15 de junho de 2010

Boa sorte, Portugal ( apesar de tudo...)


Hoje, entra em campo, finalmente, Portugal. Desde já faço uma declaração de interesses: nunca fui um grande adepto da selecção. Sou, assumidamente, clubista, a minha selecção é o FCPorto. Sou adepto daquela teoria que li algures de sentir mais o hino do meu clube do que o hino nacional, porque foi com o coração que escolhi o clube que amo, quanto ao país que nasci, não fui eu que o escolhi. É parvo, talvez, mas sou assumidamente parvo, mas não sou, de certeza, falso.

À parte de 2004, porque 2004 foi de facto diferente, vibrei sempre mais ou menos com a selecção, com qualquer treinador, o treinador que vibrei mais foi mesmo o Humberto Coelho, mas com Scolari, a partir de 2004, o meu apoio foi-se desvanecendo ainda mais, e se o meu apoio foi sempre incondicional e com alguma emoção, a partir daí foi-se secando o meu amor à selecção, ao ponto de não festejar os golos.
Mas, claro, nunca desejei a derrota da selecção, mesmo com Scolari porque acho uma tremenda estupidez desejar o mal de uma coisa que se gosta, devido a uma pessoa que apenas passa pelos clubes. Como diz o provérbio, as pessoas passam, o clube fica.

Adiante, mas com a entrada de Queiroz confesso a minha desilusão, não pela pessoa em si, nem pela sua competência que, para mim, é inatacável, mas reconheço que ele não será a melhor pessoa para motivar os adeptos. É verdade que Scolari conseguiu abrir um ciclo muito forte na selecção: o ciclo do circo em volta à selecção. Queiroz ir atrás desse circo desiludiu-me e muito. O picnic do Tony, o circo da música dos Black Eyed Pies, além da sua enorme falta de jeito para conseguir unir, ou talvez animar, o povo em redor à selecção. Por outras palavras, Queiroz não tem jeito para a palhaçada.
Depois existe aquela particularidade que o povo português tem: entre o apoio incondicional a uma coisa e a parolice a linha é muito ténue, e nisso o povo português é o campeão, a sua atitude, como diz e bem Rui Reininho, é sempre a mais parola de todas. Scolari explorou e bem esse lado, Queiroz não consegue alegrar as pessoas com o seu ar tristonho.

Quanto à equipa, em comparação com Scolari, Queiroz também tem azar, o brasileiro herdou a defesa e o meio campo do FCPorto campeão europeu, juntando o melhor goleador de sempre, Pauleta, um Figo no auge da sua carreira e C. Ronaldo a despontar, juntou um, vá lá vou ser simpático, medíocre guarda-redes, um leque de suplentes de categoria e conseguiu duas boas classificações, quer no Europeu, quer no Mundial. Queiroz herdou uma selecção com alguns jogadores em fim de ciclo, a necessitar urgente de uma remodelação, mas a não ter opções com a mesma qualidade. Além da falta de liderança de alguns jogadores que por lá andam.

Por último, Queiroz não tem uma boa imprensa, que está ansiosa, sabe-se lá porquê, para poder desancar em cima dele. No tempo de Scolari quem criticava era contra a selecção, hoje, vejo programas e programas de gente, que nem é de futebol, a criticar de uma forma violenta as opções de Queiroz, e muitas delas a transpirar clubismo por todo o lado, mas a não assumir.

Apesar de tudo, acredito, não num Portugal campeão, mas sim num Portugal ao nível dos campeões. E hoje, mesmo que esteja apenas a ouvir o relato, ou a espreitar na net do pc do trabalho, estarei a torcer pela selecção, à espera que ela me dê uma alegria.
Boa sorte, Portugal.

1 comentário:

Loot disse...

Não sabia desta, que preferias o FCP à selecção :P
Não é o meu caso de facto. Já lá dizia o Marco Paulo que tinha 2 amores lolol.

Mas acho realmente que vibro mais com a Nação :P

Espero que as coisas lhes corram pelo melhor, apesar de não estar com grande fé. Agora até nem temos o Nani :(

E concordo com as tuas palavras em relação à equipa no tempo de Scolari. Espero acima de tudo que se jogue bom futebol.

E boa sorte Portugal.

Abraço