27 de novembro de 2006

Confesso que uma das personagens, ou será que posso dizer a personagem, que mais me faz rir na televisão é esta. Michael Richards, na pele de Cosmo Kramer, da série " Seinfield " , construiu uma personagem bizarra, mas adorável, despassarada, mas amiga, que vivia no seu mundo, mas que era genial no " nosso " . Acredito que todos nós temos algo de Kramer .
Mas Michael Richards num espectáculo de " stand - up comedy " criou uma situação escandalosa, que até pode acabar com a sua genial carreira de humorista.
A situação de que vos falo é esta . Michael Richards teve uma intervenção infeliz ! Muito infeliz, criando uma situação em que ele foi o maior prejudicado, em que vai levar muito tempo a limpar a sua imagem, principalmente num país como o EUA onde os "vampiros " atacam sem olharem a meios e onde a sua carreira está a ser toda questionada.
É escandaloso como, derivado a uma situação destas, possam esmiuçar a sua carreira à procura de piadas racistas/xenófobas só porque teve uma noite em que se passou completamente.
As imagens quando ele repete " Nigger, Nigger, Nigger " são impressionantes, como impressionante é a expressão de quem está a filmar, mas não se pode crucificar um homem só porque teve frases infelizes numa actuação.
Michael Richards já se fartou de pedir desculpas, afirmando que " sabe quais são os seus limites como comediante ", acho que já é demais, é tempo de virar a página e tentar demonstrar ao público que ele é um grande comediante e não um racista como andam a apregoar.
Todos nós temos direito a um dia infeliz, Richards foi provocado mas poderia resolver de outra maneira, afinal é um comediante e poderia dizer piadas sem magoar ninguém, mas, acredito que inconscientemente, seguiu por outro caminho, um caminho que só lhe irá prejudicar, infelizmente, porque a sua genialidade merece ser reconhecida pelo público. Espero que tenha sido apenas um mau momento na sua carreira, o momento mais triste, e que possa recuperar a sua integridade e dignidade, porque acima do comediante está o humano .

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