30 de março de 2012

" A Casa do Silêncio"

Há algo nos livros de Pamuk que me completa e faz com que o autor turco seja um dos meus escritores favoritos. Em todas as obras que li dele, e com este é já a quinta, contemplei sempre a sua leitura com agrado e demorando-me com todo o prazer que se tem quando se lê um livro que agrada.

Aquela doce melancolia sempre presente em cada página, a descrição poética e apaixonada de Istambul que nos faz sonhar visitar aquela cidade, a maneira subtil como o autor nos envolve, além de estórias bem construídas e melhor resolvidas, quando escolho ler uma obra de Pamuk, sei o que vou encontrar e também sei que ficarei sempre satisfeito e mais completo quando termino a sua leitura.

" A Casa do Silêncio" não foi excepção, o livro, narrado de forma polifônica, conta a estória de uma casa habitada por duas pessoas, Fatma, uma amarga idosa com 90 anos com um segredo que a atormenta, e o seu submisso empregado anão, Rédjep, que é visitada pelos seus três netos despoletando uma série de acontecimentos na vida de todos desembocando num epílogo trágico.

Pela minha parte a leitura das obras de Pamuk não terminam por aqui, a todos aconselho uma leitura das suas obras, podendo mesmo começar por esta, porque a verdadeira literatura é feita de livros como este.

29 de março de 2012

Do nascer de um novo dia

"“ Cada dia é um universo novo, Fatma, dizia-me ele. Cada manhã.
O universo renasce cada manhã, tal como nós, e isso desperta em mim tanto entusiasmo que nalgumas manhãs acordo antes de raiar o dia, e sei que o sol vai nascer, e que tudo será novo, e que também eu me vou renovar, juntamente com tudo o que se renova, e que poderei ver, ler e aprender coisas que ignoro, e que depois de as ter apreendido poderei de novo rever tudo o que sei, e então a minha emoção é tanta, Fatma, que tenho vontade de me levantar imediatamente, de correr... quero ir de imediato.... sem perder tempo, ... por que razão tu não conheces esse sentimento, Fatma, porque não dizes nada, em que pensas? “ in " A Casa do silêncio" de Orhan Pamuk

28 de março de 2012

Da capacidade de observar a vida

"“... é preciso observar tudo, reparar em tudo ... e as capacidades do nosso cérebro têm de ser desenvolvidas, senão ficamos iguais aos outros, aos que passam o tempo a apodrecer nos cafés, como carneiros, infelizmente...” in " A Casa do Silêncio" de Orhan Pamuk

26 de março de 2012

Da vida cibernauta

Quanto mais consulto o Facebook, mais gosto de blogs. 

"Extremamente alto, Incrivelmente perto "

Um dos filmes mais surpreendentes do ano. Uma poderosa visão de como a perda exerce sobre nós uma dor intensa e difícil de ultrapassar. De como a luta pela libertação do luto é bem mais dificil quando lutamos contra algo que nos aparece em cada esquina. Da demonstração de que podemos recomeçar, mas nunca conseguiremos esquecer. Inspirado numa obra de Jonathan Safran Foer, ficou também a curiosidade para ler o livro, e realizado por Stephen Daldry, com boas interpretações de, sobretudo, Tom Hanks e Sandra Bullock, o filme, embora um pouco longo, vale também pela grande interpretação do miúdo  Thomas Horn. Tocante e enternecedor.

24 de março de 2012

7 meses





e um futuro em conjunto que não cansa planear.


(Imagem retirada daqui. Poema de Cazuza)

23 de março de 2012

"A cobardia é a mãe da crueldade." Michel de Montaigne 

15 de março de 2012

Entre serões de trabalho que se prolongam nas horas e o cansaço que se acumula pelos dias.  Entre aproveitar o tempo livre para ler um pouquinho a beleza melancólica das palavras de Pamuk, ouvir o novo álbum do Andrew Bird no telemóvel entre as viagens pelos transportes públicos e acabar de ver a série " Dowtown Abbey" bem juntinhos. Entre a frustração de não poder ir ao ginásio, mas contornar com umas tentativas de corridas nocturnas com inicio no trabalho e final em casa. Uma noticia bem alegre e pela qual esperava por muito tempo: a Miss  Fiona Apple está de regresso.  

10 de março de 2012

7 de março de 2012

Da tirania do telemóvel em lugares impróprios*

"...O telefone tocou estava ele sentado na sanita, no momento de expelir um cagalhão. Era um pouco mais tarde do que na noite anterior, talvez dez ou vinte minutos antes da uma da manhã.(...)
Atender rapidamente o telefone significava levantar-se de imediato sem poder limpar-se e enojava-o ter de atravessar o apartamento naquele estado. Por outro lado, se terminasse o que estava a fazer no seu ritmo normal,não chegaria a tempo para atender. Mesmo assim, sentia relutância em mexer-se. O telefone não era o seu objecto preferido e mais do que uma vez pensara já em livrar-se dele. O que mais lhe desagrava era a sua tirania.Não só tinha o poder de o interromper contra sua vontade,como cedia inevitavelmente às suas ordens. Desta vez conseguiu resistir. Ao terceiro toque tinha esvaziado os intestinos. Ao quarto toque conseguira limpar-seAo quinto toque puxou as calças para cima, saiu da casa de banho e atravessou calmamente o apartamento. Atendeu o telefone ao sexto toque, mas ninguém respondeu. Tinham desligado". in "A Triologia de Nova Iorque de Paul Auster

* Ou como desistir de Paul Auster logo na página 16.

4 de março de 2012

" O Manual dos Inquisidores"

Quando um leitor parte para uma leitura de uma obra de António Lobo Antunes sabe sempre o que encontrar: relatos de vidas que se encaixam umas das outras, vozes que se sobrepõem a pensamentos, retratos de histórias duras e cruas sem subterfúgios,  tudo isso escrito de forma belíssima, nada enfadonha e sem medo de não escamotear realidades.

Em " O Manual dos Inquisidores", Lobo Antunes mostra-nos vidas passadas de um Portugal antes e após o 25 de Abril, sendo um livro incomodo politicamente acaba por ter uma dimensão humana muito tocante nas personagens que são descritas .


Foi dos livros que mais me entusiasmou do escritor português, e sem dúvida, daqueles que li, excepção às suas crónicas que são mesmo um caso à parte, foi a obra que mais me completou e deu prazer ler. Agora segue-se uma nova, e talvez derradeira, oportunidade para ler Paul Auster, sem ter a sensação que é um autor onde o marketing se sobrepõe ao talento. 

2 de março de 2012

Ser PORTO


é calar-se no inicio e sorrir no fim :P

Do clássico de hoje

Que sejam uma equipa com garra, sem medo, com ambição, com atitude de campeão, com muita união, que encarnem e mostrem o verdadeiro espírito de Dragão. Que não traiam o nosso destino de vencer. Que se lembrem do ano passado e pensem que são capazes de repetir. Que sejam PORTO. E que nos dêem uma enorme alegria. Que vençam por nós.