A poesia de Matilde Campilho. Os livros de Gonçalo M.Tavares. Os filhos dos meus amigos. Benjamim Clementine a sussurrar palavras musicadas. Ver que parece que estamos de regresso aos anos 90 culturalmente. Sesimbra em Agosto. Inverno na Suécia. Voltar à infância com "Stranger Things na tv e "Jurassic Park" no cinema. "Boyhood" ou como eu também fui um bocado assim. "Star Wars" no cinema. Podcasts e mais podcasts. Chorar pelo Bowie. Ter na baliza do FCP um galáctico. "Spotlight" ou como era bom o jornalismo estar assim. Dançar Beach Boys no Parque da Cidade. O golo do Éder que me pôs rouco. Beck e "Morning Phase". Veneza com 35 graus.O fim de Leonard Cohen. Parar até altas horas da madrugada em frente à tv por causa dos Jogos Olímpicos. Dylan Nobel da Literatura.O novo livro de Salman Rushdie. Noel Gallagher ao vivo. Uma pizza e uma birra ( cerveja) em Bolonha. Radiohead no Alive. Partilhar sorrisos, alegrias e tristezas com amigos. Sushi ou como passou de um ódio a paixão. O regresso do grande Tarantino. Car Seat Headreast e Angel Olsen o som do futuro. A perfeição do álbum de Nick Cave. As perdas que vamos vendo de pessoas queridas.O Mundo em sobressalto.
20 de janeiro de 2017
6ª feira musical
Esta é dedicada à Magda e ao Gabriel que ontem deram ao Mundo mais uma Salomé. Parabéns, amigos.
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19 de janeiro de 2017
" A morte de um apicultor"
Que livro belíssimo. Tão breve como intenso. Tão incomodativo como um ferrão de uma abelha, como doce como o mel. " A morte de um apicultor" de Lars Gustafsson foi o primeiro livro que li deste autor sueco, falecido o ano passado, e deixa curiosidade para que consiga embrenhar ainda mais na sua obra literária.
É o espectro da morte, da sua recusa primeiro e depois da sua aceitação, que habita em todo o livro, e na forma como um homem com doença terminal lida com o seu fim. Ou talvez seja da força de viver, sem cair em dramatismos ou lamechices de livros de auto-ajuda.
Para compreendermos melhor a trama, vamos lendo os diários que a personagem principal mantinha durante a sua fase terminal. Após a recepção e recusa de abrir uma carta, na qual poderá constar o veredicto da sua doença, ele escolhe viver perante a inevitabilidade do seu fim.
“Se esta carta contém a minha morte, recuso-a. Não devemos querer nada com a morte. Tive a sorte de aprender isto muito cedo, e é algo que me tem sido útil ao longo da vida.
Após essa recusa acompanhamos o seu caminho para o seu fim, ao mesmo tempo que vamos sabendo de algumas das suas recordações mais determinantes na sua vida, sempre escrito de uma forma simples mas desarmante.
Um livro pequeno no tamanho, que se lê de forma breve e aconselhável a todos.
“Aquilo que aprendi: não existe uma verdadeira saída para a vida. A única coisa que podemos fazer é adiar a decisão para o dia seguinte, com um pouco de habilidade e astúcia. Mas não há saída. Trata-se de um sistema fechado, e, no fim, só resta a morte. O que não é, de todo, uma saída.”
PS: O livro que li foi da edição ASA, não o da imagem.
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18 de janeiro de 2017
Da linha entre a dor e o desejo
“É incomodativa a parecença entre a dor e o desejo. Ambos monopolizam toda a atenção, nada mais existe, como uma mulher amada. São capazes de apagar tudo, as notícias, o tempo lá fora, as mudanças na natureza, até a angústia. É um reino onde impera uma verdade definitiva.” in " A morte de um apicultor " de Lars Gustafsson
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13 de janeiro de 2017
12 de janeiro de 2017
Meryl Streep a falar de nós
Nos últimos dias as redes sociais encheram-se de partilhas sobre o discurso, fantástico diga-se, da enorme Meryl Streep, aquando da sua coroação na entrega dos prémios Grammys. Apesar de ser particularmente dirigido a uma pessoa em particular, no caso a Donald Trump, acho que "fala" muito do que nós nos estamos a tornar. Como pessoas, mas também como consumidores dos media.
"O desrespeito convida ao desrespeito " disse a uma certa altura Meryl Streep. Penso que essa será a frase-chave daqueles minutos preciosos que merecem toda a nossa atenção. É só ler as redes sociais e ver o "tratamento" que muita gente deu à morte de Mário Soares. E muitas das queixas eram do género " isto está sempre a dar na televisão." Que vidas tão ocas devem ter essas pessoas para se queixar do que dá na tv, quando podem trocar de canal. E de observar as reacções mais ou menos inflamadas contra os refugiados, ou até quando se organizam "autos-de-fé" sobre qualquer pessoa devido a uma opinião/afirmação/atitude/etc.
Mas também bate sobre um ponto fulcral da nossa sociedade: a imprensa. Estamos a viver um tempo em que a imprensa está a mando de grupos financeiros poderosos, cuja influência na opinião pública, quer social quer politicamente, está a ser determinante para algumas situações negativas que tem vindo a acontecer. E é bom que nós, como leitores, estejamos atentos a isso.
Um discurso corajoso de uma mulher cujo talento não se limita aos ecrãs. Obrigado Meryl Streep. Precisamos de mais vozes dessas.
Um discurso corajoso de uma mulher cujo talento não se limita aos ecrãs. Obrigado Meryl Streep. Precisamos de mais vozes dessas.
10 de janeiro de 2017
1 ano sem Bowie
Ouvi pela primeira vez a canção "Lazarus" no metro naquela manhã em que Bowie tinha desaparecido no mundo dos vivos. As lágrimas vieram-me logo quando ouvi os primeiros versos:
Look up here, I'm in heaven
I've got scars that can't be seen
I've got drama, can't be stolen
Everybody knows me now
Disfarcei o choro, pus pause na canção e acomodei a minha tristeza no silêncio daquela manhã fria tentando ler um livro.
Não foram as minhas primeiras lágrimas por um ídolo, a vida passa, nós crescemos e perdemos os nossos ídolos nesta caminhada, e comecei a perder muito cedo ídolos quando vi Kurt Cobain sucumbir a um vicio terrível, mas deve ter sido a primeira vez que tive a sensação que a minha vida, a nossa vida, não iria ser a mesma.
Acho que mudei um pouco o meu ser aquando do desaparecimento de Bowie, foi um pedaço forte da minha vida que desapareceu, foram sonhos, desejos, palavras que me disseram coisas, que me mudaram, que ainda mudam hoje que desapareceram sem me preparar para isso.
Bowie hoje faz um ano que desapareceu fisicamente e que ganhou lugar na eternidade. Faz-me muita falta. E ao Mundo também.
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9 de janeiro de 2017
Recomeçar
Na vida temos, por vezes, fazer novos recomeços. Recomeçar novas coisas, reavivar sonhos, desejos, projectos, concretizar o que ficou esquecido lá atrás. Voltar a pegar em coisas velhas, abandonadas, sacudir o pó, rever prioridades e avançar rumo a uma concretização diferente do que nos levou a abandonar essa coisa. Hoje, farto de muitos adiamentos, resolvi recomeçar a escrever no blog. A voltar a partilhar os meus desejos, os meus sonhos, as minhas angústias, as minhas ansiedades, os meus gostos. Sintam-se tentados a recomeçar a voltar a ler-me.
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