13 de dezembro de 2011

Vila Nova de Cerveira numa passagem de um livro

"aquilo que existe dentro de mim e dentro de ti, existe também à nossa volta quando estamos juntos. E agora estamos sempre juntos. O meu rosto e o teu rosto, fotografados imperfeitamente, são moldados pelas noites metafóricas e pelas manhãs metafóricas. Talvez outras pessoas chamem entendimento a essa certeza, mas eu e tu não sabemos se existem outras pessoas no mundo. Eu e tu declarámos o fim de todas as fronteiras e inseparámo-nos. Agora, somos uma única rocha, uma única montanha, somos uma gota que cai eternamente do céu, somos um fruto, somos uma casa, um mundo completo.


Questiono os gestos mais simples, escrever este texto, tentar dizer aquilo que foge às palavras e que, no entanto, precisa delas para existir com a forma de palavras. Mas eu questiono, pergunto-me, será que são necessárias as palavras? Eu sei que entendes o que não sei dizer. Repito: eu sei que entendes o que não sei dizer. Essa certeza é feita de vento. Eu e tu somos esse vento. Não apenas um pedaço do vento dentro do vento, somos o vento todo. 
    Escuta, 
    ouve. 
    Amor. 
    Amor. "  de José Luís Peixoto, no livro "Abraço" numa crónica chamada de "Amor".

4 comentários:

Ana disse...

Que lindo!
mamã

Carriço disse...

Sai também um abraço por estares a viver um momento como mereces. :)

Desnorteada disse...

Que lindo, menphis! E que feliz fico por ver que estás assim... ;) Beijinhos

susemad disse...

:)