1 de outubro de 2010

Por vezes, tenho a sensação que o tempo foge por entre os meus dedos. Que sou incapaz de o controlar, de me habituar à sua velocidade, que não consigo ter força, ou jeito, ou talvez que me faltará o tal empurrão para o segurar afincadamente com as duas mãos e gozar o que ele me traz ou aquilo que ele me "sugere".

Por vezes, sinto necessidade de mandar parar os segundos que passam a correr no relógio da vida, de recuar, de dar passos para a frente, em vez de dar passos atrás ou para o lado. Na verdade, por vezes penso que na minha vida tenho dado imensos passos para o lado e alguns, felizmente poucos, para trás. 

Quando olho para o passado, vejo que não encontro muitas marcas minhas, que deixei um caminho com poucas pegadas, que deixei algumas, sim, mas numa praia onde a água depois veio as apagar o seu rasto. Tenho a sensação de que se a vida fosse uma espécie de RTP Memória, eu nem tinha direito a uns anúncios comerciais quanto mais a ter um episódio de uma série menor que passa a altas horas de madrugada.

Dito isto, penso que a vida é uma súmula de oportunidades, cabe a nós colocá-las no trilho certo o melhor possível para que no final nos tenhamos sentido mais realizados e felizes. E tentar deixar-nos ir no carrossel do tempo sem medos, enfrentando o que ele nos oferece.

Setembro foi um mês longo. Um mês onde os dias se prolongaram por muitas horas, algumas noites de sono foram perdidas, foi um mês duro com duros golpes, algumas alegrias sim, alegrias que me foram dando esperança e força, mas foi um mês difícil onde encontrei realidades que desconhecia, daquelas que imaginávamos encontrar nos outros, mas que num momento nos cai sem avisar e sem nos prepararmos devidamente para as receber.O futuro trará o melhor julgamento para o que aconteceu e ele nos trará a melhor forma para lidar com tudo aquilo que Setembro me trouxe de novo.

De repente, esta canção ganhou mais sentido para mim. Outubro entra por aí e eu não quero mais perder as oportunidades que a vida me dá, não quero deixar mais pontas soltas, quero “ derrubar os muros que me seguram esta noite. / Eu quero alcançar e tocar na chama”. Quero deixar rasto de mim, quero marcar, quero ser marcado, quero VIVER.

Como disse, esta canção, ontem, ainda era Setembro, ganhou mais sentido. Uma oportunidade caída do céu que parecia estar destinada para mim desde o inicio, mas a qual eu não queria olhar. Uma noticia em forma de sms trouxe-me uma enorme hesitação. Um estado nervoso miudinho. Uma necessidade de fazer contas de cabeça. Um coçar de cabeça incontrolável. Uns olhos que, de certeza, estavam a brilhar. Trouxe-me uma necessidade de encontrar o destino, abrir a porta e não ter medo do que vamos encontrar no outro lado. 
A vida é tão curta e se não aproveitarmos as oportunidades, principalmente aquelas que nos traz felicidade, (sobre)vivemos infelizes. 

Por isso, e agora aqui entra o meu estado eufórico da coisa, amanhã, dia 02 de Outubro, estarei no Estádio Municipal de Coimbra a ver, a vibrar, a cantar, a VIVER o concerto dos U2. E esta canção fará mais sentido ser cantada comigo lá , pronto a passar a mensagem que ela nos quer transmitir a quem quiser...



e tudo terá mais sentido quando dámos oportunidades a nós próprios para sermos felizes.

2 comentários:

carla disse...

Que te dizer sobre este teu post??!!!! Sem palavras!!!!!!!!!!!!

carla disse...

estou aguardar o post ,que me conte pelas tuas palavras o resultado do concerto