11 de março de 2006


" Boa Noite e Boa Sorte "
" A nossa história será o que fizermos dela. Se houver historiadores daqui a 50 ou 100 anos, e forem guardadas as gravações de uma semana das três televisões, vão encontrar , registada a preto e branco, ou a cores, provas de decadência, escapismo e isolamento das realidades do mundo em que vivemos...este instrumento pode ensinar-nos, pode iluminar-nos; sim, pode mesmo inspirar-nos. Mas só o poderá fazer se os seres humanos estiverem dispostos a usá-lo para isso. Caso Contrário não é mais do que fios e luzes numa caixa " - Edward Murrow
O instrumento é a TV, e este discurso foi feito em 1958, como continua a ser actual este " recado " a todos os jornalistas que continuam subjugados ao poder dos governos que, cada vez mais, nos controlam, através de passar " entretenimento ", seja ele nos horários nobres ou até dentro dos telejornais.
Isto vem a pretexto do filme " Boa noite e boa sorte ", realizado por George Clooney , um galã de cinema que realizou um filme politicamente incorrecto, seja no assunto, seja no fumo dos cigarros que não param de fumar, como curiosidade, o actor principal David Strathairn fumou 50 cigarros por dia durante as filmagens.
Mas quanto ao filme, ele bem mereceu a nomeação para o melhor filme, é um filme excelente, com uma fotografia a preto e branco sublime, com imagens fumarentas mas excelentes, com uma banda sonora jazzistica do melhor, e com uma história bem actual, apesar de ter sido passado nos anos 50/60.
Clooney bem merece ser destacado pelo seu talento como realizador, fabricando um filme 5 estrelas, com boas interpretações, que um qualquer candidato a jornalista, ou apaixonado pelo jornalismo, como eu, certamente vai adorar vê-lo e pensar nos problemas e nas pressões que um jornalista sofre quando está a ser incómodo para o sistema.

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