"O homem convive com o seu corpo, mas não o conhece. Pelo menos não de uma forma exaustiva. Um homem e o seu corpo são realidades distintas. É isso certamente que permite compreender a essência última da dor, que não é mais do que a ruptura que provoca a indiferença do corpo face a nós próprios. Uma dor de dentes, obstinada e surda ao nosso desejo, basta para fazer ver semelhante drama. E é também isso certamente o que permite a um ser humano conservar o seu nome, a sua dignidade, aquilo que mais intimamente possui, quando o seu corpo, na doença, na mutilação ou na velhice, já não lhe pertence." In " A Ofensa" de Ricardo Menéndez Salmón
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