24 de fevereiro de 2013



Tenho-me como um distraído mas com memória fina e atenta. Quando me lembro de coisas que me marcaram, sejam elas positivas sejam negativas, lembro-me até de pormenores ínfimos que podem surpreender as pessoas. Lembro-me das roupas, dos locais, do tempo, do dia da semana, das horas e só não me lembro da cotação do euro face ao dólar porque não é uma coisa que me preocupe.

Por isso, lembro-me de tudo, de como comecei a ser mais feliz, a sentir-me completo, de  sorrir mais abertamente, naquele inicio de tarde de Verão, quarta-feira, precisamente às 12 horas e 37 minutos, de como estava calor, da manhã ansiosa, dos passos inquietos em direcção ao local combinado, de como imaginei aquele momento de todas as maneiras e feitos e de como ele aconteceu sem que o tivesse imagino como tal, da roupa dela, da minha roupa, dos passos dela, de como a esperava parado naquele sitio que sempre a espero todos os dias, do meu nervoso miudinho de criança que esperava pelo seu primeiro beijo, do que comemos depois, dos lugares onde imaginamos pela primeira vez o nosso futuro, do banco em que víamos o Douro sempre lindo e os animais a passearem entre os nossos pés, de como cheguei atrasado ao emprego e de como não queria ir trabalhar só para estarmos juntos, daquele fim de tarde juntinhos, do filme em que vimos pela primeira vez de mãos dadas e de como custou-nos, mais do que nunca, a despedida.

Hoje passam 18 meses desse momento, do inicio dessa propriedade magnética entre duas pessoas a que chamamos de amor, a memória do que se passou ainda está fresca, a chama do amor e da paixão ainda se mantêm quente. Brindemos então. Venham não mais 18 meses, nem 18 anos desse amor. Venham apenas mais 6 vidas. Já ficaria feliz pela eternidade fora.


*- fotografia Instagram  do livro de Casimiro de Brito de nome " Imitação do Prazer "


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