30 de maio de 2008
A minha canção do momento
" And darling take my hand
And lead me through the dark
Let's kidnap each other
And start singing our song
'Cause my heart is charged now
Oh, it's dancing in my chest
And I fly and I walk out
From the spell in that kiss.
Oh darling let me dream
Cause somewhere inside me
I have been waiting
So patiently
For you."
Parece que a artista em causa esteve ontem em Aveiro e hoje vai estar em Lisboa.
Pode-se dizer que não a descobri a tempo...
29 de maio de 2008
Ainda sobre o post anterior
Porque na sociedade portuguesa actual, o medo, a reverência, o respeito temeroso, a passividade perante as instituições e os homens supostos deterem e dispensarem o poder-saber não foram ainda quebrados por novas forças de expressão e liberdade.
Numa palavra, o Portugal democrático de hoje é ainda uma sociedade de medo. É o medo que impede a crítica. Vivemos numa sociedade sem espírito crítico – que só nasce quando os interesses da comunidade prevalecem sobre o dos grupos e das pessoas privadas. - José Gil in " Portugal Hoje, o Medo de Existir"
Tenho mesmo de comprar este livro. Urgente para eu compreender um país, e um povo, que se entretêm com coisas menores e não consegue agir com as coisas que mexem com a sua vida. O povo está tão manietado, tão controlado pelo " sistema", que não consegue agir e, pior do que isso, não quer agir, está tão inebriado com estas pequenas coisas que nem liga ao essencial. Encolhe-se os ombros e quem disser mal é olhado de lado para se chegar à conclusão que nada se pode fazer e "...é o país que temos." E o futebol, e neste caso especifico a selecção, é o retrato fiel do país que temos, recheado de parolices mas com a mania que são elites. Não se pode criticar nada, tem de se apoiar mesmo que não concorde com as opções ( então se eu critico coisas no meu clube, que escolhi pelo coração e que sinto muito mais, porquê não posso criticar um raio de um país onde eu nem escolhi para nascer ?), temos de levar com noticiários televisivos de 1 hora e meia com mais 40 minutos a falarem de coisas inócuas sobre a selecção, é a publicidade a coisas incríveis com os símbolos nacionais ( só falta publicidade aos pensos higiénicos preferidos para conquistar o Cristiano Ronaldo), um país onde é cada vez está mais dificil de se viver, os preços a aumentarem vertiginosamente, e o povo fica entretido com isto tudo, não sabe separar as águas.
E eu sou um fanático de futebol, mas cansa-me ver tudo isto, parece que a vida é só futebol, cansa-me ver, até noticias do meu clube, a abrirem os telejornais, e depois ai de quem critique a selecção. Tinha prometido a mim mesmo não falar mais da selecção, que é uma coisa que, à medida do tempo, fui perdendo o gosto e perdi a minha identificação com ela. Assumo que já lá vai o tempo que vibrei muito com esta mesma selecção, deste mesmo selecionador apesar de tudo, mas neste Euro nem vontade de ver os jogos eu sinto, porque me cansei de toda esta " futebolização da sociedade portuguesa" e toda esta amnistia às criticas só porque temos de fazer parte do rebanho e não podemos ser a ovelha negra. Mas liberdade de expressão também é poder criticar o que está mal e se calhar até festejar os golos. Já diria António Lobo Antunes que " este país é um país de uma nota só. Uma singela e solitária nota musical: o dó".
Mas fica aqui outra reflexão de ser português, feita nos inícios do século passado.
" Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército do que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando por milagre de desnacionalização temporária pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção das suas criticas. "
Alguém sabe quem disse isto ? Dão-se alvissaras.
Numa palavra, o Portugal democrático de hoje é ainda uma sociedade de medo. É o medo que impede a crítica. Vivemos numa sociedade sem espírito crítico – que só nasce quando os interesses da comunidade prevalecem sobre o dos grupos e das pessoas privadas. - José Gil in " Portugal Hoje, o Medo de Existir"
Tenho mesmo de comprar este livro. Urgente para eu compreender um país, e um povo, que se entretêm com coisas menores e não consegue agir com as coisas que mexem com a sua vida. O povo está tão manietado, tão controlado pelo " sistema", que não consegue agir e, pior do que isso, não quer agir, está tão inebriado com estas pequenas coisas que nem liga ao essencial. Encolhe-se os ombros e quem disser mal é olhado de lado para se chegar à conclusão que nada se pode fazer e "...é o país que temos." E o futebol, e neste caso especifico a selecção, é o retrato fiel do país que temos, recheado de parolices mas com a mania que são elites. Não se pode criticar nada, tem de se apoiar mesmo que não concorde com as opções ( então se eu critico coisas no meu clube, que escolhi pelo coração e que sinto muito mais, porquê não posso criticar um raio de um país onde eu nem escolhi para nascer ?), temos de levar com noticiários televisivos de 1 hora e meia com mais 40 minutos a falarem de coisas inócuas sobre a selecção, é a publicidade a coisas incríveis com os símbolos nacionais ( só falta publicidade aos pensos higiénicos preferidos para conquistar o Cristiano Ronaldo), um país onde é cada vez está mais dificil de se viver, os preços a aumentarem vertiginosamente, e o povo fica entretido com isto tudo, não sabe separar as águas.
E eu sou um fanático de futebol, mas cansa-me ver tudo isto, parece que a vida é só futebol, cansa-me ver, até noticias do meu clube, a abrirem os telejornais, e depois ai de quem critique a selecção. Tinha prometido a mim mesmo não falar mais da selecção, que é uma coisa que, à medida do tempo, fui perdendo o gosto e perdi a minha identificação com ela. Assumo que já lá vai o tempo que vibrei muito com esta mesma selecção, deste mesmo selecionador apesar de tudo, mas neste Euro nem vontade de ver os jogos eu sinto, porque me cansei de toda esta " futebolização da sociedade portuguesa" e toda esta amnistia às criticas só porque temos de fazer parte do rebanho e não podemos ser a ovelha negra. Mas liberdade de expressão também é poder criticar o que está mal e se calhar até festejar os golos. Já diria António Lobo Antunes que " este país é um país de uma nota só. Uma singela e solitária nota musical: o dó".
Mas fica aqui outra reflexão de ser português, feita nos inícios do século passado.
" Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército do que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando por milagre de desnacionalização temporária pratica a traição à Pátria de ter um gesto, um pensamento ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção das suas criticas. "
Alguém sabe quem disse isto ? Dão-se alvissaras.
27 de maio de 2008
Pergunta ( nada) inocente .
26 de maio de 2008
Um domingo pela amizade
Conforme digo no post anterior, neste domingo fui a um convívio de 38 amigos, tudo em nome da nossa amizade e que correu muito bem.
Foi um dia de recordações, umas velhas, outras mais recentes, mas que valeu bem a pena e foi um dia muito bem passado e divertido. De incerteza no tempo, mas, felizmente, não choveu.
Depois de um jogo de futebol que se realizou num campo completamente enlameado, nada melhor do que repor energias com a melhor vitela assada que comi em toda a minha vida. Depois ainda veio para a mesa, boi na brasa de uma qualidade fenomenal, como só existe no Interior deste país, neste caso, na bonita localidade de Cabeceiras de Basto. E isto sem contar com umas rabanadas encharcadas em mel, que foram servidas como sobremesa. Nada como ir ao Interior descobrir o prazer de comer bem.
Depois Penha, em Guimarães. Aconselhável para casais que queiram passar bons momentos, ou simplesmente, para um passeio em família, descendo, ou subindo, o desfiladeiro, passando no meio de grutas e depois andar no teleférico. Uma sensação divertidíssima, e, para quem tem assim um pouco de receio das alturas como eu, sem qualquer tipo de medo. E o que ficou por descobrir, porque aquilo é um sitio que se deve levar tempo, muito tempo. Um dia é para ir lá voltar, de certeza. Aconselhável para quem não conhece. Para o ano há mais.
Foi um dia de recordações, umas velhas, outras mais recentes, mas que valeu bem a pena e foi um dia muito bem passado e divertido. De incerteza no tempo, mas, felizmente, não choveu.
Depois de um jogo de futebol que se realizou num campo completamente enlameado, nada melhor do que repor energias com a melhor vitela assada que comi em toda a minha vida. Depois ainda veio para a mesa, boi na brasa de uma qualidade fenomenal, como só existe no Interior deste país, neste caso, na bonita localidade de Cabeceiras de Basto. E isto sem contar com umas rabanadas encharcadas em mel, que foram servidas como sobremesa. Nada como ir ao Interior descobrir o prazer de comer bem.
Depois Penha, em Guimarães. Aconselhável para casais que queiram passar bons momentos, ou simplesmente, para um passeio em família, descendo, ou subindo, o desfiladeiro, passando no meio de grutas e depois andar no teleférico. Uma sensação divertidíssima, e, para quem tem assim um pouco de receio das alturas como eu, sem qualquer tipo de medo. E o que ficou por descobrir, porque aquilo é um sitio que se deve levar tempo, muito tempo. Um dia é para ir lá voltar, de certeza. Aconselhável para quem não conhece. Para o ano há mais.
25 de maio de 2008
O último domingo de Maio
Se existe um dia marcado no calendário onde já tenho algo programado para fazer, esse dia é o último domingo de Maio.
É em nome da amizade entre todos, e numa tradição que já vem de alguns anos, é a minha 7ª ou 8ª participação, que 38 amigos, uns de longa data outros mais recentes, outros familiares, de todas as idades, se juntam num convívio anual sempre animado, regados com boa disposição, diversão, muita comida, alguma bebida e o jogo de futebol da praxe neste tipo de convívios.Para alguns é a única vez que se encontram durante o ano.
Este ano o local escolhido para o repasto será o regresso a Cabeceiras de Basto, com paragens em Guimarães, para o pequeno-almoço, Alvite, para o jogo de futebol ( Logo agora tive de estar duas semanas parado por causa do que me aconteceu, este ano estava em super-forma, vamos a ver se me sinto bem .), depois vamos almoçar a Cabeceiras e no regresso paramos na Penha para um passeio de tarde. Diz que alguém vai andar de teleférico, isto se ele não for muito alto. Um convívio salutar que se prevê divertido e a certeza de um domingo bem passado.
É em nome da amizade entre todos, e numa tradição que já vem de alguns anos, é a minha 7ª ou 8ª participação, que 38 amigos, uns de longa data outros mais recentes, outros familiares, de todas as idades, se juntam num convívio anual sempre animado, regados com boa disposição, diversão, muita comida, alguma bebida e o jogo de futebol da praxe neste tipo de convívios.Para alguns é a única vez que se encontram durante o ano.
Este ano o local escolhido para o repasto será o regresso a Cabeceiras de Basto, com paragens em Guimarães, para o pequeno-almoço, Alvite, para o jogo de futebol ( Logo agora tive de estar duas semanas parado por causa do que me aconteceu, este ano estava em super-forma, vamos a ver se me sinto bem .), depois vamos almoçar a Cabeceiras e no regresso paramos na Penha para um passeio de tarde. Diz que alguém vai andar de teleférico, isto se ele não for muito alto. Um convívio salutar que se prevê divertido e a certeza de um domingo bem passado.
23 de maio de 2008
O Sabor do Amor
Tem um beijo que vai ser responsável por muitos torcicolos de casais apaixonados, por esse mundo afora. Tem uma banda-sonora tão sedutoramente bela e sensual como as suas intervenientes. Tem, em momentos, uma lentidão poética, daquelas que paramos para ler/reler aquela palavra mágica que está escrita num poema. Tem frases que correm o risco de serem eternas. Tem histórias simples, de encontros e desencontros, de portas abertas e portas fechadas, de solidões desesperadas, ou apenas de companhias desejadas e na sua busca incessante. Tudo aquilo poderia ser a nossa própria vida. No fundo, ele poderia ser um retrato da nossa própria vida. Um belo retrato da nossa vida, apesar de tudo.
Além de ter uma tarte de mirtilo que vai ser, a partir de agora, o doce predilecto de alguns casais. Se bem, que eu preferia uma baba de camelo.
Além de ter uma tarte de mirtilo que vai ser, a partir de agora, o doce predilecto de alguns casais. Se bem, que eu preferia uma baba de camelo.
20 de maio de 2008
Um Rino nada amoroso
Tudo começou na quinta-feira passada. Dores, imensas, no corpo, congestionamento nasal pior do que a Ponte da Arrábida em horas de ponta, dores de cabeça, voz de fazer inveja a Johnny Cash, fraqueza, muita fraqueza. " Estás a chocar gripe !!! " clamavam a 7 ventos. " Toma 2 Ilvico, leite quente, cama, isso passa".
Sexta-feira, dores no corpo desaparecem, congestionamento nasal na mesma provocando dores na cabeça. Sábado,domingo e nada passa. Nariz incha, cabeça pesa, olhos de doente, lábios rebentados com se tivesse 40 graus de febre ( e o certo é que ela deve ter passado por mim, sem eu dar por isso) e aquele botãozinho no cérebro que diz on/off, sempre intermitente, porque temos de estar bons no trabalho. Mas mais off do que on. É altura da decisão. Otorrinolaringologia é a especialidade. Exame para aqui, exame para ali.
Diagnóstico final: Rinossinusite .
Solução: caixas de antibióticos, aplicadores nasais, água do mar esterilizada e " temos de descansar porque amanhã tenho de estar pronto para o trabalho" .
E a vontade de nada fazer continua...
Sexta-feira, dores no corpo desaparecem, congestionamento nasal na mesma provocando dores na cabeça. Sábado,domingo e nada passa. Nariz incha, cabeça pesa, olhos de doente, lábios rebentados com se tivesse 40 graus de febre ( e o certo é que ela deve ter passado por mim, sem eu dar por isso) e aquele botãozinho no cérebro que diz on/off, sempre intermitente, porque temos de estar bons no trabalho. Mas mais off do que on. É altura da decisão. Otorrinolaringologia é a especialidade. Exame para aqui, exame para ali.
Diagnóstico final: Rinossinusite .
Solução: caixas de antibióticos, aplicadores nasais, água do mar esterilizada e " temos de descansar porque amanhã tenho de estar pronto para o trabalho" .
E a vontade de nada fazer continua...
16 de maio de 2008
Planos para o fim de semana
15 de maio de 2008
Encontro de génios
José Saramago e Sebastião Salgado. Dois génios maiores nas suas formas de fazer arte. Um cria mundos através das suas palavras. O outro mostra o mundo pela lente da sua câmara fotográfica. Alguém juntou, brilhantemente, digo eu, as palavras, acertadas, de Saramago com as imagens, belíssimas, de Salgado. E ficou assim...
12 de maio de 2008
O rapaz do pijama às riscas
Era uma vez um menino que se chamava Bruno. O pai dele tinha em emprego muito importante, era um soldado muito conceituado e cujo seu valor o chefe, um senhor com um bigodinho ridículo que se chamava Fúria, reconhecia e tinha grandes planos para o seu futuro. Um dia mudou de casa. Saiu de Berlim, onde adorava brincar com três amigos no jardim e escorregar pelo corrimão da sua grande casa. O sitio para onde mudou chamava-se Acho-Vil. Bruno não gostava de viver ali, sentia-se sempre muito só, mas um dia ele quis explorar esse sitio, o sonho dele era ser explorador, e viu "um pontinho que se transformou numa mancha que se transformou num vulto que se transformou num rapaz ". E esse rapaz tinha um pijama às riscas. Assim como muitas outras pessoas que lá viviam com esse rapaz. Ele chamava-se Shmuel, um nome que " parece o vento a soprar". Bruno e Shmuel ficaram amigos e juntos querem partilhar uma aventura...
Qualquer descrição que tente fazer, nunca conseguirei transmitir com exactidão a imensa beleza que este livro tem nas suas páginas. Aliás, como diz na parte de trás " esta é uma história especial e muito dificil de descrever. " Posso acrescentar que Fúria é sinónimo de Fuhrer, e que Acho-vil é sinónimo de Auschwitz, o que já desvenda um pouco mais daquilo que vamos encontrar neste maravilhoso livro que se lê num só fôlego, mas pedindo por mais.
A visão do narrador é-nos transmitida de forma simplificada, como se fosse dirigida a crianças, aliás a colecção onde este livro está inserido é mesmo numa colecção destinada para crianças, mas é um livro para todas as idades e que deveria ser lido por toda a gente.
É um livro com um final um pouco amargo, mas com uma lição para a vida, que mais parece ser uma ópera-trágica, ou talvez uma peça de teatro dramática, penso até que seria uma história que iria resultar bem em cima de um palco. Espero que alguém tenha a ideia de transformar isto numa peça de teatro, ou num filme porque histórias destas merecem serem eternizadas no tempo de todas as maneiras.
Naquelas páginas cujo tempo nunca irá apagar a sua beleza, estão inscritas palavras que merecem serem lidas, relidas, guardadas para sempre, passadas entre gerações e nunca esquecidas tudo porque "... nada poderá voltar a acontecer. Não nos dias de hoje, não na época em que vivemos".
A visão do narrador é-nos transmitida de forma simplificada, como se fosse dirigida a crianças, aliás a colecção onde este livro está inserido é mesmo numa colecção destinada para crianças, mas é um livro para todas as idades e que deveria ser lido por toda a gente.
É um livro com um final um pouco amargo, mas com uma lição para a vida, que mais parece ser uma ópera-trágica, ou talvez uma peça de teatro dramática, penso até que seria uma história que iria resultar bem em cima de um palco. Espero que alguém tenha a ideia de transformar isto numa peça de teatro, ou num filme porque histórias destas merecem serem eternizadas no tempo de todas as maneiras.
Naquelas páginas cujo tempo nunca irá apagar a sua beleza, estão inscritas palavras que merecem serem lidas, relidas, guardadas para sempre, passadas entre gerações e nunca esquecidas tudo porque "... nada poderá voltar a acontecer. Não nos dias de hoje, não na época em que vivemos".
9 de maio de 2008
E por falar em mulheres belas que cantam
Scarlett Johansson a cantar Tom Waits
À primeira audição, torci um bocadinho o nariz. Confesso que ainda estou naquela fase do " estranhar muito, para depois entranhar". Devagarinho e, talvez, merecendo uma audição mais atenta aquando da saída do álbum. O instrumental até é agradável, a voz é uma questão de habituação. Mas...não gostei lá muito. Mas quanto mais oiço, a sensação começa a mudar um bocadinho. Agora o videoclip...não gostei, tirando a presença da Scarlett, pois claro. Mas quem fez os videoclips que ela já fez para o J. Timberlake ou para o Dylan, esperava melhor.
7 de maio de 2008
A(s) Mulher(es) do Fado
A mulher do fado já usou xaile. Já cantou com as mãos nas ancas. Emborcou álcool em copos sem fundo para afogar mágoas passadas. Gritou poemas populares de poetas antigos. Fez sonhar homens ébrios que falavam alto e batiam na mesa. Cantava em caves escuras em cima de palcos podres. Tinha peitos enormes que quase saltavam para fora. Pele enrugada testemunha da dificuldade de viver. Já usou um buço requintado. Teve barbela, mãos grossas e a sua voz rouca cantava a vida.
Hoje, a mulher do fado é bela, e faz por ser bela. Orgulha-se da sua beleza e procura mostrá-la ao mundo sem complexos. Usa vestidos da moda. Cuida da linha e só bebe água com sabores. Tem um corpo cuidado e classe no seu olhar.Tem uma voz límpida e uma alma pura. Canta em sítios confortáveis. Canta poetas do seu tempo. Deixou de ter buço.Tem pescoços finos e mãos delicadas. Estão mais belas, e dá mais vontade de ouvir fado.
Há tradições que se perdem com as mudanças do tempo. A(s) mulher(es) do Fado já não são o que era(m).
Felizmente, acrescento eu.
PS.1ª imagem- Quadro de José Malhoa. 2ª imagem - Fotografia de Joana Amendoeira, Raquel Tavares e Ana Moura.
5 de maio de 2008
The Moss
Uma das bandas portuguesas que mais vale a pena descobrir são os The Moss - banda composta por Hugo Moss, Joel Maia e Marcelo Araújo - que, além de terem maravilhosas influências musicais - Keb'Mo, Ray LaMontagne, Tracy Chapman, entre muitos outros nomes proeminentes da cena folk, blues, pop norte-americano - conseguem construir boa música e são umas das minhas melhores descobertas musicais nos últimos tempos.
Ainda sabe a pouco, mas o seu EP, com apenas 4 músicas, com o nome " The Moss EP", é a certeza que podem ir longe na música portuguesa se lhe derem algum espaço para brilhar. Um nome a seguir atentamente e a que, neste blog, daremos toda a divulgação possível do seu trabalho. Para bem da qualidade da música portuguesa.
Aqui fica uma primeira amostra ao vivo
Links uteís:
MySpace
Blog
PS. Não poderia deixar de agradecer especial à Mojo Pin e ao Carriço pela gentileza de me terem oferecido o EP e por me terem dado conhecimento desta banda da qual fiquei fã da sua música.
Ainda sabe a pouco, mas o seu EP, com apenas 4 músicas, com o nome " The Moss EP", é a certeza que podem ir longe na música portuguesa se lhe derem algum espaço para brilhar. Um nome a seguir atentamente e a que, neste blog, daremos toda a divulgação possível do seu trabalho. Para bem da qualidade da música portuguesa.
Aqui fica uma primeira amostra ao vivo
Links uteís:
MySpace
Blog
PS. Não poderia deixar de agradecer especial à Mojo Pin e ao Carriço pela gentileza de me terem oferecido o EP e por me terem dado conhecimento desta banda da qual fiquei fã da sua música.
2 de maio de 2008
A menina que roubou a beleza
À 5 anos atrás, nasceu uma menina. Uma menina que, lá nos recantos onde a vida nasce, roubou a beleza e veio mostrar o seu significado ao mundo. Tem um sorriso que ilumina e que enternece quem o vê. Umas bochechinhas que dão vontade de beijar sem parar. Adoro entrelaçar os meus dedos com os dedos pequeninos dela e acariciar-lhe a mão. Gosto de brincar com ela.De a irritar também. Adoro inventar-lhe histórias e ver os desenhos animados com ela. Regressar aos meus tempos de infância, de uma bela inocência que se punha em tudo que se faz. À 5 anos atrás, os nervos misturaram-se com a alegria de vir uma menina para a família . Tem o nome da tia, que abandonou este mundo muito cedo, que nos tiraram demasiado cedo e a levaram para outro lugar. Chama-se Patrícia. Gosto de a chamar por Tita. Hoje ela faz anos. 5 aninhos. O tempo passou a correr, vê-la crescer, vê-la brincar, vê-la sorrir, vê-la fazer birras, ou até vê-la irritada com as minhas brincadeiras, tudo isso me inspira. Tudo isso me dá mais vontade de viver .
Subscrever:
Mensagens (Atom)