Para os cafés que se vão começar a fazer ou para os chás que se vão começar a beber.
30 de junho de 2011
29 de junho de 2011
27 de junho de 2011
Das primeiras férias
Das leituras no meio das rochas, da praia de manhã e de tarde, de estar com ar moreno, dos treinos ao final do dia, da corrida à beira-mar, de dormir a sesta, de deitar-me tarde, de levantar-me cedo, de não ter preocupações de horários, de não ter recebido telefonemas do trabalho, de mergulhar na água gelada, tudo bom. Agora é o regresso ao trabalho. E esperar pelo meio de Julho para repetir a dose.
26 de junho de 2011
A corrida em factos
- Percorri 15 km em 1 hora, 29 minutos e 31 segundos, o que perfaz a média de 5,93 minutos/km. Dentro do meu tempo, mas poderia ser melhor um bocadinho, agora já tenho um tempo base para melhorar na próxima.
- Aos 10 km tinha o tempo de 1 hora certa. O que é mau, muito mau, porque já fiz 50 minutos a mesma distância.
- Fiquei em 1526º lugar...é um bom lugar :-)
- Perdi 1525 calorias...isso equivale a uma francesinha ?
-O calor, esse desgraçado, foi o meu maior adversário.
- A t´shirt oficial é espectacular.
- A t´shirt oficial é espectacular.
-Enquanto os quenianos estavam a fazer as malas para ir embora eu chegava à meta..eles passaram por mim, eu nem a meio da prova estava :-)
-O mais giro de todas estas provas é mesmo o convívio, não só do grupo, mas sim de todas as pessoas, principalmente de quem vai ver. Desde a banda de swing brasileiro com tambores que animam quem passava no Calém, passando pelo eléctrico parado cheio de estrangeiros que não cansavam de aplaudir, ou pelo cartaz de uma velhota que dizia " Força, pessoal", ou até por aquele deficiente que aproveitava a buzina da sua cadeira de rodas para dar-nos apoio. Há uma coisa em que nunca se cansa de fazer nestas corridas: é de sorrirmos. E isso é muito bom.
- Foi a primeira corrida que fui onde no final, além da água e da bebida isotónica, ofereceram...cervejas !!!
- A playlist escolhida foi muito boa e acertada.
- No final, tudo junto, fiquei com vontade de repetir, apesar das dores de pernas. Há qualquer coisa de masoquista nisto, não há ?
Sem preocupações de tempos. A defender-me, tentando controlar o meu cansaço, sem me entusiasmar, mas sempre, sempre com um sorriso nos lábios e uma força imensa para terminar a prova. Totalmente recuperado da entorse ( pelo menos, nunca mais doeu...), com muito treino e descanso pelo meio, assim como muitos momentos de descontracção e "cabeça limpa" vou-me atirar a estes 15 km como se fossem os meus últimos.
23 de junho de 2011
S. João ( e o resto dos dias...)
Este ano, além da festa em si mesmo, e tudo o que ela envolve, tenho a corrida de S. João no Domingo. 15 km que é para aprender a ficar quietinho em casa. E continuo a dizer que necessito sempre de bater no fundo para ganhar nova, e renovada, força para os desafios que se me preparam. Foi o que aconteceu, fiquei sem forças, literalmente, e agora aos poucos estou de regresso com toda a energia para Domingo aguentar a prova sem um esforço sobre-humano.
Esta corrida tem tido um treino mais "facilitado", já que estando de férias sempre dá para fazer uma preparação mais tranquilizadora. O treino tem sido à base de algumas corridas, pois claro, bicicleta, cortar as tentações na mesa, praia ( sim, já estou com cores de Verão), ver até altas horas da noite a série " The Wire" e ler a biografia do Zatopek, o maior corredor de todos os tempos, para me inspirar (obrigado ao casal Joana e Carriço pela prenda) e andar viciado no Virtua Tennis 3. Agora vou ter, pela frente, 3 dias que se programam de descanso, embora 6ª feira esteja a pensar dar uma corrida ligeira para desentorpecer. E sábado, talvez, praia. Ou piscina, tenho que decidir. Ou ambos...E depois Domingo eis o grande dia. Ou melhor a grande manhã, que de tarde estou a programar estar ausente para o mundo civilizado. Ou esperar que dê um grande jogo de tênis directamente dos courts de Wimbledom. Ou isso, ou dormir toda a tarde, também me vai parecer bem.
Corridas à parte, um bom S. João para todos é o que desejo. Biba o S. João, carago :)
21 de junho de 2011
Ryan Adams no Teatro Sá da Bandeira
Um dia destes tive um sonho estranho. Mas, como digo aqui, aquela estranheza tinha algo de bom, de mágico, um afagar do coração, um sorriso nos lábios e uma feliz recordação que me ficou, por toda aquela situação com que me deparei.
Comparo esse sonho ao concerto que Ryan Adams deu, na passada 6ª feira, no Teatro Sá da Bandeira. Escaldado por alguns conselhos, que me tinham dado à porta, relativamente ao seu feitio, as minhas expectativas foram baixando na esperança de ver um concerto inesquecível. Na verdade, quando, como em quase tudo na vida, entramos nas situações de coração vazio não esperando nada, ou simplesmente indo na maré, saímos, quase sempre, com o coração cheio e feliz.
Ryan Adams tal como o meu sonho, deu um concerto estranho, o norte-americano que se distrai com tudo e mais alguma coisa, por isso não se pode tirar fotografias senão ele aplica-nos os seus truques satânicos, e cujo feitio no backstage deu que falar, foi, em cima do palco, um verdadeiro mestre de cerimónias afável, com um sentido de humor brilhante, uma enorme capacidade de improvisação e, o essencial, um brilhante intérprete da suas, não menos brilhantes, canções.
Na verdade, apesar de alguma “estranheza”, o seu jeito trapalhão a remexer nas pautas, a sua harmónica que desafinava e que ele apetecia destruir, a sua “pega” com o técnico da luz, a catota que teimava em não sair e que depois teve direito a uma canção ( momento hilariante parte I ), ao alinhamento desigual, ao público espanhol e parvo que se levantava para ir ao WC no meio das canções, à falta da “Come pick me up”, às cãibras que lhe estava a dar num certo e determinado local no corpo ( momento hilariante parte II ), à guitarra que ele fartava-se de afinar ( "é um tema que estou a trabalhar para o próximo disco" justificou, divertido) ao encore com apenas uma canção e duas interpretações de dois temas improvisados, e criados, na altura com os títulos, sugeridos pelo público, de “Jesus” ( momento hilariante parte III), e “Cougar” ( momento hilariante parte IV), Ryan Adams demonstrou o porquê de ser um dos nomes mais importantes da “alt-country” norte-americana com interpretações deliciosas, algumas delas inesquecíveis ( “Sylvia Plath” continua a ser uma canção de sonho, “ a refrescante versão de “New York, New York” , “Firecraker” brilhante, “Two” continua a ser das canções mais bonitas de sempre, a“Please, do no let me to go” que se tornou especial para mim ( obrigado pela prenda, Carlinha), etc.
Tal como o meu sonho, o concerto foi estranho, mas também, tal como ele, acabou por ser uma daquelas recordações que quando as evocamos só poderemos estar de sorriso largo e felizes por tê-las vivido.
18 de junho de 2011
Um ano depois
Passado, Presente, FuturoEu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
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17 de junho de 2011
16 de junho de 2011
30
30 anos.
Acabaram os “intes”, começou a era do “ intas”. Agora naquelas reuniões de família onde se falam/desejam/programam futuros e ambições vou deixar de ouvir a frase “ ainda és muito novo, não chegaste aos 30” para começar a ouvir” entããããao..já estás nos 30”, com aquele ar de bonacheirão como quem diz “não achas que já se está a fazer demasiado tarde para começares a resolver a tua vidinha, hein ? “. Por outras palavras, a pressão aumenta.
Deixei desejos pelo caminho, renovei outros, concretizei sonhos, ainda tenho outros para concretizar, errei, por vezes até tenho a sensação que errei pouco, sinto que a minha vida tem sido tão certinha que apetecia-me errar para crescer ainda mais, e deixo a minha "década 20" apenas com um amargo de boca: gostava de ter sido pai até aos 30 anos. Mais do que deixar a minha marca no coração de alguém, gostaria de ter "criado" alguém à minha imagem.
Na verdade, entro nos 30 esgotado fisicamente, e, em consequência, psicologicamente, mas com uma enorme vontade de tentar criar o meu espaço, de conseguir libertar-me de algumas amarras, e, acima de tudo, tentar preencher alguns vazios que ainda habitam em mim. Acima de tudo, de revitalizar e de abrir novos horizontes.
No fundo, gozar a vida e ser feliz como um bom trintão que já sou ;-)
14 de junho de 2011
13 de junho de 2011
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser…
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser…
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço…
Álvaro de CamposPara eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço…
Lições da corrida de Domingo para colocar em prática dia 26
- Nunca pensar que se está bem preparado. ( Correr mais vezes à semana é necessário.)
- Levar phones com música para se motivar. ( começar a planear uma playlist à maneira )
- Não programar tempo. ( O que interessa é terminar. )
- Fazer a corrida de trás para a frente. Começar devagar e depois vai-se embalando para terminar bem.
- O melhor pequeno-almoço antes da corrida é mesmo fruta e barras energéticas. ( Deixar o leite e os cereais para os restantes dias.)
- Dormir/descansar o suficiente nos dias anteriores à prova. ( Estar de férias na semana antes da prova vai ajudar.)
- Imperativo: emagrecer/ficar mais leve um pouco. ( Não ceder muito às tentações.)
-Contar com mais km´s do que a organização anuncia. Desta vez 7 foram "transformados" em 9 km !!!
- Encarar como um desafio pessoal que vou vencer custe o que custar.
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12 de junho de 2011
Objectivo: Não tenho grandes objectivos de tempo, digamos que entre os 32 e os 38 minutos é o tempo normal, mas esta semana, de forma estúpida, torci o pé e ainda o tenho inchado, por isso necessito de o proteger para esta prova, esta sim será o meu grande teste e cuja preparação começa precisamente com a participação nesta corrida.
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11 de junho de 2011
10 de junho de 2011
" A árvore da Vida"
Cito o poeta alemão Rainer Maria Rilke nas suas " Cartas a um jovem Poeta" : "As obras de arte são de uma solidão infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas." De uma beleza visual irrepreensível, com uma fotografia impressionante e uma música arrepiante, " A Árvore da Vida" é uma mística, quiçá religiosa, visão da origem e do sentido da Vida. Como se fosse uns belos versos de um poeta religioso, o filme de Terrence Malick é verdadeira poesia visual cuja lembrança perdurará durante muito tempo.
9 de junho de 2011
Já começou a tour europeia especial de Ryan Adams que, na próxima semana, irá passar por Portugal. Após uma busca aturada pelo Youtube vejo que os irlandeses, o único país onde ela passou, não são muito rápidos a colocar vídeos, ou então gostam de apreciar os concertos sem o gravar nos seus telemóveis ou máquinas fotográficas.
Mas, após um passeio por alguns sites dedicados ao artista norte-americano e depois de ver a setlist vejo que ele começa com esta
e a ansiedade aumenta ainda mais.
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5 de junho de 2011
1 de junho de 2011
Da criança que habitou em mim
Do que tenho saudades de quando era criança ? De quase tudo. Daquela inocência malandra, de saltar os muros da escola para ir roubar maças a Serralves, de amar ( deveríamos sempre amar como crianças), dos meus avós, de estar tardes e tardes a jogar à bola na rua, do cabelo grande, da descoberta daquela máquina fascinante e desconhecida que tinha o pomposo nome de consola de jogos, de fazer compilações de k7´s, de brincar ás escondidinhas, das conversas de amigos ao luar, dos namoros escondidos, da ajuda da minha professora primária, das pipocas Dancake, da liberdade do tempo, da descoberta dos filmes, de montar fogueiras para o S. João, de brincar ao pião, ao berlinde, à sameirinha, de descer rampas em carros de rolamentos, de ir para a piscina com amigos, de estar sempre com sorriso aberto mesmo doente, de coleccionar cromos de futebol, de ver o Dartacão, o Tom Sawyer e o Tom & Jerry, e de ter aquela felicidade de viver o dia-a-dia sem pensar no futuro e no passado, gozando o máximo o presente.
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