6 de junho de 2013

Nick Cave no Primavera Sound

Deveria ser obrigatório ver Nick Cave ao vivo uma vez na vida. Ver a sua figura elegante e esguia, o seu estilo meio homem da má vida meio quarentão sedutor, a sua verve no palco que impressiona e que abala, as faíscas que transbordam do seu corpo na interpretação das suas músicas, e depois há o essencial em tudo isto e que nos leva a embarcar na aventura que é ver os seus concertos : as suas grandes e épicas canções. 


Foi um concerto curto, para aquilo que se esperava, o que o australiano apresentou na primeira noite do Primavera Sound, com a particularidade de ter um alinhamento onde cantou muitos mais clássicos do que canções do seu último, e grandioso, álbum " Push the Sky Away", pecando pela ausência da " Marmaids" do seu novo trabalho ou de clássicos como " Into My Arms" ou " The Ship Song", entre mutas outras, mas foi, de longe, o melhor concerto e a melhor perfomance que passou pelo Festival. 

Não é o mesmo pregador que vi em tempos, agora é um cantor que parece dizer "amem-me", sempre com energia no alto e provocador com uma banda da melhor casta que parece melhorar com o tempo, à boa moda de um bom Vinho do Porto, com Warren Ellis sempre em grande. Numa coisa não se perdeu com o tempo, antes pelo contrário, parece ainda ter sido engrandecido: todos os concertos de Nick Cave são para recordar e dá vontade de revirar, pela enésima vez, toda a sua brilhante discografia ficando com apetites para novos encontros.

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