10 de março de 2011

Do corpo. Como parte de nós.

"O homem con­vive com o seu corpo, mas não o conhece. Pelo menos não de uma forma exaus­tiva. Um homem e o seu corpo são rea­li­da­des dis­tin­tas. É isso cer­ta­mente que per­mite com­pre­en­der a essên­cia última da dor, que não é mais do que a rup­tura que pro­voca a indi­fe­rença do corpo face a nós pró­prios. Uma dor de den­tes, obs­ti­nada e surda ao nosso desejo, basta para fazer ver seme­lhante drama. E é tam­bém isso cer­ta­mente o que per­mite a um ser humano con­ser­var o seu nome, a sua dig­ni­dade, aquilo que mais inti­ma­mente pos­sui, quando o seu corpo, na doença, na muti­la­ção ou na velhice, já não lhe pertence." In " A Ofensa" de Ricardo Menéndez Salmón

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