30 de agosto de 2010

Noites Ritual - Dia 2

Sábado, tempo mais agradável, muito mais público, embora sossegadinho como sempre. De facto, algumas bandas não mereciam tanta acalmia e falta de animação. Cheguei mais tarde e apenas vi Tijuana Bibles, no palco secundário, outra banda a seguir com muita atenção, depois do agradável EP na colectânea “Optimus Discos”, mostram que ao vivo conseguem dar concertos apelativos.

Quanto aos outros concertos, tanto Sean Rilley & The Slowriders, como Legendary Tygerman deram excelentes concertos, nos seus estilos. A banda conimbricense deu um concerto muito mais rockeiro e poderoso do que na edição do Optimus Alive, senti-os com um som muito mais maduro e consistente, confirmando a sua enorme mais-valia : a sua musicalidade tradicionalmente americana está de tal forma vincada que até parece que nasceram por terras do Tio Sam.

O Tygerman deu um concerto à sua imagem: irreverente, e muito bem acompanhado. Rita Redshoes, Claudia Efe e Phoebe Killdeer, além de um baterista que veio directamente do público ( !!!), todos juntos deram um grande show. Finalmente, já vi Tygerman, um projecto que acompanho com muito interesse, desde o seu inicio devido ao meu grande fetiche musical, de nome " blues-rock".

Por fim, veio o Slimmy e foi o Menphis embora…duas canções bastaram para confirmar que a sua música não faz o meu género. Para o ano há mais.

29 de agosto de 2010

Noites Ritual - Dia 1

A atribuir um adjectivo às Noites Ritual de 2010 escolheria a palavra “morno”. Em comparação àquilo que se passou nos últimos anos, foram duas noites cheias de altos e baixos que as pessoas do Porto viram, se bem que penso que a maior razão tenha sido num cartaz menos equilibrado do que em comparação aos anos anteriores.

Continuam-se a repetir os mesmos erros, com a conjugação de dois palcos, os concertos são, invariavelmente, muito curtos, o que é pena. E porque não, as Noites Ritual se transformarem em duas noites com 3 ou 4 bandas no Palco Principal e depois, num desses dias, ou até Domingo, abrir espaço às bandas do palco secundário? É que isto de andar para cima e para baixo, com noites onde estiveram quase 20 mil pessoas acaba por ser cansativo e assim perdem-se concertos que até poderiam ser interessantes no palco secundário. Além da, já falada, curta duração dos concertos, assim alargava-se o tempo de actuação das bandas principais e toda a gente ganhava com isso.


Salto- Um registo interessante, uma mistura de Vampire Weekend-Rádio Macau-Sétima Legião, muito anos 80, um baixo-guitarra-sintetizadores, mas bem agradável. Um caso a seguir.

Tornados- Quiseram animar o público com o seu rock´n´roll anos 60, mas este não estava disposto a ser animado. Nunca vi um público tão menos participativo do que este. E o pior vinha a seguir. Quanto aos Tornados, deram um concerto com altos e baixos, às vezes, na parte dos slows, foi a pender para o aborrecido, mas quando aceleravam a sua música foi bom de se ouvir. Bem animados, são os convidados ideais para concertos que se queiram festivos.

Samuel Úria- Concerto curtíssimo, ficando a sensação de saber a muito pouco. Uma aparição tão fugaz, como intensa. É artista para ver num concerto “a sério”. Irónico, divertido e bem acompanhado, confirmou ser um dos nomes mais curiosos ao vivo. Permitem-me uma expressão futebolística: a jogar em casa deve dar excelentes espectáculos. Um concerto que cabia bem no palco principal.

Diabo na Cruz – O melhor da noite. Deram um grande concerto, mais num registo mais rock do que o esperado. Acho que o registo popular que é bem proeminente no álbum, ao vivo perde-se mais, ganhando mais uma galhardia rock,que também , valha a verdade, é apreciável. Pareceu-me, e isto não é uma crítica destrutiva, que os holofotes sobre o B Fachada, que é o maior deles todos, baixaram um bocadinho. No Sudoeste, onde vi o seu concerto via Facebook, ele, com a sua braguesa, brilhou mais, aqui foi mais discreto. E, o maior problema dos concertos de borla, público muito pouco participativo para quem deu um grande espectáculo. Mereciam uma grande recepção e não só na " Dona Ligeirinha".

Anaquim – Concerto excelente, animados, com muito público a quererem vê-los, outro concerto que caberia bem no palco principal. Desde o genérico da “Conversa da Treta”, com dedicatória especial a António Feio, à música da série Tom Sawyer, passando pelas mais conhecidas, a banda deu um concerto bem engraçado.

Oquestrada- O cansaço era muito, as dores no pé, lesionado, não facilitavam, a música não me atraia muito, deu para ver 15 minutos e ir embora.

26 de agosto de 2010

8 canções...das Noites Ritual


Diabo na Cruz -" Bom Tempo"
Diabo na Cruz -" Dona Ligeirinha"
Anaquim - " Lusíadas"
Samuel Úria - "Teimoso"
Sean Riley & The Slowriders - " Talk Tonight"
Tiguana Bibles "- "Child of the Moon"
Oquestrada - " Eu e o meu País"
Legendary TygerMan - "No Way to Leave on a Sunday Night"

E porquê duas canções dos Diabo na Cruz ? Apenas porque são a banda que quero mais ver.

PS: Agora, todas as 6ºs feiras, uma playlist de 8 canções dedicado a um tema/grupo/género musical etc.

23 de agosto de 2010

" O Bom Inverno"

Poderia ser a tradução do pseudónimo de Justin Vernon, mas, neste caso, acaba por ser o livro que mais quero ler na "reentré " literária que se aproxima. Enquanto não chega sábado, o dia em que o mesmo sai para as lojas, e também dia de aniversário do autor, aqui fica uma canção de Bon Iver, o verdadeiro, que tenho quase a certeza ter sido uma inspiração para o romance.

Saudades


O cachecol novo.O casaco com o emblema a estrear.A camisola da sorte.O lanchar à pressa.O ir de metro até ao Estádio.O ambiente fora do Estádio.O ambiente dentro do Estádio.O aplaudir a equipa na entrada para o aquecimento. O ver o aquecimento com atenção.O rever dos vizinhos do lugar.O gozar com os maus resultados dos outros. O descobrir da nova especialidade da gastronomia portuguesa" O frango à Roberto com direito a bailinho da Madeira".O abrir o cachecol quando as equipas entram e só fechar com o hino terminar.O cantar o hino sem me enganar na letra.Os gritos.O roer das unhas.O relato.O golo do Falcao. O abraço a todos.O grande golo do Belluschi.O novo abraço e cumprimentos a todos.O dar valor ao adversário por jogar de peito aberto.A onda mexicana. O " quem não salta é lampião".O intervalo descansado.O Falcao a falhar. O Falcao a marcar o segundo.O abraço de confirmação a todos.O orgulho pelo momento do Helton, um jogador que sempre defendi.O desfrutar de uma bela exibição.O jogar à Porto.O querer mais golos.Os 6 pontos de avanço. Os 3 pontos de avanço.Os 2 pontos de avanço. O não sofrer golos.O final da partida.Os aplausos orgulhosos. O vir embora feliz da vida e com sorrisos nos lábios.A rouquidão pós-jogo.O 1º lugar. Já tinha saudades disto.

De regresso a casa


Em Lisboa, a minha "estrela" (acredito que todos nós temos uma, é só conseguirmos fazer com que ela brilhe, ou que alguém a faça brilhar.) brilhou. Quebrados todos os receios, posto de parte todos os meus medos, a minha estadia na capital, embora envolta num manto de aborrecida solidão (não deu para rever nenhuns amigos e apenas conheci uma parte da cidade), e de algum cansaço, deu para mostrar que a apreensão com que estava no momento da partida, não tinha razão de existir e que tudo iria correr pelo melhor, o que, de facto, aconteceu.

Deu também para estreitar relações de amizade com outros colegas de trabalho, para aprender coisas novas, para me reencontrar comigo próprio e, sobretudo, para ganhar mais uma lição de vida: às vezes, quando temos medo de dar certos passos ou de enfrentar certas coisas, a única coisa que temos a fazer é sermos nós próprios e enfrentarmos de peito aberto as dificuldades.

E, por fim, quando tudo correr pelo melhor, manter a mesma atitude e humildade não deixando de ter os pés no chão. Agora, é só esperar para colher os frutos daquilo que semeei na última semana.

15 de agosto de 2010

Hoje, Domingo, viajarei, por questões profissionais para Lisboa, onde irei estar até 6ª feira, sendo essa a principal razão para que nestas semanas estivesse com uma disposição volátil.

Se já estive excitado por ir uma semana para Lisboa, rever alguns amigos que tenho por lá, aprender coisas novas, conhecer nova gente, conhecer melhor a cidade, etc e tal, também já estive com medo daquilo que me espera, um Departamento com pessoas “curiosas”, pessoas muito atentas ao que irei dizer, que me irão rodear, algumas hipocritamente.

Irei ser aquilo que, embora já me afligisse muito mais, me faz um bocadinho de confusão: o centro das atenções. Ou melhor, irei encontrar um caminho em que andarei sobre brasas e no qual terei de ter todo o cuidado, e mais algum, para não me queimar.

Provavelmente, estarei a ser pessimista sem razão para tal, ou talvez cuidadoso demais, irá tudo correr bem, mas, nestas coisas de trabalho, é preciso não dar o flanco da forma mais fácil, ainda para mais quando temos a chefia mesmo em cima de nós.

E depois dos conselhos do meu chefe, que por lá conviveu muitos anos, numa altura em que estava mais aliviado e mais positivo, fiquei mais…apreensivo. Agora estou numa fase do “vamos a ver no que isto vai dar”, a confiança no meu trabalho é inabalável, não tenho, nem nunca tive medo do trabalho, os conselhos foram absorvidos, todo o cuidado é pouco e venha muito trabalho e a 6ª feira o mais rápido possivel para vir apanhar o comboio de regresso.

Porque também estarei sem pc e sem net, o blog ficará esta semana em pausa, uma nova pausa para ganhar fôlego para uma mudança profunda que quero fazer por aqui e irei programar com o imenso tempo livre que terei para a semana (imenso...depois do trabalho, pois claro), espero que tenham uma boa semana e portem-se todos muito bem e não se esqueçam da sopa antes da comida e de lavar os dentes depois.

E como há sempre uma canção que me compreende sempre: aqui vai uma que, neste momento, tem tudo a ver comigo. “ I Just Don't Know What To Do With Myself “


9 de agosto de 2010

Pequena nota

Não sei como, nem o porquê, mas o template do blog ficou todo preto. Andei a brincar com a nova opção do "design de modelos" do blogger e resultou numa página toda preta. Irei aproveitar e , proximamente,mudar o template, já que não consigo dar a volta a isto. Já era tempo de aprender de mexer nas coisas que sei e deixar quieto o que não sei...

1 de agosto de 2010

Das coisas incompletas

" Nunca vou ao fim das coisas. Tudo começa. Nada acaba. Eu não deixo. No meu sonho, tudo continua, tudo se repete, mesmo que seja preciso interrompê-las de vez em quando. Tenho medo que acabem. Porque é que se hão-de levar as coisas até ao fim ?
Amo o incompleto, o suspenso, o atravessado, o interrompido. Os fins entristecem-me. Viver as coisas até ao fim é matá-las.
E trocá-las por outras novas é traí-las. Melhor trazê-las sempre, duvidosas e imprevisíveis mas ainda gotadas e presentes. " ( Miguel Esteves Cardoso in " Explicações de Português" )